quarta-feira, 8 de junho de 2011

AERONAVES NÃO TRIPULADAS NA FAB

Esquadrão Hórus, sediado em Santa Maria (RS), inaugura nova era na aviação militar brasileira

FAB CRIA ESQUADRÃO DE AERONAVES REMOTAMENTE PILOTADAS

“Na mitologia egípcia, Hórus é divindade com cabeça de falcão com dois olhos que representam o sol e a lua. Com esse poder, é o deus dos céus, vencedor na batalha contra o deus do caos e, por isso, o rei dos vivos. Desde o dia 26 de abril, Hórus também é o nome da mais nova unidade da Força Aérea Brasileira, o 1°/12° GAV, sediado na Base Aérea de Santa Maria e equipado com as “Aeronaves Remotamente Pilotadas” (ARP), como também são chamados os “Veículos Aéreos Não-Tripulados” (VANT) no Brasil.

O 1°/12° GAV é a primeira unidade aérea do país a operar esse tipo de aeronave. O Esquadrão Hórus conta, hoje, com dois modelos Hermes 450, com capacidade de voar a mais de cinco mil metros de altitude e levar carga útil de 150 kg. O equipamento pode cumprir missões de busca, controle aéreo avançado e reconhecimento, com a vantagem de voar por longos períodos com revezamento de tripulações que não ficam expostas ao fogo hostil.

Como o deus egípcio Hórus, a principal faceta do Hermes 450 é a sua capacidade de observar seus objetivos de forma privilegiada. “A ARP Hermes 450 tem vídeo em tempo real. Você vê a ação acontecendo”, explica o Tenente-Coronel Aviador Paulo Ricardo Laux, comandante da unidade. A novidade é que os dados agora são gerados e transmitidos na mesma hora. “Antes, a gente planejava, decolava, voava e depois processava os dados. Hoje, temos que gerenciar simultaneamente a coleta, análise e difusão da informação. O processo se funde”, afirma o comandante da unidade.

As aeronaves remotamente pilotadas irão trabalhar de forma conjunta com os outros aviões de reconhecimento, como R-99, R-35 e RA-1. “Cada um tem o seu próprio nicho. O grande gol da ARP é a capacidade de permanecer no acompanhamento dos alvos por mais tempo. Com duas aeronaves, podemos nos manter 24 horas sobre a área de interesse”, afirma o comandante do 1°/12° GAV.

Com sistemas eletro-óticos capazes de localizar e acompanhar alvos tanto de dia quanto de noite, o Hermes 450 poderá ser utilizado, também, em tempos de paz, para realizar buscas e apoiar missões de “Garantia da Lei e da Ordem”.

O Esquadrão Hórus foi criado como resultado do “Grupo de Trabalho Victor”, que, durante um ano, operou os Hermes 450 experimentalmente para estudar o emprego das ARP na Força Aérea Brasileira.

Além de Santa Maria, há planejamento para que novas unidades sejam criadas nos próximos anos em bases da Força Aérea nas regiões Norte e Centro-Oeste.

FICHA TÉCNICA

Peso de decolagem: 450 quilos; Comprimento: 6 metros; Envergadura: 10 metros; Carga Útil: 150 quilos; Autonomia: Até 16h; Teto Operacional: 18.000 pés; Velocidade máxima: 170 km/h.

PILOTAR SEM SAIR DO CHÃO

Os pilotos que compõem o efetivo do Esquadrão Hórus vivem situação inédita na Força Aérea: cumprem missões no solo sem efetivamente guarnecer aviões. Isso não quer dizer que eles não pilotem. O termo “Aeronave Remotamente Pilotada” (ARP), criado como uma categoria de “Veículo Aéreo Não-Tripulado”, ressalta exatamente o papel do controle do piloto em solo.

Para o Tenente-Coronel Paulo Ricardo Laux, o voo da ARP é um desafio a mais para os aviadores. “O primeiro aspecto é em relação à consciência situacional. Você precisa estar focado nos sensores. É voo por instrumentos. A execução da missão dá outra dimensão, é estimulante”, afirma. Além da aeronave em si, uma ARP inclui, também, sistemas em solo que permitem o controle, a telemetria e recepção das imagens. Por esse motivo, é também chamada de “Sistema ARP”, que envolve o aparato necessário para manter o controle da missão. Todo o conjunto também pode ser transportado a bordo de aviões, o que permite ao Esquadrão Hórus deslocar-se para qualquer região do país.”

FONTE: portal da FAB. Transcrito no portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/aeronaves-nao-tripuladas-na-fab#more).

4 comentários:

Probus disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Probus,
Apesar da imprecisão no comentário do Eugênio Issamu, pois há diferentes VANTs para diferentes requisitos de missão, e os já desenvolvidos no Brasil são bons para certas missões, mas não cumprem o que o Hermes 450 faz, vejo um forte aspecto positivo nas palavras do Eugênio. Em resumo, conceitualmente, ele advoga atender nossas necessidades com soluções nacionais. Eu também. Sempre que possível. O problema, como no caso do Hermes 450 e, mesmo, do FX2, é que conceber, desenvolver, testar e produzir em série nova aeronave tecnologicamente avançada é muito dispendioso e consome 5, 10, 15 anos, e as necessidades brasileiras são prementes. Fazer no país, a longo prazo sempre é frutífero, pelo espraiamento de inovação e agregação de valor que o projeto causa em centenas de produtos civis.
Maria Tereza

Probus disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Probus disse...

Maria Tereza, tem mais estas matérias interessantes sobre os VANTs fabricados no BraSil, confesso que eu já acompanho estes projetos há um bom tempo.

Vant VT15 do Exercito Brasileiro terá sistema de gestão da 'Amper' espanhola
http://moraisvinna.blogspot.com/2010/09/vant-vt15-do-exercito-brasileiro-tera.html

VANT deve ser usado na segurança pública até 2014
http://moraisvinna.blogspot.com/2010/11/vant-deve-ser-usado-na-seguranca.html

FINEP ajuda a desenvolver o VANT Brasileiro
http://moraisvinna.blogspot.com/2009/03/finep-ajuda-desenvolver-o-vant.html