“A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, participou, na manhã de quinta feira (04/10), em São Paulo, do evento “Ideas Economy: Brazil – The Next Level of Competition”, promovido pelo “The Economist Group”, que edita a revista britânica “The Economist”. Grandes nomes dos setores público e privado reuniram-se em palestras e debates para discutir a competitividade brasileira e o desenvolvimento dos pilares de uma nova economia.
Em painel nomeado “View from the top: New lessons in leadership”, Graça Foster conversou com Michael Reid, editor do veículo, sobre expectativas para o aumento da produção da Petrobras, política de conteúdo local, marco regulatório do setor e novas refinarias, entre outros temas.
O grande objetivo da Petrobras é alcançar o topo da curva de produção. O potencial de produção está mantido. Conforme já informado na divulgação do “Plano de Negócios e Gestão 2012-2016”, houve postergação de dois anos, justificado principalmente por atrasos de sondas de perfuração que precisavam chegar. Elas chegaram. Nós já temos todas as sondas de que precisaremos até 2020. A partir de 2016, começaremos a receber as sondas construídas no Brasil, com conteúdo local entre 55% e 65%. Todos os recursos de que precisamos para essa campanha de poços estão na mão. E, por isso, a curva de produção está muito próxima.
Só na Bacia de Campos, nos próximos 16 meses, entram em produção a P-55, P-58, P-61, P-62, P-63. Todos esses sistemas de produção, em fase adiantada de construção, nos darão capacidade adicional de produção de 750 mil barris por dia. Com sondas de perfuração e unidades de produção, além dos barcos de lançamento de linhas, que também estão na mão, temos segurança de que estamos no caminho certo para colocar a produção em marcha como previsto.
Estamos exigindo muita disciplina com as paradas de manutenção das unidades de produção. Fazer o trabalho que tem que ser feito é condição muito importante. Parar de forma programada para ter uma produção sustentável.
Estamos confiantes no aumento de produção nos próximos anos.
CONTEÚDO NACIONAL
Não é uma decisão da Petrobras flexibilizar ou não os índices de conteúdo local. Essa decisão é do governo brasileiro.
Temos conseguido, sim, atender o índice de conteúdo local, que foi estabelecido depois de um trabalho exaustivo da Petrobras, da ANP e dos fornecedores. Os números vieram de nossas memórias de cálculo, de nossas experiências acumuladas em mais de 50 anos construindo a Companhia. Trabalhamos muito forte com o fornecedor, e com o fornecedor do fornecedor, para identificar gargalos.
A Petrobras tem que seguir métricas internacionais de preço, prazo e qualidade de performance.
Os índices de conteúdo local têm flexibilidade. Nem todos os equipamentos e unidades estão atrelados às exigências do conteúdo local, porque vieram de leilões anteriores. Mas temos total interesse no conteúdo local. É muito conveniente para a Petrobras ter essa indústria de bens e serviços aqui no Brasil. Quando temos um estaleiro no Brasil construindo uma sonda, uma unidade de produção, ou temos grandes companhias operando no Brasil, todo o trabalho de pós-venda é extremamente facilitado, e o custo é reduzido.
Temos flexibilidade e buscamos usá-la sempre que nos convém, sempre a favor da curva de produção.
REFINARIAS DO NORDESTE
A demanda no Norte/Nordeste, em 2020, será de 1,23 milhão de barris de derivados por dia. Considerando a Refinaria Abreu e Lima pronta, a capacidade será de 550 mil barris por dia. Teremos déficit no Norte/Nordeste, em 2020, em torno de 700 mil barris/dia. Fazer essas refinarias no Nordeste é questão de atendimento da demanda de mercado.
Construir mais refinarias no Sudeste seria dificuldade gigantesca do ponto de vista ambiental. Já estamos construindo o COMPERJ, e temos a REDUC, toda a parte petroquímica e uma série de atividades na região Sudeste.
Quando construirmos as três refinarias no Nordeste – Pernambuco, Ceará e Maranhão – teremos disponibilidade adicional à demanda do mercado de 200 mil barris/dia, que tanto poderão descer para o Sudeste, quanto poderão, dentro de uma exportação vantajosa para a Companhia, serem destinados para fora do Brasil.
