Avião-robô RQ-450 (Hermes 450), da FAB
Aviões-robô são capazes de localizar pessoas em movimento e transmitir imagens ao vivo. Com formato incomum, mais parecem um míssil.
Segundo a FAB, o último teste dos aviões-robô RQ-450 aconteceu durante a “Rio+20”, em junho, quando o avião transmitiu imagens ao vivo para a central de operações que cuidava da segurança do Rio de Janeiro.
Em nota divulgada pela corporação, o brigadeiro Maximo Ballatore Holland, do Estado Maior da Aeronáutica, afirma que, como os aviões-robô são capazes de transmitir ao vivo imagens de áreas de interesse, é possível ter nova dinâmica nas ações de comando, que permite ganho maior de dados de inteligência e tomada de ações mais rápida.
A estreia dos RQ-450 foi na fronteira do Brasil com a Colômbia. Ali, durante a “Operação Ágata 1”, em agosto de 2011, um VANT monitorou pistas de pouso clandestinas que, pouco depois, foram bombardeadas por aviões de caça. A atuação dos aviões não tripulados no Brasil não ficou só por ali. Em junho deste ano, o governo da Bolívia afirmou que a destruição de 240 laboratórios de drogas na fronteira foi possível graças ao patrulhamento dos VANT brasileiros.
Holland afirma que os aviões também podem ser usados como auxílio em situações de calamidade e ações de segurança. Em operações como a “Ágata”, por exemplo, quando além das Forças Armadas participam órgãos de segurança pública e organizações como o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a Receita Federal, a Força Aérea pode fornecer informações de acordo com a demanda de cada um deles.
De acordo com a FAB, as imagens transmitidas digitalmente dos aviões são obtidas em cores ou em preto e branco, quando é usado o modo infravermelho que permite identificar pessoas à noite ou sob árvores. Os novos aviões têm, também, sistemas de comunicações aperfeiçoados, designador laser e são equipados com radar de última geração que identifica alvos móveis no solo, através de uma função denominada MTI (“Indicador de Alvo Móvel”, na tradução em português).
Para quem está no chão, no entanto, é difícil enxergar os novos aviões. Com 10,5 m de envergadura e 6,1 m de comprimento, a aeronave é pintada em cores claras e pode voar em altitudes de até 5.500 m, além de seu baixo ruído ser bastante difícil de ser ouvido.
Os RQ-450 tem autonomia de voo de até 16 horas, o suficiente para, se necessário, uma dupla de aeronaves manter a vigilância de uma determinada área de interesse de forma ininterrupta.
Além dos dois aviões-robô, o contrato do governo brasileiro com a empresa “Aeroeletrônica”, subsidiária da israelense “Elbit”, assinado em 2010, incluiu uma estação de solo, sensores e a logística inicial associada, em investimento de mais de R$ 48 milhões.
TREINAMENTO
As duas primeiras unidades recebidas pela FAB estão alocadas no Esquadrão Hórus, da Base Aérea de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. Criado em 2011, o esquadrão já voou mais de 600 horas com seus RQ-450 em treinamentos.
Para garantir a segurança do equipamento, foi definido que somente aviadores podem ter o controle dessas aeronaves. Apesar de não levar tripulantes a bordo, o RQ-450 é comandado por uma dupla de militares que permanecem em uma cabine de controle no solo. Por esse motivo, a Força Aérea designa o avião-robô como ARP (“Aeronave Remotamente Pilotada”).”
FONTE: “Midiacon News”. Transcrito no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=29/09/2012&page=mostra_notimpol).
COMPLEMENTAÇÃO: NOTÍCIA ERRADA DA REVISTA "IstoÉ"
A RESPOSTA DA FAB À "ISTOÉ"
Nota Oficial - Esclarecimentos sobre reportagem da revista ISTOÉ (Ed.2238)
“O Comando da Aeronáutica repudia veementemente as inverdades, especulações e deturpações publicadas pela Revista ISTOÉ na reportagem "Intrigas, lobby e sabotagem", de autoria do jornalista Claudio Dantas Sequeira. A reportagem parte de informações parciais para sugerir fatos que não correspondem à realidade e assim promover um mau jornalismo, sem compromisso com a ética ou com os leitores.
A reportagem afirma que a Força Aérea Brasileira (FAB) favorece “escancaradamente” a empresa Aeroeletrônica; no entanto, deixa de informar, por exemplo, que em 2011 essa companhia perdeu o contrato para o fornecimento da aviônica do avião KC-390.
O curioso é que essa informação foi repassada ao jornalista no dia 21 de setembro, mas, lamentavelmente, o profissional preferiu ignorar a informação e oferecer ao público da revista ISTOÉ uma generalização sem embasamento.
