segunda-feira, 7 de março de 2011

RESPOSTA DA PETROBRAS AO “ESTADÃO”


ESTADÃO: “PETROBRAS DEVE R$ 46 BILHÕES A BANCOS OFICIAIS”

“Sobre a matéria “Petrobras deve R$ 46 bi a bancos oficiais”, publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, confira, abaixo, as respostas encaminhadas pela Petrobras ao veículo.

Pergunta: Em 2006, a Petrobrás tinha um crédito com os bancos públicos de R$ 2,5 bilhões. Esse indicador se transformou em um débito de R$ 4,5 bilhões em 2007, R$ 18,7 bilhões em 2008 e saltou para R$ 44,7 bilhões em 2009 e atingiu R$ 46,3 bilhões em 2010. Imagino que a virada e o expressivo crescimento foram provocados pela crise, quando o mercado internacional fechou. É isso?

Resposta:
O aumento do endividamento de uma forma geral está relacionado à maior necessidade de captações para o financiamento do crescimento da Companhia. Até 2006, a Companhia teve o endividamento total reduzido. Mas, com o crescimento dos investimentos, a partir de 2007, a Petrobras foi buscar recursos adicionais. Isto ocorreu por intermédio de bancos internacionais, já que a Companhia não tinha oportunidade de captar com os bancos nacionais, até então.

Em virtude de melhora da economia brasileira em geral, os bancos foram liberados para emprestarem para a Petrobras.

Dessa forma, a Resolução 3628 do Conselho Monetário Nacional de 30/10/2008 permitiu à Petrobras o acesso ao credito de bancos brasileiros públicos e privados (antes restrito por força de contingenciamento imposto aos bancos brasileiros na concessão de créditos ao setor público) explicam o aumento dos empréstimos com BNDES e CEF.

Pergunta: O fato de os empréstimos se manterem em 2010 é porque são de longo prazo?

Resposta:
Sim.

Pergunta: Qual o montante e com qual banco os empréstimos são de longo prazo e qual o montante e com qual banco são para capital de giro?

Resposta:
A Petrobras não toma recursos para capital de giro. Nas demonstrações financeiras de 2010, a Companhia apresentou um percentual de 13% de empréstimos de curto prazo e 87% de longo prazo.

Pergunta: Os empréstimos da Petrobrás com o BNDES são de 30 anos. Durante esse período, não vai haver redução dessa exposição?

Resposta:
A Companhia captou recursos pelo prazo de 30 anos somente no mercado de capitais internacional, sendo esses com pagamentos apenas no final do período. O prazo mais longo do financiamento captado junto ao BNDES foi de 20 anos no momento da contratação e os outros empréstimos com o Banco são de prazos menores para projetos específicos. A maior parte dos recursos tomados junto ao BNDES é amortizável ao longo dos respectivos prazos, o que resultará em redução da exposição hoje existente.

Pergunta: Os empréstimos com a CEF aumentaram e com o BB caíram. O que ocorreu em cada um desses casos?

Resposta:
A Petrobras analisa cada proposta de financiamento individualmente, dando curso àquelas que se mostrarem mais adequadas no momento de sua contratação. Dada a sua gama de produtos e atuação voltada para negócios, o Banco do Brasil sempre foi parceiro da Petrobras, enquanto o relacionamento com a Caixa só se iniciou a partir da Resolução do CMN supracitada e da diversificação forma de atuação de Caixa.

Pergunta: Relatórios dos investidores estão questionando a capacidade da Petrobrás de cumprir seus investimentos com o atual caixa. Como vocês respondem isso?

Resposta:
O Plano de Negócios 2010-2014 apresenta as fontes de recursos esperadas para o financiamento dos investimentos da Companhia, estimado em US$ 224 bilhões para o período. A principal fonte de recursos para o financiamento desses investimentos é a própria geração de caixa pelas atividades operacionais da Companhia (US$ 155 bilhões), complementada pela recente capitalização, que somada com as captações de recursos através de operações de divida devem suprir as necessidades da Companhia.

Pergunta: Barbassa admitiu que uma parte dos investimentos previstos não será executada como em todos os anos. Somente isso é capaz de equilibrar a conta?

Resposta:
Na apresentação dos resultados de 2010 foi mencionado que os investimentos de 2010 foram de R$ 76,4 bilhões , contra um valor originalmente estimado de R$ 88,54 bilhões. O que foi comentado é que, historicamente, o Plano Anual de Investimentos não é 100% executado, por questões referentes a possíveis atrasos em alguns projetos.

Pergunta: Barbassa afirmou que a Petrobrás vai precisar captar US$ 17 bilhões até 2014 para cumprir seus investimentos e citou o BNDES como possível fonte. A empresa pensa em captar esse dinheiro junto aos bancos públicos? Mas o orçamento dos bancos públicos, particularmente do BNDES, não está muito apertado?

Resposta:
A afirmação do Diretor é de que a Companhia irá captar US$ 17 bilhões de recursos novos, adicionalmente à rolagem da dívida que tem vencimento nesse período. Como sempre, a Companhia irá buscar recursos onde houver disponibilidade, a custos e prazos adequados, no país e no exterior, não somente junto a bancos, mas principalmente nos vários mercados de capitais em diferentes moedas, Agências de Crédito de Exportação etc.

Pergunta: Qual é a exposição da Petrobrás aos bancos privados? É maior ou menor que aos públicos?

Resposta:
A Petrobras não faz a classificação de acordo com essas categorias, até porque alguns desses financiamentos se enquadram em critério misto (agentes de crédito de exportações, CDBs , por exemplo)

Pergunta: Os recursos captados no BNDES, BB e CEF são mais caros ou mais baratos que os recursos privados? Com as baixas taxas de juros internacionais hoje, valeria à pena pagar o BNDES mais cedo e captar lá fora?

Resposta:
A Petrobras é captadora líquida de recursos no mercado. Conforme informado acima, a Companhia pretende captar mais US$ 17 bilhões até 2014.

São observadas as diversas oportunidades do mercado, e realizadas diferentes captações de forma que o custo médio da dívida da Companhia esteja em linha com as expectativas de custo de captação.

Cabe ressaltar que, nesse contexto, as dívidas são “carregadas” pela Petrobras até os vencimentos.

Pergunta: O balanço diz que o endividamento líquido da Petrobrás em 2010 foi de R$ 62,07 bilhões. Com os bancos públicos, chegou a R$ 46,3 bilhões. Isso significa que os bancos públicos responderam por 74,6% do endividamento da Petrobrás. Está correto isso?

Resposta:
O endividamento líquido é o total da dívida menos o caixa. A comparação que você pretende fazer, neste caso, deveria ser feita com o endividamento total, que em 2010, somou R$ 117,915 bilhões.

A Petrobras não confirma esse montante relativo ao que você classifica de “endividamento líquido com bancos públicos”. Esses números não constam no Relatório ao Mercado Financeiro relativo ao exercício de 2010.”

FONTE: blog “Fatos e Dados”, da Petrobras (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2011/03/06/emprestimos-respostas-ao-estadao/#more-36965).

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