quinta-feira, 10 de março de 2011

WIKILEAKS REVELA ENTREGUISMO DE JOSÉ SERRA AOS EUA

   Entreguismo do ‘Cerra’ não é novidade [por ser demotucano]

WikiLeaks: ‘CERRA’ QUERIA GOVERNAR “ALINHADO” COM EUA, MAS FOI TAXADO DE DESINFORMADO

Por Paulo Henrique Amorim, com texto extraído do blog “Os Amigos do Presidente Lula”

WikiLeaks: SERRA ACENOU PARA OS EUA COM “RELAÇÕES CARNAIS”, MAS GRINGOS O CONSIDERARAM COMPLETAMENTE DESINFORMADO

No fim de 2009, José Serra (PSDB/SP) ainda era governador de São Paulo e candidato informal tucano à presidência.

O subsecretário para assuntos do hemisfério ocidental do governo americano, Arturo Valenzuela, visitou países do Cone Sul e, na volta, aproveitou para fazer uma escala em São Paulo onde realizou uma série de encontros extraoficiais.

Um dos encontros extraoficiais foi com o então governador José Serra.

Durante 90 minutos no palácio do governo paulista, o demotucano insinuou troca de apoio com os estadunidenses: caso ele viesse a ser presidente do Brasil, faria uma política externa alinhada com os EUA (insinuando que seria interessante aos estadunidenses engajarem-se em sua candidatura).

O fato lembra a frase do ex-presidente argentino Carlos Menen (colega de FHC e Serra no neoliberalismo e nas quebradeiras internacionais), quando disse que mantinha “relações carnais” com os EUA.

CONSPIRANDO COM OS GRINGOS CONTRA OS INTERESSES BRASILEIROS

No encontro, segundo os telegramas vazados, Serra criticou a participação do presidente Lula na crise de Honduras, responsabilizando o governo brasileiro e o presidente hondurenho deposto Manuel Zelaya por resistirem ao golpe de estado.

Nada como um dia após o outro. Recentemente, em outro telegrama, vazado do wikileaks, descobriu-se que o embaixador estadunidense em Honduras, Hugo Llorens, avaliou que a destituição do ex-presidente do país Manuel Zelaya foi “ilegal” e “inconstitucional”.

Em outro trecho da conversa, Serra resmungou e “aconselhou” os EUA a não elogiar Lula: “Ele também avisou que as referências do governo americano a uma ‘relação especial’ com o presidente Lula não agradam a todos os segmentos do Brasil e que poderiam ser manipuladas pelo PT”, diz o telegrama.

O demotucano também repetiu o discurso tosco, simplório e fascista do PIG (Partido da Imprensa Golpista), como se fosse um fantasma de um líder da UDN falando a um senador macarthista dos anos 50, acusando o “perigo vermelho” crescente no governo do PT, onde, segundo o demotucano, a radicalização e a corrupção estariam crescentes.

Para não dizer que Serra não falou nada que preste, ele criticou a tarifa americana sobre o álcool brasileiro, mas não se sabe o que ofereceu em troca. Em outro telegrama, fala nas conversas do demotucano para entrega do pré-sal para uma executiva da Chevron (Petroleira estadunidense).

COMPLETAMENTE DESINFORMADO

No telegrama, Valenzuela achou Serra focado demais na política interna brasileira sem prestar a devida atenção aos vizinhos na América do Sul.

O demotucano tentou aplicar o discurso do medo no estadunidense, chamando de “perigo” a eleição de Dilma: “A presidente Kirchner é esperta e cordial. Se o populismo na Argentina preocupa aos EUA, então Dilma causará preocupação maior”.

Mas a avaliação do estadunidense sobre a visão de Serra foram devastadoras:

“Serra pareceu completamente desinformado de acontecimentos recentes no Cone Sul, incluindo a situação política do presidente paraguaio Lugo”, comentou o telegrama fazendo menção à série de reconhecimentos de paternidade atribuídas ao ex-bispo.

MEDO DA DERROTA

José Serra deu a entender a Arturo Valenzuela não estar “firmemente confiante” que fosse ganhar as eleições de 2010. Segundo o tucano, o embate entre os esforços do PT em montar uma base política sólida e o fraco aparato do PSDB justificavam tal descrença.

VEXAME

Por fim, deu vexame ao destacar “seu engajamento com o então governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger” nas questões climáticas como uma das oportunidades de cooperação. Isso a partir [e somente] de um breve encontro de poucos minutos com o astro do “Exterminador do futuro” nos corredores da conferência do clima na Dinamarca, ocorrida poucos dias antes. Só faltou destacar como “exemplo de cooperação” o encontro com a cantora Madonna.

FONTE: por Paulo Henrique Amorim, em seu portal “Conversa Afiada”, com texto extraído do blog “Os Amigos do Presidente Lula” elaborado com informações da revista “Carta Capital” e WikiLeaks (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/03/09/wikileaks-cerra-queria-governar-alinhadocom-eua-mas-foi-taxado-de-desinformado/) [entre colchetes adicionados por este blog].

Um comentário:

Unknown disse...

WikiLeaks e os mitos da democracia
(publicado na revista Caros Amigos)

A notoriedade conquistada pelo WikiLeaks teve inúmeros efeitos positivos, louvados à exaustão. Também conhecemos os questionamentos de seus adversários, alguns bem espinhosos e insolúveis, como os que debatem a necessidade de proteger dados governamentais estratégicos. Passado o furor das polêmicas iniciais, porém, é necessário apontar alguns equívocos menos evidentes de ambas as facções.
As informações divulgadas trouxeram pouca novidade àquilo que o leitor atento de jornais já sabia há décadas. Mesmo a infame perseguição a Julian Assange é típica do regime político em vigor nos EUA, que sempre combateu antagonistas com os instrumentos usados pelas chamadas ditaduras contra seus dissidentes. Assange, indefeso como qualquer cidadão comum, jamais escaparia das armadilhas jurídicas, econômicas e jornalísticas que esmagam quem ousa confrontar o “sistema”.
Apesar do discurso iconoclasta, ele precisou recorrer à mídia corporativa para legitimar-se e salvar a própria pele. Governos e empresas atingidos superaram o breve embaraço e voltaram às atividades obscuras de praxe. Assange serviu para elevar a audiência e aprimorar a blindagem de seus inimigos, e depois foi descartado. Pagou um preço demasiado apenas para confirmar que não existe liberdade de imprensa ou direito à informação no mundo real do poder, que esses princípios ocos alimentam fantasias convenientes à natureza totalitária da farsa democrática.
A ilusória força mobilizadora da internet ameniza nossa amedrontada submissão às engrenagens que não podemos (e talvez não queiramos) destruir. É enganosamente confortável denunciar injustiças e violências no ambiente inofensivo da virtualidade. O ativismo eletrônico, ainda que necessário, não basta para operar mudanças efetivas no cotidiano das populações. E pode também levar a inúteis sacrifícios pessoais.

www.guilhermescalzilli.blogspot.com