A aquisição do Hermes 450, designados RQ-450 na FAB, aconteceu após uma análise técnica que teve como objetivo escolher um modelo que pudesse cumprir as missões atuais e também fornecesse a tecnologia necessária para que, futuramente, seja desenvolvido um VANT nacional. A empresa IAI também participou desse processo de seleção com um modelo diferente do Heron 1 (modelo adquirido pela Polícia Federal citado na reportagem).
Vale lembrar que os contratos da Força Aérea Brasileira são assinados a partir de critérios técnicos, logísticos, industriais e de transferência de tecnologia (offset). Também, passam por fiscalização e estão, todos, à disposição dos órgãos de controle. Não há qualquer parecer negativo sobre esse processo de aquisição de VANT para a FAB, assinado em 2010 e publicado no Diário Oficial da União.
A escolha pelo Hermes 450 ocorreu devido ao entendimento de que aquela plataforma atende aos requisitos atuais da FAB. Inclusive, o modelo é empregado com sucesso por outras Forças Armadas ao redor do mundo, entre elas o exército do Reino Unido.
Cada Força Armada ou órgão de segurança pública, no entanto, tem seus próprios critérios e adquire seus produtos de acordo com suas necessidades específicas. É natural que requisitos diferentes cheguem a soluções diferentes. O mesmo ocorre, por exemplo, com a frota de helicópteros: FAB e PF operam modelos distintos por terem necessidades distintas.
Essas informações também foram repassadas previamente para o jornalista, que preferiu omiti-las para o público leitor da revista ISTOÉ. O profissional preferiu dizer que o Comando da Aeronáutica "trabalhou para minar a compra da PF" de forma leviana, sem apresentar provas para uma afirmação tão grave.
Já a presença de militares da reserva em empresas que atuam na área de defesa no Brasil e no exterior é uma situação comum, até pela experiência e conhecimento que esses profissionais têm no assunto, o que não significa haver interferências de cunho pessoal.
A reportagem informa, ainda, que o Comando da Aeronáutica “disseminou que o VANT não poderia voar sem uma doutrina de emprego e autorização expressa da FAB”. O jornalista sugere que o objetivo seria impedir os voos de VANT da Polícia Federal quando, na realidade, o Comando da Aeronáutica, por ser responsável pela segurança do espaço aéreo brasileiro, precisou estabelecer regras para assegurar que os voos desses veículos aéreos não tripulados não oferecessem riscos aos milhões de passageiros que utilizam o transporte aéreo no país e a população das cidades sobrevoadas. Dessa forma, foi estabelecido que todos os voos de VANT precisam ocorrer em áreas previamente reservadas.
Essa regra, inclusive, não foi uma criação do Comando da Aeronáutica, e sim uma recomendação da “Organização da Aviação Civil Internacional”. No Brasil, ela é válida não apenas para a Polícia Federal, e sim para toda organização que opere “Veículos Aéreos Não Tripulados” no espaço aéreo brasileiro, inclusive os Comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O documento sobre o tema é a “Circular de Informação Aeronáutica” (AIC-N 21), emitida pelo “Departamento de Controle do Espaço Aéreo” (DECEA) em 23 de setembro de 2010 e disponível no site do DECEA.
Neste caso, o jornalista poderia oferecer ao leitor da ISTOÉ as informações completas, mas preferiu não enviar uma pergunta sobre esse tema específico e, assim, acabou cometendo mais um erro. O bom jornalismo ensina a questionar a instituição antes de tecer uma crítica, o que não foi feito. A informação precisa e correta, tão importante para o jornalismo de qualidade, mais uma vez foi deixada de lado.
Por fim, o Comando da Aeronáutica tem como missão a garantia da soberania e da defesa do Brasil, o que requer uma ação integrada, planejada e coordenada entre as Forças Armadas e os órgãos de segurança pública. É esse o principal interesse do Comando da Aeronáutica, que, em nenhum momento, trabalha contra ou põe em risco qualquer projeto da Polícia Federal. Ao contrário, o Comando da Aeronáutica colabora para que a Polícia Federal consiga cumprir sua missão institucional da melhor forma possível. A cooperação entre as duas instituições está acima de qualquer interesse e não será abalada por insinuações e manipulações de um falso jornalismo mais preocupado em criar polêmicas do que oferecer aos leitores uma visão verdadeira dos fatos. [...]
Brasília, 30 de setembro de 2012,
Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno,
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica"
FONTE DA COMPLEMENTAÇÃO: portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-resposta-da-fab-a-istoe).
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