quarta-feira, 3 de novembro de 2010

SERÁ QUE A IMPRENSA CONDENARÁ FRANÇA E INGLATERRA?


Brizola Neto

“O que Brasil e Turquia fizeram nas negociações com o governo iraniano foi encontrar uma saída pacífica para a questão nuclear, com o enriquecimento do urânio iraniano sendo feito fora do país. Mas o Ocidente preferiu apostar nas sanções e no conflito e desprezou uma solução diplomática conquistada por quem está interessado na paz.

O curioso é que os críticos do Irã jamais levantam a voz contra Israel ou qualquer país que tenha ou desenvolva armas nucleares. São porta-vozes de Washington. Se os EUA são contra o Irã, eles também o são. Assim como fazem em relação a Cuba e Venezuela.

Gostaria de saber se irão criticar Inglaterra e França por terem assinado hoje um tratado de cooperação militar, que inclui o teste de ogivas nucleares. Como conta a BBC, um centro será criado na Inglaterra para desenvolver a tecnologia de testes nucleares, e a França se encarregará de realizar os testes propriamente ditos. Os dois países juntos possuem mais de 500 ogivas nucleares, mas eles podem tê-las e até ampliá-las, mas o Irã não.

A posição brasileira não é a de defender bombas para todos, mas igualdade para todos. [Assim determina o Tratado]. O Brasil é signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e o cumpre. A aposta do país é na redução do atual arsenal [por parte dos países detentores de bombas]. E no caso do Irã, emprestou seu prestígio internacional para permitir que o país desenvolvesse a tecnologia para fins pacíficos, já que o enriquecimento do urânio seria feito fora de seu território e a 20% de pureza, um nível insuficiente para a produção de armas. Dizer que o Brasil se meteu onde não devia e que contribuiu para fortalecer Ahmadinejad é subordinação e má fé.

Aliás, em matéria de Defesa, é muito importante que o Brasil trabalhe de forma incisiva. A modernização de nossas forças militares, uma imposição para qualquer governante, não prescinde da política de fortalecimento do bloco sul-americano, de forma a banir, de uma vez por todas, qualquer presença militar exógena no continente. As nações sul-americanas, que só investem – e pouco – em armamento defensivo, não podem ser compelidas a elevar seus gastos militares pela pressão de bases norte-americanas ou de outras potências num raio que permita ações agressivas.”

FONTE: escrito por Brizola Neto em seu blog “Tijolaço” (http://www2.tijolaco.com/29850)[trechos entre colchetes colocados por este blog].

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