“Ao participar da posse da nova diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) quarta-feira (17/11), em evento realizado em Brasília (DF), o presidente Lula deu um conselho: procurar a presidente Dilma Rousseff assim que ela montar o novo governo para discutir, juntamente com o novo ministro do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, um calendário de viagens pelo mundo para vender os produtos brasileiros lá fora. “Não existe outra hipótese de a gente ganhar competitividade se a gente ficar aqui esperando”, afirmou Lula, lembrando aos presentes que a guerra cambial promovida pelos Estados Unidos e China coloca desafios comerciais gigantes para o Brasil no mercado externo.
“Tenho conversado muito com o ministro Mantega e a nossa companheira Dilma, e nós estamos trabalhando preocupados com o que está acontecendo com os Estados Unidos e a China. O fato de duas economias desse tamanho tentarem fazer a sua competitividade desvalorizando suas moedas não é correto e não é justo para o comércio internacional”, enfatizou Lula, sob aplausos da plateia que lotou o Centro de Convenções Brasil 21 na capital federal.
O presidente afirmou que o Brasil terá um superávit comercial de cerca de US$ 16 bilhões e que esse é um bom número, mas que o momento não é de contentamento. É importante a indústria brasileira construir não só sua pauta de reivindicação para o próximo governo, mas também a pauta de negociação. “Não temos o direito de jogar fora as nossas conquistas… Eu tenho certeza de que a presidente Dilma tem a mesma vontade, igual ou mais do que eu… Trabalhem que o Brasil merece!”, conclamou. “Quem viver a partir de 2011, vai viver um novo país.”
Lula também falou sobre sua expectativa em relação à discussão da reforma tributária no Congresso Nacional a partir do ano que vem. O presidente está convicto de que o País está mais maduro e consciente, e que por isso haverá mais maturidade para se fazer a reforma. “Porque é o segundo projeto que a gente manda para lá e chega lá não acontece nada. Como se tivesse um inimigo oculto que todo mundo é favorável a entrar e quando entra desaparece a vontade”, criticou. Ele só espera que governo, trabalhadores e empresários sentem-se à mesa para negociar os pontos dessa reforma sem que haja prejuízo para nenhuma das partes:
"Eu não quero nem ajudar os trabalhadores prejudicando os empresários, nem ajudar os empresários prejudicando os trabalhadores. É preciso construir um denominador comum porque vocês sabem que é a única forma de a gente fazer as coisas bem feitas e consolidar o processo democrático neste País".
Na primeira parte de seu discurso, em que leu um texto previamente preparado para a ocasião, Lula falou do diálogo que sempre manteve com os industriais brasileiro, em reuniões ou eventos, que permitiu a ele conhecer melhor as reivindicações e propostas do setor, e aproveitou para parabenizar Armando Monteiro Neto, que está deixando a presidência da CNI, pelos serviços prestados:
"Que a intensa e produtiva relação entre o Governo Federal e a CNI representados até agora pelos pernambucanos Armando Monteiro Neto e Luiz Inácio Lula da Silva – seja ainda mais virtuosa quando dois mineiros – Dilma Rousseff e Robson Braga de Andrade – estiverem no comando durante os próximos anos".
Lembrou ainda o amigo e economista Celso Furtado ao dizer que desenvolvimento é assumir o comando do próprio destino e o Brasil está seguindo firme por este caminho, atacando de frente a desigualdade social que sempre emperrou o País. “A sociedade brasileira desatou esse nó de dupla volta. E o País de fato mudou”, disse.
O mercado interno brasileiro, afirmou Lula, agora é amplo, vigoroso e com emprego e renda em alta, além de contar com amplo e eficiente conjunto de políticas sociais. O consumo popular, destacou, é responsável hoje por 46% da renda nacional, e o crescimento do investimento em máquinas e edificações indica que há boas perspectivas de um longo ciclo de desenvolvimento no Brasil. O governo, ao investir fortemente em educação, vem garantindo também a formação da juventude, que terá capacitação para as oportunidades que surgirão no horizonte nos próximos anos.”
FONTE: reportagem de Amanda Cieglinski publicada pela Agência Brasil (http://blog.planalto.gov.br/2011-e-o-ano-de-viajar-ainda-mais-para-pais-ganhar-competitividade/#more-19037).
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