segunda-feira, 17 de novembro de 2008

COLÉGIO MILITAR

Alguns parentes meus cursaram Colégio Militar e, depois de formados, passaram a elogiar a qualidade e o método de ensino da instituição. Sobre esses colégios, li no fim de semana o seguinte artigo de Demétrio Weber da Agência O Globo publicado 6ª feira no jornal Gazeta Mercantil:

COLÉGIOS MILITARES BASEIAM ENSINO NA DISCIPLINA

“Brasília – Como num quartel, hierarquia e disciplina para aprender. Eis a receita dos colégios militares, onde há regra para tudo e estudar é quase uma obsessão. O rigor dá bons resultados em vestibulares e exames do Ministério da Educação. Das 20 escolas com mais alto Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na parte final do ensino fundamental, nove são mantidas pelo Exército. Cinco estão também entre as 20 melhores do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O Exército mantém 12 colégios militares no Distrito Federal e em nove Estados, entre eles Pernambuco. Eles atendem 14.400 estudantes das séries finais do fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio.

O de Brasília é o maior, com 3.400 estudantes. O custo mensal por aluno é de R$ 1.100 no ensino médio e R$ 950 no fundamental. O governo banca cerca de 90% das despesas.

É cobrada mensalidade de R$ 120. Em contrapartida, os alunos contam com uma estrutura semelhante à das melhores escolas particulares. Mas o espírito da caserna está por todos os lados.

Na escola militar, os meninos devem cortar o cabelo a cada 15 dias. As meninas têm três opções: rabo de cavalo, coque ou estilo chanel, na altura do ombro.

Para ir de uma sala a outra, os estudantes andam em fila, acompanhados por um monitor. Antes do professor entrar em sala, o líder da turma põe os colegas em posição de sentido.

Alunos batem continência ao entrar na escola. Às sextas-feiras, cantam o Hino Nacional e hasteiam a bandeira. Professores militares, quase tão numerosos quanto os civis, vestem farda e usam coturno. O diretor é chamado de comandante.

As salas de aula têm nomes. No Colégio Militar de Brasília, uma delas é a Urutu. O auditório foi batizado de Presidente Castelo Branco. No pátio, há a frase “Brasil acima de tudo”.

A hierarquia serve ainda de estímulo ao estudo. Os jovens com as melhores notas ganham patentes. A mais alta é a de coronel-aluno, reservada ao estudante do 3º ano do ensino médio com melhor desempenho na série anterior.


No 2º ano, por sua vez, há o aluno-capitão. E assim sucessivamente. Quem tira notas acima de 8 em todas as disciplinas usa um adereço no ombro. Os três primeiros colocados no ano recebem medalhas.

O aluno-capitão Lucas Daniel Gonzaga de Freitas, de 16 anos, está no 2º ano e coleciona medalhas de ouro e prata nas olimpíadas de matemática, física, química e astronomia. Quer ser engenheiro eletrônico e já faz pré-vestibular. Lucas não vê problema nas exigências disciplinares, como a que prevê coque para as meninas em solenidades: “É normal, porque a gente tem que cumprir as regras. Imagina uma formatura e todo mundo diferente”.

O acesso à rede de escolas militares se dá de duas formas: filhos de militares transferidos têm vaga garantida e respondem por 63% das matrículas. Os demais precisam passar num vestibular. Em Brasília, há 30 candidatos por vaga no ensino médio e 20 no fundamental.”

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