terça-feira, 16 de março de 2010

EUA QUEREM NA OMC DIREITO DE APLICAR SANÇÕES CONTRA A CHINA

CONTUDO, RELUTAM EM ADMITIR CUMPRIR SANÇÕES DO BRASIL AUTORIZADAS PELA OMC

"A guerra fria no comércio mundial

Protecionismo "oficial" não causou baixa no comércio, mas ações na OMC cresceram mais de 100% desde 2007

A ameaça brasileira de elevar impostos de importação de produtos americanos suscita o alerta exagerado de risco de guerra comercial com os EUA. O subsídio americano ao algodão foi condenado na Organização Mundial do Comércio (OMC). Os EUA deram de ombros, e o Brasil ameaça retaliar.

A iniciativa parece diplomaticamente um tanto desastrada. Mas é difícil o Brasil ficar fora da guerra comercial, que fermenta. França e europeus mais pobres se queixam da Alemanha. Os EUA, da China.

"Guerra fria", pois, nesta crise de 2007-2010, as ameaças de protecionismo até agora são muito mais comuns do que novas barreiras oficiais a importações. O comércio mundial caiu 9% no ano passado, a maior baixa desde a Segunda Guerra.

Desânimo do consumidor, restrição de crédito para famílias e empresas e seca de financiamento para o comércio internacional foram as causas da baixa, diz o economista Jian Wang, do Federal Reserve de Dallas. Não o protecionismo.

Mas Wang nota que o número de pedidos de processos na OMC tem crescido. No primeiro semestre de 2009, o número de queixas subiu 20% sobre a primeira metade de 2008. No primeiro semestre de 2008, havia crescido 86,8% sobre a primeira metade de 2007.

Tais reclamações podem se tornar restrições comerciais de fato a partir deste ano.

Wang observa ainda que o número de barreiras pode crescer anos depois do pior de uma crise. O pico da recessão anterior foi em 2001. O grosso das medidas destinadas a barrar importações barateadas marotamente ocorreu em 2003.

Wang, como tantos outros, diz que países com superavit comerciais excessivos precisam consumir mais (trata-se de China, Alemanha e Japão). Isto é, deixar que os salários reais subam e "crescer para dentro", importando mais e estimulando economias do resto do mundo.

Parlamentares americanos pediram ontem que Barack Obama declare oficialmente que a China manipula o câmbio. Isto é, que mantém sua moeda desvalorizada demais, de modo a baratear seus produtos e exportar mais. Caso a China não se emende (até parece), querem que o governo vá à OMC pedir retaliações contra os chineses. O Nobel de Economia Paul Krugman acha que o excesso chinês no comércio ajuda a deprimir a economia mundial.

A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, disse ao jornal britânico "Financial Times" que os produtos alemães são competitivos porque a Alemanha arrocha salários. Os alemães bufaram e disseram que vendem mais porque são mais eficientes (embora arrochos sejam um fator de eficiência). O PIB alemão depende de exportações. Tal como a China, mas em muito menor escala, seu consumo doméstico é baixo. Os alemães em parte dependem do deficit comercial de vizinhos europeus, a quem criticam por terem deficit (entre outras críticas).

O governo brasileiro toma medidas desde 2008 a fim de reduzir, de modo indireto, o efeito do real forte.

Colocou mais dinheiro barato no BNDES, baixou impostos e deve tomar mais medidas de estímulo até meados do ano (a melhor delas seria baixar o consumo do governo). Não temos cacife para muito mais. Como vamos aumentar a produtividade?"

FONTE: escrito por Vinicius Torres Freire e publicado hoje (16/03) na Folha de São Paulo [título e 1ª frase colocados por este blog].

3 comentários:

Probus disse...

Haaaaaaaaa, esta briga me interessa, essa é briga de um decadente e um em ascensão!! E o mineirinho, quietinho, traquino e safadinho do recuperado Japão negociando via DUBAI.

Obama-boy, o panda que saber é de DOHA, eles NÃO estão preocupados com suas retaliações!!! O panda é teu CREDOR, esqueceu???

Unknown disse...

Probus,
Esse entrelaçamento amistoso/hostil econômico-financeiro EUA-China está ficando a cada dia mais complexo e difícil de desatar os nós por vias pacíficas ou sem significativas perdas de uma das partes. Temo que este século ainda assista (sofra) a guerra entre eles.
Maria Tereza

Probus disse...

Oi Maria Tereza, ops, cometi um erro no post anterior...aliás, além dos muitos erros, mas o correto é: Poder de DissuaSão (e não: dissuaÇão).

Nem se preocupe com briga entre esse dois. Os EUA são COVARDES, é HISTÓRICA a COVARDIA daquele POVINHO pirata. Vê a coragem que eles tem com a protegida Coréia do Norte, de Hu Jintao. Ha ha ha ha

Nem do pobre Vietnan eles ganharam... Ha ha ha
E com Napalm, Efeito Laranja e seus F-4... Ha ha ha ha

É como saiu HOJE na MÍDIA sobre a saída do Google da China para atuar em Hong Kong devido a censura... só se esqueceram de mencionar um detalhe:

"Autoridades da China bloquearam hoje o acesso ao site de buscas do Google que funciona a partir de servidores de Hong Kong." Ha ha ha

Por isso eu acho interessante estas discussões entre a "depenada" Águia e o sinistro "Dragão". São DOIS arrogantes brigando comercialmente. Bem feito pros ianques, pegaram o traiçoeiro panda para medir força.

O Brasil também está se precavendo contra o yuan.

Veja o que o "RI" do "BRIC" acham da China.

The Moscow News "Putin Touts Defense Ties in India Visit"

http://www.themoscowtimes.com/business/article/putin-touts-defense-ties-in-india-visit/401605.html