Se eu tivesse uma varinha mágica eu faria qualquer coisa para essas refinarias ficarem prontas, pelo menos, em 5 anos, porque o mercado está extremamente demandado, nós temos margens positivas de refino no Brasil, independentemente da paridade de preço internacional e, se tivéssemos todas elas hoje, certamente estaríamos fazendo um excelente resultado para os nossos acionistas.
RESULTADOS E PREÇOS
A grande razão do resultado negativo no segundo trimestre de 2012 foi a depreciação do real, porque 74% de nossa dívida é contratada em dólar. Além disso, tivemos a baixa de poços secos ou subcomerciais; uma produção de petróleo menor; por isso, uma exportação menor; e uma redução de margem por conta de uma importação de derivados maior. E essa importação maior, sem o repasse para os preços, nos trouxe, junto com essas outras variáveis, resultado negativo. Nós não acreditamos que tudo isso possa acontecer de novo, com a mesma magnitude, tudo ao mesmo tempo.
Sem dúvida, é importante a convergência de preços. A paridade internacional em tempo real passada ao preço dos combustíveis no Brasil não é política da Petrobras. Nós precisamos desse mercado grande, e a paridade de preços ‘online’ é nociva para um país que tem recuperado o crescimento econômico.
MARCO REGULATÓRIO
O fato de sermos operadores únicos do pré-sal traz vantagem muito grande para o governo, porque quem opera é quem conhece os fatos e dados do reservatório. Entendo o interesse do governo de ter a Petrobras como operadora.
O governo é o grande maestro da indústria de petróleo e gás no Brasil, é ele que define a abrangência e a periodicidade dos leilões. Certamente, ele vai olhar para a relação reserva/produção; a economicidade; a forma como os reservatórios tem produzido, evitando que sejam exauridos inadequadamente. Vai olhar para a indústria local, para a capacidade de entrada de investimentos no País pelas companhias estrangeiras e, certamente, vai olhar para a performance (no leilão) da Petrobras. Tenho certeza de que o governo vai saber administrar essas variáveis para poder dar o dinamismo que a indústria do petróleo precisa ter num dado momento.”
FONTE: blog “Fatos e Dados”, da Petrobras (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2012/10/04/graca-foster-fala-dos-desafios-da-petrobras-em-evento-da-revista-britanica-the-economist/).
Em painel nomeado “View from the top: New lessons in leadership”, Graça Foster conversou com Michael Reid, editor do veículo, sobre expectativas para o aumento da produção da Petrobras, política de conteúdo local, marco regulatório do setor e novas refinarias, entre outros temas.
O grande objetivo da Petrobras é alcançar o topo da curva de produção. O potencial de produção está mantido. Conforme já informado na divulgação do “Plano de Negócios e Gestão 2012-2016”, houve postergação de dois anos, justificado principalmente por atrasos de sondas de perfuração que precisavam chegar. Elas chegaram. Nós já temos todas as sondas de que precisaremos até 2020. A partir de 2016, começaremos a receber as sondas construídas no Brasil, com conteúdo local entre 55% e 65%. Todos os recursos de que precisamos para essa campanha de poços estão na mão. E, por isso, a curva de produção está muito próxima.
Só na Bacia de Campos, nos próximos 16 meses, entram em produção a P-55, P-58, P-61, P-62, P-63. Todos esses sistemas de produção, em fase adiantada de construção, nos darão capacidade adicional de produção de 750 mil barris por dia. Com sondas de perfuração e unidades de produção, além dos barcos de lançamento de linhas, que também estão na mão, temos segurança de que estamos no caminho certo para colocar a produção em marcha como previsto.
Estamos exigindo muita disciplina com as paradas de manutenção das unidades de produção. Fazer o trabalho que tem que ser feito é condição muito importante. Parar de forma programada para ter uma produção sustentável.
Estamos confiantes no aumento de produção nos próximos anos.
CONTEÚDO NACIONAL
Não é uma decisão da Petrobras flexibilizar ou não os índices de conteúdo local. Essa decisão é do governo brasileiro.
