terça-feira, 11 de novembro de 2008

PAÍS DA PIADA PRONTA: NO BRASIL, INVESTIGADOR INVESTIGAR É CRIME

O jornalista Luiz Carlos Azenha ontem postou em seu blog “Vi o Mundo”:

“O Brasil é um país engraçado.

É o país em que um delegado pode ser preso por "investigar" crimes.

O fato de que agentes da ABIN fizeram uma filmagem é "crime"? Ué, mas eu achei que ABIN fosse Agência Brasileira de Inteligência. E que a ABIN podia colaborar com investigações da Polícia Federal. Se a ABIN pode colaborar com a PF, o que é que vocês brasileiros queriam que os agentes da ABIN fizessem? O cafezinho?

O Brasil, aliás, é o único país do mundo em que o ministro da Defesa vai ao Congresso e revela publicamente todos os equipamentos à disposição dos espiões encarregados de zelar pela segurança nacional. Deu toda a ficha, ao vivo e em cores.

Depois dizem que os portugueses é que são portugueses. Os brasileiros somos os "verdadeiros portugueses".

A PF vai indiciar o delegado Protógenes Queiroz por vazar informações da Satiagraha para a Rede Globo. Ué, mas como é que os jornalistas souberam disso? Através de um vazamento. Vai ter inquérito para apurar o vazamento da notícia de que o delegado Protógenes será indiciado? Poderiam aproveitar e abrir um inquérito para apurar o vazamento das fotos do dinheiro pelo delegado Edmilson Bruno na véspera do primeiro turno das eleições presidenciais de 2006. Nem precisa investigar. É só capturar o áudio, o vídeo e a transcrição, disponíveis ,-- provas irrefutáveis demonstram que o delegado Bruno vazou. E de que, no dia seguinte, mentiu. Por falar nisso, onde é que anda o delegado Bruno? Está cumprindo pena?

Fiquem com o "crime" dos agentes da ABIN: filmaram um deputado. Eu pergunto: se o deputado não tem nada a temer, filmá-lo é crime?

Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo:

“São Paulo - Arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) filmaram um deputado durante a Operação Satiagraha. O parlamentar foi seguido desde o Aeroporto Santos Dumont, no Rio, até a sede do Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas.

A revelação é de José Maurício Michelone, agente de operações da Abin, que foi incumbido pelo delegado Protógenes Queiroz de vigiar os passos de Dantas.

Em depoimento à Polícia Federal, Michelone - lotado na Superintendência Estadual da Abin em Goiânia - disse que também fotografou Dantas, a irmã dele, Verônica, e um personagem identificado por Guga. "Foi possível realizar uma filmagem de um encontro em um aeroporto entre Guga e um deputado, cujo nome não se recorda neste instante, o qual chegou no Aeroporto Santos Dumont, procedente de Brasília, se deslocou até o prédio do Banco Opportunity, tendo permanecido por um período de uma hora ou uma hora e pouco, pegou um táxi e retornou para o aeroporto e seguiu em um vôo para São Paulo.” (...) (leia mais no blog do Azenha).

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