Interior do EMBRAER Legacy 650
"Essa é uma das prioridades do presidente da empresa no país asiático
O presidente da ‘EMBRAER China’, o chinês naturalizado brasileiro Guan Dongyuan, diz que o mercado chinês para aviação executiva tem grande potencial.
Ele reconhece que há vários obstáculos, mas considera que o governo chinês está melhorando o ambiente para jatos executivos. Sobre a EMBRAER, ele afirma que é preciso investir para deixar a marca mais conhecida na China.
Embraer Legacy 650
A seguir, a entrevista realizada (por Fabiano Maisonnave, da ‘Folha’) em seu escritório, em Pequim:
Folha - Já são dois meses desde que a EMBRAER assinou acordo para fabricar jato executivo na China. Como está a implantação do projeto?
Guan Dongyuan - As duas partes estão analisando o projeto de diferentes ângulos. Ao mesmo tempo, um projeto desse tipo também tem de ser aprovado pelo governo. Estamos agora com a proposta do Legacy 600/650.
É um avião novo, com motor avançado e performance excelente. Ao mesmo tempo, vem de plataforma [ERJ-145] bastante madura, de 20 anos de voo. Por isso, achamos que seja produto muito adequado para o mercado chinês.
-O mercado chinês de aviação executiva ainda é muito pequeno. Isso não preocupa?
Precisamos ter confiança no potencial do mercado; é bastante promissor. No mercado americano, maduro, há 141 aviões executivos para cada US$ 100 bilhões de crescimento do PIB.
No Brasil, US$ 100 bilhões de PIB geram 320 aviões. E, na China, para cada US$ 100 bilhões de PIB, somente há demanda de 1,6 avião executivo.
A economia forte da China, o alto poder aquisitivo e a necessidade de eficiência dos executivos chineses, tudo isso gera demanda sobre a aviação executiva.
Além disso, o governo chinês está começando a melhorar o ambiente para operar jatos executivos.
-Quais são os principais obstáculos para o crescimento do mercado?
Em primeiro lugar, está a infraestrutura. Até o final do ano passado, a China só tinha 175 aeroportos comerciais. Nos EUA, são mais de 5.000 aeroportos comerciais e 14 mil privados.
Mesmo o Brasil, tem mais de mil aeroportos, somando comerciais e particulares. O governo chinês quer chegar a 244 aeroportos até 2020.
Um segundo ponto é o imposto alto. Para avião executivo, há dois impostos que, somados, chegam a 22,85% sobre o preço. Combustível e peças de reposição também têm custo alto.
O terceiro fator é a falta de recursos humanos na China: pilotos, administradores, mecânicos, despachantes.
-Qual é a estratégia de venda?
Temos produtos atrativos. Mas precisamos reconhecer um fato: marca. Para o mercado chinês, a marca está acima de tudo, mais do que qualidade e preço.
Precisamos investir mais, deixar nossa marca [Embraer] mais conhecida pelo cliente de jatos executivos. Estamos participando de várias feiras e temos feito eventos com outras marcas fortes.”
FONTE: reportagem de Fabiano Maisonnave publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1606201104.htm) [imagens do Google adicionadas por este blog].
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