“Sendo positiva a sentença do Tribunal Constitucional da Colômbia que invalida o acordo entre Uribe e Obama para a instalação de sete bases militares ianques naquele país, ela não pode levar à subestimação da estratégia dos EUA, defendeu Carolus Wimmer, vice-presidente do Parlamento latino-americano em entrevista a "Telesur".
O vice-presidente do Parlamento Latino-americano Carolus Wimmer, afirmou que a estratégia militar dos Estados Unidos é a longo prazo e as suas intenções não devem ser subestimadas, apesar da decisão do Tribunal Constitucional da Colômbia de anular o controvertido acordo que ambos os governos assinaram em 2009.
“A estratégia militar do imperialismo é a longo prazo e não foi uma casualidade terem aberto novas bases no Panamá e na Costa Rica, prevendo outras possibilidades (de invasão) na região passando assim a ter outras alternativas militares (…) pelo que não se devem subestimar os EUA.”, destacou nesta quarta-feira (18) Carolus Wimmer em entrevista exclusiva a Telesur.
Wimmer acrescentou que a decisão do Tribunal colombiano é um passo positivo “porque se nota que há controvérsia e diferentes visões” naquele país, sem esquecer que os EUA exercem uma forte pressão sobre a Colômbia – que tem uma grande dependência do Norte devido ao Tratado de Livre Comércio (TLC).
Para o governo de Washington, “a Colômbia é essencial pelo alcance que tem” e não descartou novas tentativas de instalar as suas bases militares, tal como fez noutras regiões do mundo.
“Para mim, os EUA têm uma visão global onde o primeiro foco é dirigido à Coreia do Norte, o segundo foco já é conhecido há nove anos e é o Iraque, o Afeganistão, que se alarga ao Paquistão, Iémen e Irã. E o terceiro foco é a América Latina”.
Acrescentou que nesta última região, os EUA chegaram com uma política muito agressiva, mas não têm tido todo o sucesso que o imperialismo querem, por o objetivo, segundo Wimmer, é “querer retomar o seu pátio das traseiras”.
O Tribunal Constitucional colombiano anulou na terça-feira o acordo formado entre os Governos da Colômbia e dos EUA em 2009, até que a iniciativa cumpra os trâmites próprios de um tratado internacional, isto é, seja aprovado pelo Congresso.
Maurício González Cuervo, presidente do Tribunal Constitucional daquele país enfatizou que o acordo militar “implica novas obrigações para o Estado colombiano, bem como uma extensão das anteriormente adquiridas, pelo que deve ter a forma de um acordo internacional”.
Nas suas palavras anteriormente traduz-se por devia ser “submetido à aprovação do Congresso da República e submetido posteriormente à aprovação do Tribunal Constitucional”.
O correspondente de Telesur na Colômbia, Angie Camacho, recordou que a sentença do Tribunal decidiu – enquanto não passar pela aprovação do Congresso da República.
Acrescentou que o presidente, Juan Manuel Santos, será designado como responsável máximo das relações internacionais para que seja ele a tomar a decisão sobre o acordo.
Maurício Gonzalez defendeu que o pessoal ou os militares que tenham chegado ao país como parte do acordo de instalação das sete bases militares deveriam abandonar a Colômbia com brevidade.
Por outro lado, o Governo colombiano disse que respeitaria o acordo, mas seria matéria de revisão à luz dos tratados internacionais.”
FONTE: “Diario.info” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=135477&id_secao=9). Republicado no portal “Vermelho”.
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