terça-feira, 3 de agosto de 2010
TROPA DOS EUA “DEIXA” O IRAQUE APÓS GARANTIR O CONTROLE DO PETRÓLEO E CAUSAR UM MILHÃO DE MORTOS
[Instituto inglês “Opinion Research Business” (ORB) já estimou que a invasão militar dos EUA e seus aliados no Iraque causou, direta e indiretamente, a morte de mais de um milhão de civis iraquianos. O pretexto inventado foi evidenciado como mentiroso: “desmantelar o forte arsenal de armas atômicas, químicas e bacteriológicas de Saddam Hussein que tinha ligações com a Al Qaeda e ameaçava destruir o mundo civilizado”.
Agora, garantido para os EUA o controle das reservas e da produção de petróleo, os norte-americanos começam a reduzir a sua presença militar naquele país, deixando um contingente de ‘apenas’ 50.000 militares para a manutenção dos ganhos alcançados.
Vejamos a seguinte reportagem da serrista, pró-EUA, Folha de São Paulo, que parece ter maquiado a realidade para dar conotação positiva, asséptica, para a decisão anunciada por Obama; ou simplesmente publicou, como seu, texto recebido da embaixada dos EUA ou de fonte da mídia da direita norte-americana:]
“EUA DEIXAM COMBATE NO IRAQUE EM 1 MÊS
Plano é manter 50 mil soldados, de 144 mil na posse de Obama, a partir de setembro; meta é saída total em 2011
Tropas terão função de planejar ações e treinar forças iraquianas; operação se chamará "Novo Amanhecer"
DE WASHINGTON
Após escândalos seguidos sobre o Afeganistão, o presidente Barack Obama tentou desviar atenções ontem para o que pode dizer de positivo sobre as guerras americanas: o fim, neste mês, da missão de combate no Iraque.
"Logo após tomar posse, anunciei nossa nova estratégia para uma transição de responsabilidade aos iraquianos. E deixei claro que, em 31 de agosto de 2010, a missão de combate dos EUA no Iraque acabaria. É exatamente o que estamos fazendo -como prometido e no prazo", afirmou Obama, em discurso para os Veteranos Deficientes da América.
A Casa Branca quer deixar apenas 50 mil soldados -dos 144 mil de quando Obama assumiu e 88 mil em maio- no país a partir de setembro. Eles terão papel de assessorar e treinar forças iraquianas, proteger pessoal civil americano e planejar operações de contraterrorismo [“terrorismo” é a denominação de qualquer ação contrária aos interesses dos EUA; no caso, no Iraque].
O nome da operação passa de Iraqi Freedom (Liberdade no Iraque) para New Dawn (Novo Amanhecer). [Esses nomes escolhidos são fortemente sarcásticos, carregados de extremo humor negro]. Para completar a transição, os EUA instalarão um novo embaixador e um novo general em Bagdá. Os 50 mil restantes saem ao fim de 2011.
O que Obama não mencionou foram os desafios a seus planos. Um deles é a própria situação da segurança, que, se está em seus níveis mais baixos desde o auge do derramamento de sangue entre 2005 e 2007, continua longe de ser considerada "normal".
Outro problema é que, quase cinco meses após eleições gerais, o Iraque ainda não formou um governo.
Por isso, e escaldada pelo fiasco do governo anterior, que disse ter "completado a missão" pouco após tomar Bagdá em 2003, esta Casa Branca teve o cuidado de não declarar vitória no Iraque.
Além disso, o ambiente é pouco propício a tais declarações, pouco após um vazamento de documentos secretos revelar fracassos no Afeganistão e de o general americano em Cabul ser trocado.
"Continuaremos a enfrentar enormes desafios no Afeganistão. Mas estamos avançando e temos objetivos alcançáveis", disse Obama.
Prometeu ainda acelerar benefícios e melhorar atendimento médico aos veteranos das guerras. Os EUA têm quase 2 milhões de veteranos que serviram no Iraque e no Afeganistão, o maior número desde a Guerra do Vietnã.”
FONTE: publicado hoje (03/08) pela Folha de São Paulo [título, imagem e trechos entre colchetes colocados por este blog].
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