Temos conseguido, sim, atender o índice de conteúdo local, que foi estabelecido depois de um trabalho exaustivo da Petrobras, da ANP e dos fornecedores. Os números vieram de nossas memórias de cálculo, de nossas experiências acumuladas em mais de 50 anos construindo a Companhia. Trabalhamos muito forte com o fornecedor, e com o fornecedor do fornecedor, para identificar gargalos.
A Petrobras tem que seguir métricas internacionais de preço, prazo e qualidade de performance.
Os índices de conteúdo local têm flexibilidade. Nem todos os equipamentos e unidades estão atrelados às exigências do conteúdo local, porque vieram de leilões anteriores. Mas temos total interesse no conteúdo local. É muito conveniente para a Petrobras ter essa indústria de bens e serviços aqui no Brasil. Quando temos um estaleiro no Brasil construindo uma sonda, uma unidade de produção, ou temos grandes companhias operando no Brasil, todo o trabalho de pós-venda é extremamente facilitado, e o custo é reduzido.
Temos flexibilidade e buscamos usá-la sempre que nos convém, sempre a favor da curva de produção.
REFINARIAS DO NORDESTE
A demanda no Norte/Nordeste, em 2020, será de 1,23 milhão de barris de derivados por dia. Considerando a Refinaria Abreu e Lima pronta, a capacidade será de 550 mil barris por dia. Teremos déficit no Norte/Nordeste, em 2020, em torno de 700 mil barris/dia. Fazer essas refinarias no Nordeste é questão de atendimento da demanda de mercado.
Construir mais refinarias no Sudeste seria dificuldade gigantesca do ponto de vista ambiental. Já estamos construindo o COMPERJ, e temos a REDUC, toda a parte petroquímica e uma série de atividades na região Sudeste.
Quando construirmos as três refinarias no Nordeste – Pernambuco, Ceará e Maranhão – teremos disponibilidade adicional à demanda do mercado de 200 mil barris/dia, que tanto poderão descer para o Sudeste, quanto poderão, dentro de uma exportação vantajosa para a Companhia, serem destinados para fora do Brasil.
Se eu tivesse uma varinha mágica eu faria qualquer coisa para essas refinarias ficarem prontas, pelo menos, em 5 anos, porque o mercado está extremamente demandado, nós temos margens positivas de refino no Brasil, independentemente da paridade de preço internacional e, se tivéssemos todas elas hoje, certamente estaríamos fazendo um excelente resultado para os nossos acionistas.
RESULTADOS E PREÇOS
A grande razão do resultado negativo no segundo trimestre de 2012 foi a depreciação do real, porque 74% de nossa dívida é contratada em dólar. Além disso, tivemos a baixa de poços secos ou subcomerciais; uma produção de petróleo menor; por isso, uma exportação menor; e uma redução de margem por conta de uma importação de derivados maior. E essa importação maior, sem o repasse para os preços, nos trouxe, junto com essas outras variáveis, resultado negativo. Nós não acreditamos que tudo isso possa acontecer de novo, com a mesma magnitude, tudo ao mesmo tempo.
Sem dúvida, é importante a convergência de preços. A paridade internacional em tempo real passada ao preço dos combustíveis no Brasil não é política da Petrobras. Nós precisamos desse mercado grande, e a paridade de preços ‘online’ é nociva para um país que tem recuperado o crescimento econômico.
MARCO REGULATÓRIO
O fato de sermos operadores únicos do pré-sal traz vantagem muito grande para o governo, porque quem opera é quem conhece os fatos e dados do reservatório. Entendo o interesse do governo de ter a Petrobras como operadora.
O governo é o grande maestro da indústria de petróleo e gás no Brasil, é ele que define a abrangência e a periodicidade dos leilões. Certamente, ele vai olhar para a relação reserva/produção; a economicidade; a forma como os reservatórios tem produzido, evitando que sejam exauridos inadequadamente. Vai olhar para a indústria local, para a capacidade de entrada de investimentos no País pelas companhias estrangeiras e, certamente, vai olhar para a performance (no leilão) da Petrobras. Tenho certeza de que o governo vai saber administrar essas variáveis para poder dar o dinamismo que a indústria do petróleo precisa ter num dado momento.”
FONTE: blog “Fatos e Dados”, da Petrobras (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2012/10/04/graca-foster-fala-dos-desafios-da-petrobras-em-evento-da-revista-britanica-the-economist/).
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