segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A PRETENSA "ELITE" PAULISTA QUER VESTIDOS MAIS LONGOS

Luiz Claudio Vieira de Oliveira:

A importância do diferente


"Como professor aposentado, fiquei chocado com o que vi. Mas o debate tem que ir mais longe e mais fundo. O que se viu foi a manifestação de preconceitos contra a figura de outro, de um outro, qualquer que seja ele: metalúrgico, mulher, índio, pobre, sem diploma, ou seja, de qualquer periferia que incomode aqueles que se acham no centro, mesmo que esse centro não exista, seja algo fictício, visto apenas por aqueles que o criaram e que acreditam nele.

Uma universidade tem o dever de abrigar as alteridades, de aceitar as diferenças e de, até mesmo, incentivá-las. O saber não avança por semelhanças, mas por diferenças, por contradições, pelo confronto de contrários. Suprimir as diferenças é impor um discurso elitista e preconceituoso, oposto ao que deve ser um discurso universitário.

O pior é que a multidão que vaiou se considera melhor, mais "da elite", mais defensora de "valores" que a moça que foi vaiada. Eles se consideram o centro. Mas de quê? E o terrível é que atitudes desse tipo são mais comuns que imaginamos, em todos os setores da sociedade. Desde os mais bem aquinhoados economicamente ou culturalmente, até os menos beneficiados. Anos de pensamento autoritário produzem frutos como esse."

Nota do 'Viomundo': "Ao excelente comentário eu acrescentaria que um dos princípios da democracia é a defesa das minorias. Posso discordar do Caetano Veloso quando ele chama o Lula de analfabeto, por exemplo, mas lutarei sempre para que ele tenha o direito de dizê-lo."

[e também que se tenha o direito de apontar que Caetano Veloso é um imbecil, pretenso 'intelectual', a serviço da campanha pela volta da direita ao poder].

FONTE: publicado hoje no portal "Vi o mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha [exceto o título e pequeno adendo entre colchetes, acrescentados por este blog].

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