Atílio Borón: Washington planeja agressão contra Venezuela
"Os Estados Unidos querem derrubar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em 2010 e reverter as mudanças revolucionários na América Latina e Caribe", assegurou nesta sexta (05), em Havana, o sociólogo argentino Atilio Borón.
Segundo ele, contra Chávez há três planos: o magnicídio, o controle do parlamento nas próximas eleições para destituí-lo por vias legislativas (como aconteceu em Honduras) ou a provocação de incidentes com a Colombia até uma guerra que permita a intervenção estadounidense.
"Estão apostando todas as suas cartas na derrota de Chávez nas eleições parlamentares de setembro próximo e, se isso não ocorrer, tratarão de mobilizar uma situação militar na fronteira com a Colômbia", sustentou o analista político.
Professor de teoria política da Universidade de Buenos Aires e co-autor, junto a Andrea Vlahusic, do livro "O lado escuro do império", Borón disse à Prensa Latina que a Casa Branca estimula as fricções entre Caracas e Bogotá.
"Essas contradições poderiam terminar criando enormes problemas à Venezuela e ao resto do continente", considerou. O também diretor do Programa Latino-Americano de Educação à Distância sublinhou que as elites norte-americanos tratam de acabar com a Revolução Bolivariana e com outros governos progressistas estabelecidos em processos eleitorais.
De acordo com a Agência Cubana de Notícias, o argentino incluiu até o magnicídio entre as alternativas previstas pelos Estados Unidos para acabar com o governo de Chávez. Borón teria denunciado que a eliminação física do venezuelano não foi abandonada, e poderia se dar pela via de um atentado ou por "uma morte acidental", ironizou.
"A atitude de Estados Unidos para esta região não tem variado e se mudou algo foi para pior", advertiu enfático. "Persistem as grandes reorientações que tiveram lugar na época de George Bush, especialmente desde 2008, quando a Casa Branca lançou uma contra-ofensiva na América Latina, sobretudo com a mobilização da IV Frota", acrescentou.
Ao referir-se à administração de Barack Obama, Borón indicou que ele não só mantém essa estratégia agressiva, como a aprofundou. "A Casa Branca e o Pentágono mantêm sua política tradicional: pretendem controlar o território compreendido entre o Río Bravo e a Patagônia, agora de maneira mais agressiva, mais ofensiva", assegurou o estudioso.
O acadêmico argentino elogiou a qualidade do XII Encontro Internacional sobre Globalização e Problemas do Desenvolvimento, que assiste no Palácio de Convenções de Havana. "Venho permanentemente a esta reunião, uma das mais importantes que se realizam em nível mundial, não conheço outra em mesmo grau de diversidade de fontes, autores e experiências", destacou.
Sobre sua participação, explicou que consistirá em expor uma visão sobre a crise global um ano depois que sua exposição deste tema. "Em adição, apresentarei uma coleção de trabalhos escritos por autores cubanos, integrantes do Comitê Acadêmico, nos 12 Encontros Internacionais sobre Globalização e Problemas do Desenvolvimento".
É um livro muito sério e enxundioso, que aborda a problemática da ilha e a internacional, e foi publicado pela Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), concluiu o autor de 'Crise civilizatória e agonia do capitalismo (Diálogos com Fidel Castro)'."
FONTE: publicado hoje (06/03) no portal "Vermelho".
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