Mitsubish Regional Jet
“O Brasil colocou em dúvida, terça-feira 15, na Organização Mundial do Comércio (OMC), a legalidade da ajuda financeira do governo do Japão para o desenvolvimento de seu primeiro avião de passageiros, o Mitsubish Regional Jet, que vai concorrer com a Embraer no mercado de jatos regionais.
O plano japonês é que seu jato, de 78 a 92 assentos, voe pela primeira vez em 2012. O aparelho já tem mais de 200 encomendas. A expectativa é fazer 30% das vendas na Europa, desafiando a Embraer e a canadense Bombardier.
No exame da política comercial japonesa pelos membros da OMC, a delegação brasileira levantou a suspeita de que os subsídios oficiais para o Mitsubishi podem estar violando as regras do comércio internacional.
Desde 2009 que o Brasil pede ao Japão, repetidamente, detalhes sobre os subsídios ao construtor aeronáutico, até agora sem resposta. A delegação brasileira manifestou "muita preocupação" com os montantes concedidos e não revelados.
A Mitsubishi espera vender mil jatos regionais nos próximos vinte anos. A companhia estima em mais de 5 mil jatos a demanda global por aparelhos de 70 a 90 assentos nesse período.
Embraer e Bombardier acompanham com cautela a entrada desse novo concorrente, que se somará à produção de jatos regionais da China e da Rússia, todos com desenvolvimento apoiados pelos respectivos governos.
A situação do Japão, porém, é diferente. O país participará do novo acordo sobre condições de crédito à exportação de aeronaves da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que será assinado na semana que vem em Paris, juntamente com o Brasil, Estados Unidos, Canadá e União Europeia (UE).
Dessa forma, o aparelho desenvolvido pela Mitsubishi será sujeito às novas regras, mas não será o caso do Sukhoi Superjet 100, da Rússia, e nem do chinês AVIC I Commercial Aircraft, que têm planos de entrar no mercado este ano.
Sukhoi Superjet 100
AVIC I Commercial Aircraft
Os construtores aeronáuticos que assinarão o acordo da OCDE querem, de toda forma, atrair os russos e chineses, porque, do contrário, embaralha de novo a disputa pelas encomendas de jatos.
Para o Brasil, o novo acordo [Brasil, Estados Unidos, Canadá e União Europeia] manterá o equilíbrio competitivo entre Embraer, Bombardier, Airbus e Boeing, ao neutralizar os efeitos das condições de financiamento nas disputas por novas vendas no mercado internacional.
A expectativa é de que isso contribuirá para a estabilidade do mercado de crédito à exportação das aeronaves civis, reduzindo disputas financeiras entre os fabricantes, e dando também previsibilidade para as companhias aéreas compradoras.”
FONTE: reportagem de Assis Moreira, de Paris, publicada no “Valor Econômico” e transcrita no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=16/02/2011&page=mostra_notimpol) [adicionadas por este blog imagens do google e adaptações no texto visando a torná-lo mais claro para leigos no assunto].
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário