sexta-feira, 5 de março de 2010

GRÃ-BRETANHA ENDURECE SUA POSIÇÃO SOBRE AS MALVINAS

"REPRESENTANTE BRITÂNICA REAFIRMA DEFESA DE MALVINAS

A líder da Câmara dos Comuns e ministra britânica para Mulheres e Igualdade, Harriet Harman, disse hoje que seu país não desistirá de defender as Ilhas Malvinas no caso de um confronto com a Argentina, que reclama a posse do arquipélago.

"Não há dúvida sobre a soberania das Falkland [como o território é chamado pelos ingleses], não há dúvida sobre seu direito para a "autodeterminação" [dos soldados britânicos para lá levados e seus descendentes] e não há dúvida que serão completamente defendidas", afirmou Harman, que substituiu o primeiro-ministro Gordon Brown na sessão semanal de perguntas e respostas na Casa.

A Grã-Bretanha ocupou as ilhas, localizadas no Atlântico Sul, em 1833. Desde então, a Argentina reivindica a devolução do território, que haviam sido herdado da Espanha na época da colonização. Recentemente, o conflito ganhou novas proporções com a decisão britânica de explorar petróleo e gás na região, o que contraria uma resolução da ONU.

Para refutar os argumentos argentinos, o país europeu sempre defendeu o "princípio da autodeterminação dos povos", segundo o qual a população de uma 'nação' tem direito à soberania e à liberdade de decidir sobre seu futuro, independente de influências estrangeiras [no caso, os britânicos chamam de "nação" as ilhas que invadiram e ocuparam militarmente, expulsando os argentinos, e defendem o direito dos invasores à "autodeterminação"...].

A Argentina refuta essa visão alegando que as Malvinas são uma unidade de seu território, e que a autodeterminação não pode ser aplicada a frações [invadidas] de um país.

As palavras de Harman foram uma resposta ao parlamentar Gerald Kaufman, que afirmou que a Guerra das Malvinas (1982) ocorreu depois que o governo conservador da então premier Margaret Thatcher "retirou as patrulhas do [navio] HMS Endurence e ofereceu entregar a soberania das Falkland ao ditador fascista [Leopoldo] Galtieri".

Na época, Grã-Bretanha e Argentina estavam com negociações avançadas para resolver o impasse a partir da mediação dos Estados Unidos. A nação sul-americana, porém, invadiu as ilhas e tentou recuperar o território à força, interrompendo as conversas diplomáticas. A medida visava angariar o apoio popular dos argentinos ao decadente regime militar em vigor, mas os britânicos saíram vencedores, precipitando a derrocada da ditadura [essa é a versão pejorativa que os ingleses e seus aliados difundiram na imprensa mundial. Para os argentinos, independentemente de Gualtieri, tratava-se de recuperar seu território invadido por potência estrangeira].

Kaufman instou Harman a "reafirmar ferrenhamente a lealdade do governo" ao povo das Malvinas e "defender seus desejos e direitos". A população das ilhas é formada por kelpers, descendentes dos primeiros [militares] britânicos que chegaram à região e de lá expulsaram os nativos argentinos.

Nesta semana, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que seu país estaria disposto a fazer a mediação do conflito novamente. A oferta, porém, foi rechaçada pelo governo britânico.

"Tornamos perfeitamente claro que não acreditamos que haja necessidade de negociação ou discussão porque não há nada a discutir em termos de soberania das Ilhas Falkland, que deveria ser uma questão de 'autodeterminação' [sic!] e somente isso", declarou ontem o subsecretário de Estado para as Relações Exteriores do país europeu, Chris Bryant."

FONTE: publicado pela agência italiana de notícias ANSA (Agenzia Nazionale Stampa Associata) e postado no site "Defesa@Net" [título e trechos entre colchetes colocados por este blog].

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