terça-feira, 2 de março de 2010

PAC: PETROBRAS RESPONDE A JORNAL PRÓ-SERRA


"Obras do PAC: Respostas à Folha de S. Paulo

Leia abaixo as respostas da Petrobras enviadas ao jornal Folha de S. Paulo. As matérias “Maquiagem camufla os atrasos nas obras do PAC” e “Outro Lado” foram publicadas nesta terça-feira (02/3).

Estamos fazendo matéria sobre as principais obras do PAC, aquelas que vêm sucessivamente sendo destacadas nos balanços oficiais do programa. Em relação às obras de responsabilidade da Petrobras, gostaríamos de fazer as seguintes perguntas:

1) No primeiro balanço oficial do PAC (íntegra disponível no site do programa), há 54 obras ou ações destacadas na área de infraestrutura energética (geração e transmissão de energia elétrica, petróleo, gás natural e energias renováveis). Das que estão sob responsabilidade da Petrobras, 16 não foram concluídas nos prazos previstos no primeiro balanço oficial (lista segue abaixo).

1) Campo de Piranema – meta inicial: maio/2007 – operação: out/2007
2) P-57 (Campo de Jubarte) – meta inicial: set/2010 – nova meta: 30/06/2011
3) P-52 – meta inicial: set/2007 – operação: nov/2007
4) Abreu e Lima – meta inicial: jan/2011 – nova meta: 30/04/2012
5) Comperj – meta inicial: mar/2012 – nova meta: 31/12/2012
6) Ampliação da Frota Nacional de Petroleiros – lote 3 – meta inicial: após 2010, todos os navios – atual estágio: em licitação
7) Ampliação da Frota Nacional de Petroleiros – lote 4 – meta inicial: todos os navios prontos até 2010 – nova meta: primeiro navio pronto em 31/12/2010
8 Plangas – fase 2 do Campo Peroá – meta inicial: dez/07 – Operação: fev/2008
9) Plangas – Campo de Camarupim – meta inicial: dez/2008 – Operação: jun/2009
10) Plangas – Mexilhão – meta inicial: jun/09 – nova meta: 30/06/2010
11) Gasoduto Campinas-Rio – meta inicial: jun/2007 – Operação: jul/2008
12) Gasene Cacimbas-Catu – meta inicial: abril/2009 – nova meta: 31/03/2010
13) Gasoduto Urucu-Coari-Manaus – meta inicial: jun/2008 – operação: final de 2009
14) GNL Porto de Pecém – meta inicial: maio/2008 – operação: 26/01/2009
15) GNL Baía de Guanabara – meta inicial: maio/2008 – Operação: abrl/2009
16) Alcoolduto Sen. Canedo-São Sebastião – meta inicial: dez/2010 – nova meta: 31/06/2011A)

Gostaríamos de saber de forma geral:

Quais foram os principais motivos para atraso do cronograma das obras?


R: – Para a Petrobras, não houve atrasos, mas redefinição dos prazos, como consequência dos motivos abaixo relacionados. É preciso observar que em grande parte dos casos, a ampliação de prazo se deu em alguns meses, período inferior a um ano.

1 – Adaptação de projetos de engenharia a realidades encontradas durante as obras, principalmente objetivando a emissão de Licenças;

2 – Incremento de escopo e serviços nos projetos, como inclusão de unidades, extensão de trechos de dutos, realização de testes para instalação de plataformas, etc;

3 – Prazo para entrega de equipamentos críticos, devido ao aquecimento do mercado mundial;

4 – Programa de otimização de custos após a crise da economia mundial, com cancelamento de processos de licitação que não se adequaram às estimativas da Petrobras, abertura de novos processos, renegociações de valores, etc. Nas obras da refinaria Abreu e Lima, por exemplo, os contratos renegociados refletiram redução de R$ 6,7 bilhões nos custos, em comparação com os valores de 2008.

5 – O volume de chuvas em 2009 foi muito maior do que a média histórica na região de Itaboraí, no Rio de Janeiro, o que exigiu algumas paralisações nas obras de terraplanagem do Comperj. Atualmente, quase 60% da terraplanagem está pronta.

6 – A construção do gasoduto Urucu-Coari-Manaus demandou soluções inéditas de engenharia, devido às condições adversas de trabalho na Amazônia. A região é marcada pelo intenso regime de chuvas, pela grande variação do nível de cursos d’água e rios ao longo do ano e por condições de solo pouco propícias para o transporte de máquinas e acesso de trabalhadores aos canteiros de obras. Para vencer estas dificuldades e concluir a obra no menor prazo possível, a Petrobras adotou inovações técnicas. Pela primeira vez, uma obra de gasodutos terrestres foi executada em parte sob os rios, utilizando metodologia similar a adotada para dutos marítimos. A solução permitiu a continuidade dos trabalhos no período de cheia, entre novembro e junho, em áreas de difícil acesso. Em trechos alagados, balsas foram transformadas em canteiros de obra flutuantes, onde os dutos eram soldados e formavam colunas de mil metros de comprimento cada. Em 75 km de extensão do trecho entre Coari e Anamã, o transporte de dutos foi feito por dois modelos de helicópteros de carga, com capacidade para suportar 5 toneladas e 8,5 toneladas de peso, respectivamente. Para reduzir o tempo e a distância de deslocamento dos trabalhadores até o local das obras, foram instalados 22 acampamentos de selva. O gasoduto foi inaugurado em novembro de 2009.

7 – Ainda sobre gasodutos: Gasoduto Campinas-Rio – meta inicial: jun/2007 – Operação em jul/2008 – Em julho de 2007 foi colocado em operação o primeiro trecho do Gasoduto entre os Municípios de Paulínia (SP) e Taubaté (SP), sendo que o segundo trecho entre Taubaté (SP) e Japeri (RJ) só entrou em operação em julho de 2008 devido a problemas de liberação de faixa e consequente necessidade de execução de variante ao projeto original no Município de Resende. E Gasene Cacimbas-Catu – meta inicial: set/2009 – Operação em Mar/2010 – O processo de obtenção da Licença de Instalação (LI) junto ao Órgão Ambiental IBAMA demandou um período adicional, devido à grande extensão do gasoduto, de 950km. A LI foi emitida em 18 de dezembro de 2007, sendo então possível assinar o contrato de Construção e Montagem do empreendimento, realizar a mobilização das empresas e executar a construção em prazo desafiador de 24 meses.

B) Por que em vários casos foram mantidos no balanço oficial do PAC o carimbo verde de ritmo “adequado”, mesmo quando as metas iniciais, não cumpridas, foram estendidas.

R. - O carimbo de “adequado” ou “preocupante” se refere ao impacto da restrição no projeto. O que caracteriza um projeto como “adequado” é quando o atraso não inviabiliza/compromete sua operação. Um projeto “preocupante” é quando a situação põe em risco a execução de uma parte ou de todo o projeto. As redefinições nos cronogramas são gerenciadas."

FONTE: publicado hoje (002/03) no blog "Fatos e Dados", da Petrobras.

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