sexta-feira, 20 de agosto de 2010

EMPRESAS BRASILEIRAS COMPRAM MAIS ESTRANGEIRAS

GASTO ANUNCIADOS EM AQUISIÇÕES DE EMPRESAS DE CAPITAL EXTERNO AVANÇA 517% NO PRIMEIRO SEMESTRE ANTE 2009

Fusões e aquisições divulgadas de janeiro a junho no Brasil somam R$ 84,8 bilhões, com expansão de 43,2%

O valor anunciado para a compra de empresas estrangeiras por brasileiras cresceu 517% no primeiro semestre de 2010, passando de R$ 6,4 bilhões na primeira metade de 2009 para R$ 39,5 bilhões.

Segundo levantamento divulgado ontem pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), foram anunciadas 18 operações de janeiro a junho.

O valor é o maior já registrado num primeiro semestre desde 2006, período coberto pelo levantamento, e representa 46,6% do total movimentado por fusões e aquisições de janeiro a junho de 2010 no Brasil -R$ 84,8 bilhões, valor 43,2% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

No primeiro semestre de 2009, a compra de estrangeiras por brasileiras representou só 10,8% das operações de fusões e aquisições.

Segundo a Anbima, foram anunciadas 59 operações no primeiro semestre de 2010, 22,9% a mais do que no mesmo período de 2009 (48).

Os negócios envolvendo apenas empresas brasileiras foram os mais numerosos (25, que movimentaram R$ 17,8 bilhões). Houve também 12 aquisições de brasileiras por estrangeiras (R$ 16,8 bilhões) e quatro operações entre estrangeiras (R$ 10,7 bilhões) envolvendo aquisição de ativos brasileiros.

OPORTUNIDADE

Segundo o advogado Cesar Amendolara, responsável pela área de fusões do escritório Velloza, Girotto e Lindenbojm, as empresas nacionais viram boas oportunidades de internacionalização após a crise reduzir preços de empresas estrangeiras.

Por outro lado, o baixo crescimento dos mercados desenvolvidos atrai investimento externo para o Brasil.

"O que vemos hoje é que o fluxo de investimento é multilateral. Há empresas estrangeiras comprando aqui e brasileiras comprando lá fora."

O principal alvo das brasileiras no primeiro semestre foram as companhias europeias (12 operações), seguidas das americanas (4).

Da mesma forma, os europeus foram os que mais compraram aqui (7 operações). Destaque também para o aumento do investimento dos asiáticos (3), que superou o dos americanos (1 operação).

A maior operação de aquisição registrada no primeiro semestre foi a associação entre a Shell e a Cosan, no valor de R$ 11,6 bilhões. A segunda foi a venda dos ativos de alumínio da Vale para a Norsk Hydro, por R$ 8,5 bilhões.

Para Otávio Carneiro, sócio do Veirano Advogados na área de fusões e aquisições, o mercado continuará aquecido neste semestre. Entre as grandes operações já anunciadas está a das companhias aéreas TAM e LAN.”

FONTE: reportagem de Mariana Schreiber publicada (19/08) na Folha de São Paulo.

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