sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PARA JOBIM, PROCESSO DE COMPRA DE CAÇAS PODE DURAR MAIS UM ANO


“O processo de contratação da empresa estrangeira que vai fornecer os 36 caças que vão equipar a Força Aérea Brasileira (FAB) não vai se encerrar este ano. O fim do mandato do presidente Lula vai marcar a escolha inicial da empresa fornecedora, mas já vai incluir a presidente eleita, Dilma Rousseff, justamente porque vai se estender por seu mandato. Após a decisão sobre a empresa, o governo brasileiro precisará garantir que serão atendidas todas as exigências para o fornecimento dos caças, principalmente os termos de transferência de tecnologia. Por isso, o processo de negociação comercial tende a ser longo, acredita o ministro.

Após a escolha da empresa, a Força Aérea iniciará uma série de discussões técnicas para estabelecer as exigências de transferência de tecnologia. "Não estamos comprando aviões, estamos aprendendo a fazer. Estamos comprando tecnologia para capacitação nacional. Só se vai saber se a empresa escolhida vai cumprir ou não quando sentarmos-nos à mesa para assinar o contrato", disse o ministro. Ele participou VII Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Por isso, ele acredita que, mesmo após a decisão inicial de qual deverá ser a empresa a fornecer os caças ao Brasil, esse nome ainda poderá mudar. "O que pode acontecer, eventualmente, é que os presidentes (Lula e Dilma) decidam por uma solução, mas na hora de sentar e discutir os itens encontrem problemas. Isso é um processo. A questão dos submarinos, por exemplo, levou praticamente um ano de discussão", lembrou.

Ou seja, o processo interno por que o país vem passando é somente um primeiro passo. A partir do momento da escolha, há um segundo momento, de negociação comercial, com os requisitos que o avião precisa ter e o nível de transferência de tecnologia exigido pelo Brasil. "Se houver essa decisão no fim do ano, é um processo que seguramente vai levar até outubro, novembro", acredita Jobim.

O presidente Lula já demonstrou preferência pelos caças franceses. Mas há outras opções, como o avião sueco e o americano. Questionado se a presidente eleita, Dilma Rousseff, compartilha da mesma posição, o ministro disse que nãos e trata de preferência sobre um ou outro, "não é questão de ser belo ou feio".

"É questão de saber quem está disposto a transferir tecnologia ao Brasil e capacitar o Brasil na negociação. Se não houver disposição de capacitação nacional, no meu ponto de vista e no ponto de vista da estratégia nacional de Defesa, não há conversa", frisou.

Nelson Jobim disse que todas as empresas que fizeram propostas para o governo brasileiro se dizem dispostas a transferir tecnologia, mas "uns têm mais possibilidades, outros menos". "E isso vai ser decidido pelo presidente", disse.”

FONTE: reportagem de Juliana Ennes publicada no jornal “Valor Econômico” e transcrita no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/01_lz/fx2/101104_vlr_mais_um_ano.html) [foto do Rafale colocada por este blog]

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