quinta-feira, 9 de junho de 2011

FAB ENFRENTA CONTINGENCIAMENTO INÉDITO


[OBS deste blog: A revista “Veja” adquiriu, na última década, a fama de ser de baixa credibilidade, ser radicalmente contra os governos Lula e Dilma, e trabalhar tendenciosa e intensamente, até por meios heterodoxos, pela volta da direita ao poder, com os demotucanos. Leiamos a seguir o modo subjetivo partidário como ela aborda o importante assunto da melhoria da Defesa do Brasil. Pequenos trechos entre colchetes foram adicionados por este blog]:

Por Ana Clara Costa, na revista “Veja

“Está em discussão no governo, atualmente, o programa de modernização operacional e tecnológica do setor de Defesa brasileiro, que tem entre seus objetivos tornar mais eficiente o controle das fronteiras, combater o narcotráfico e vigiar a Amazônia.

Exército, Marinha e Aeronáutica apresentaram ao Planalto suas demandas, que já totalizam 38 bilhões de reais para um período de cerca de doze anos [até 2024]. A despeito dessa "articulação bilionária" [equivalente a 38 reformas do estádio Maracanã], a realidade do segmento hoje é de penúria. O alto comando das Forças Armadas brasileiras atravessa ‘crise interna’ [segundo a “Veja”], sobretudo na Aeronáutica. Os motivos são o corte de 4,3 bilhões de reais no orçamento de 2011 do Ministério da Defesa e a absoluta indefinição sobre se haverá ou não reversão de parte desse contingenciamento.

De acordo com fontes ligadas à Força Aérea Brasileira (FAB), o corte deste ano não tem precedentes históricos. “Todos os anos, havia determinado aperto monetário, mas, no final, as torneiras sempre se abriam”, afirmou um ex-comandante da Aeronáutica. Neste ano, no entanto, as “torneiras”, ao que parece, permanecerão fechadas, sem exceções. Os resultados serão o atraso de diversos projetos, inclusive a licitação dos caças, e prejuízos até para procedimentos rotineiros, como o treinamento de pilotos –já que dependem da verba de custeio, o principal foco dos cortes. Aos oficiais, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, já avisou: “Não contem com esse dinheiro”.

Procurada pelo site de “VEJA”, a FAB limitou-se a afirmar que é totalmente solidária ao esforço de consolidação fiscal e que irá promover todas as adequações que se fizerem necessárias. No entanto, o alto escalão se mobiliza para conseguir aprovar verbas para a manutenção dos projetos em curso. O quadro, por ora, é desanimador. Mesmo já na metade do ano, o Ministério da Defesa ainda não definiu quais programas receberão recursos. Em comunicado enviado ao site de “VEJA”, o órgão confirma a indefinição: “Ainda não é possível precisar quais projetos e ações das Forças Armadas serão afetados pelo corte”.

O FATOR JOBIM

A situação é agravada [segundo a “Veja”] pela baixa popularidade do ministro Jobim junto ao Palácio do Planalto. Do trânsito livre que gozava durante o governo Lula, ele enfrenta hoje um quase ostracismo, que o impede de tentar barganhar junto ao governo. As relações entre o ministro e a presidente Dilma se estremeceram logo no início da corrida eleitoral –quando Jobim chegou a flertar com a oposição, pedir neutralidade a Lula no apoio à candidata e fazer campanha interna no PMDB para que o partido tivesse seu próprio candidato à presidência. Sua permanência no cargo deve-se, tão somente, ao acordo tácito da “cota de Lula” [acordo existente segundo afirma a “Veja”], que prevê que “determinados ministros apoiados pelo ex-presidente continuem no governo Dilma por, pelo menos, um ano” [sic].

Para não criar atritos com a presidente e, quem sabe, manter-se no cargo, Jobim tem procurado seguir a cartilha de bom ministro governista. Condecorou seu assessor, José Genoíno; além de Antonio Palocci, José Eduardo Cardozo e outros ministros da base com a “Medalha da Vitória” –prêmio de honra dos brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial, e que condecora anualmente nomes escolhidos pelas Forças Armadas. Jobim também apoia o governo na criação da “Comissão da Verdade” –formada para esclarecer crimes da época da ditadura. Sobre o caso Palocci, o ministro da Defesa minimizou o problema e afirmou, na última semana, se tratar apenas de “fumaça”. Quando questionado sobre a formação do patrimônio milionário do ministro, disse à imprensa: “Sorte dele, né?”. Mesmo assim, o governo não dá sinais de que pretende melhorar o diálogo com o ministro.

IMAGEM ENFRAQUECIDA NO EXTERIOR

Enquanto os projetos militares sofrem congelamento, a imagem do Brasil perante o setor de defesa internacional se deteriora [segundo a “Veja”]. Tudo porque, ao longo dos últimos anos do governo Lula, representantes das Forças Armadas percorreram inúmeros países convidando empresas do setor a investirem na indústria de defesa nacional. “As empresas acreditaram e se prepararam para isso, e agora não há mais avanço. O Brasil está levando um baque no exterior no que se refere a essa indústria”, afirma Salvador Raza, professor de “Relações de Segurança Nacional da Universidade de Defesa Nacional”, nos Estados Unidos. A atual descrença no desenvolvimento do setor não se deve propriamente ao contingenciamento de recursos, mas sim à ineficiente atuação das autoridades da Defesa para explicá-lo, na avaliação de Raza. “O ministro ficou em cima do muro. Não soube explicar o que aconteceu”, afirma o pesquisador. “Isso demonstra imaturidade no tratamento do tema e depõe contra a projeção do Brasil no exterior”, completa.”

FONTE: publicado na revista direitista (tucana) “Veja” e transcrito no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/defesa/noticia/1344/FAB-enfrenta-contingenciamento-inedito) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].

2 comentários:

iurikorolev disse...

Maria Tereza
A Dilma nunca mostrou muita boa vontade para gastar essas somas altas que os projetos de Defesa demandam.
Não acho que informações neste sentido são tendenciosas.
Se esse projetos de Defesa pararem para mim será culpa dela.

Unknown disse...

Iurikorolev,
Creio ser ela inteligente e esclarecida. Penso que ela não será irresponsável com a Defesa Nacional, a não ser que haja grave problema econômico, que julgo improvável.
Maria Tereza