Este blog já comentou, em artigo postado em 22 de março, a importância estratégica do Afeganistão. Escrevemos:
“A GUERRA DOS EUA CONTRA O AFEGANISTÃO
"Já era conjecturado pela imprensa, nos EUA e no exterior, muito antes do ataque terrorista de 11/09/2001 às torres gêmeas de Nova Iorque, que o Afeganistão seria invadido por tropas norte-americanas em futuro próximo.
O PETRÓLEO
Um dos motivos desse ataque prenunciado foi o fato de a região da Ásia Central abrangida pelos países Azerbaijão, Cazaquistão, Usbequistão e Turcomenistão ter sido identificada como possuindo reservas de petróleo e gás maiores que as do Golfo Pérsico.
Os EUA já haviam ajudado, com interesse na área, o regime Taleban e Osama Bin-Laden a combaterem a União Soviética no Afeganistão, país vizinho àquela rica região petrolífera e caminho natural para o melhor escoamento da futura produção petrolífera.
O Afeganistão é importantíssimo como solução geográfica mais barata para o transporte daquelas riquezas. Será muito menos custoso passar oleodutos e gasodutos por seu território, até o porto na área marítima do Paquistão junto ao Oriente Médio, do que a solução manifestada pelos russos, de estendê-los até o Mar Negro.
Segundo a imprensa, vários grupos dos EUA (Chevron, Conoco, Texaco, Mobil Oil e Unocal) já estavam na década de noventa com negociações e investimentos adiantados no Afeganistão para aquela exploração.
O regime afegão Taleban, todavia, veio a se negar a autorizar a passagem pelo Afeganistão do oleoduto e do gasoduto, os quais já estavam iniciados pela empresa norte-americana Unocal. Essa negação causou a interrupção da obra em 1998. Naquele ano, em 20/08/1998, de surpresa, à noite, os EUA atacaram com mísseis de cruzeiro e aviões uma região daquele país “suspeita de abrigar possíveis terroristas”. Esse ataque já foi mencionado no artigo desta série “Ataques dos EUA contra Granada, Somália, Sudão e outros” de 15 de março.
Desde então, volta e meia surgiam artigos em jornais e revistas, em várias partes do mundo, abordando novo e iminente ataque militar dos EUA ao Afeganistão. Talvez, o ataque terrorista de 11/09/2001 em Nova Iorque tenha sido o valioso e oportuno pretexto para aquela esperada e planejada ação militar norte-americana”.
A matança lá continua. Ontem, li no portal UOL a seguinte notícia:
ATAQUE AÉREO DOS EUA MATA 40 CIVIS NO AFEGANISTÃO
“No momento do incidente, ocorrido na segunda-feira, as vítimas celebravam uma festa de casamento, diz o governo
Aliado norte-americano, líder afegão faz apelo a Barack Obama para que tenha como prioridade o fim das mortes de civis no país
Um ataque aéreo dos EUA matou cerca de 40 civis e feriu outras 28 pessoas, segunda-feira à tarde, na Província de Kandahar, no sul do Afeganistão. No momento do ataque, as vítimas celebravam uma festa de casamento, informação confirmada ontem pelo presidente Hamid Karzai.
Aliado dos americanos, Karzai fez um apelo ao presidente-eleito Barack Obama para que tenha como prioridade o fim das mortes de civis. "A guerra em vilarejos do Afeganistão nunca renderão frutos", disse em coletiva de imprensa na qual saudou a vitória do democrata. "A guerra contra o terrorismo não pode ser ganha bombardeando o Afeganistão."
O apelo do líder afegão vem no momento em que o general David Petraeus está no país pela primeira vez na condição de chefe militar dos EUA para Oriente Médio e Ásia Central.
Testemunhas dizem que o número de mortos no ataque passa de 90, e que crianças estão entre as dezenas de feridos. Imagens colhidas por cinegrafistas da agência de notícias Reuters mostravam carros em chamas e homens vasculhando os escombros.
A ofensiva aconteceu no vilarejo de Wech Baghtu, ao sul da Província de Kandahar, onde há grande presença de militantes do Taleban. Segundo Wali Karzai, irmão do presidente e chefe da Província, o bombardeio aconteceu quando tropas afegãs e da coalizão travavam um confronto com insurgentes.
Os militares dos EUA disserem estar analisando os relatórios da operação. "Se pessoas inocentes foram mortas nessa operação, pedimos desculpas e expressamos nossas condolências às famílias", disse o porta-voz do Exército, Jeff Bender.
O ocorrido remete a um ataque semelhante que ocorreu em 22 de agosto e foi, inicialmente, contestado pelos norte-americanos. Moradores e autoridades afegãs denunciaram que 90 civis morreram -fato comprovado mais tarde pela ONU. Os militares americanos, que antes diziam haver apenas cinco civis mortos, admitiram, ao final de uma investigação interna, que 30 civis morreram.
Cerca de 4.000 pessoas já morreram em confrontos com o Taleban neste ano, um terço dos quais eram civis afegãos. Esse fato tem gerado descontentamento crescente na população local sobre a presença de tropas estrangeiras no país”.
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