"Durante muitos anos a imprensa mandou no Brasil. São conhecidas as histórias e os achaques, por exemplo, do poderoso chefão dos Diários Associados, Assis Chateaubriand, constrangendo presidentes da República e humilhando autoridades.
Essa hegemonia foi mantida também na ditadura, agora com o império da Globo e o mandonismo de Roberto Marinho. Dois exemplos: a tentativa de fraudar a eleição de Brizola no Rio de janeiro, em 1982, e a construção/desconstrução de Collor de Mello.
De uns anos para cá, porém, essa hegemonia entrou em crise e a mídia passou a adotar um discurso cada vez mais distante do mundo real. Exemplo: no auge do “mensalão”, martelado insistentemente pela mídia, o Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos fez uma enquete para saber qual o partido preferido dos trabalhadores. Deu PT com 86%.
Por ter um discurso descolado da realidade (na base do eu acho e não do eu sei), a grande mídia vem perdendo todas as grandes batalhas em que se aventura. A reeleição de Lula, sob forte fogo cruzado, é o exemplo mais contundente disso.
Está claro hoje que a percepção popular não passa pelo filtro da grande imprensa, que é cada vez mais monocórdica e teimosa nas suas teses furadas. Como quem não tem razão fica histérico, a imprensa foi se meter também no rolo de Honduras, satanizando o Itamaraty. Um prócer da mídia chegou a decretar: "Honduras vai ser o Vietnam do Lula!"
Poucas vezes antes na história deste País viu-se tanta besteira, desinformação, preconceito e mau jornalismo juntos. Mas, atenção: não avise a mídia que ela anda errada. Deixa que persista no erro, induza seu candidato à derrota em 2010 e assim ajude o Brasil seguir adiante, com crescimento econômico, Estado atuante na vida nacional, distribuição de renda e inclusão social."
FONTE: texto escrito pelo jornalista João Franzin, da Agência Sindical, publicado no portal "Vermelho".
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