quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A “SURPREENDENTE” MUDANÇA DO “JORNAL NACIONAL”


Este blog ‘errou’. Na postagem imediatamente anterior a esta, previmos muitas coisas que vieram a ocorrer exatamente ao contrário do por nós imaginado.

Antevimos, para a entrevista de hoje à noite com o candidato Serra, que haveria honesta coerência no comportamento de William Bonner e Fátima Bernardes. Escrevemos que ele seria o mesmo das entrevistas de ontem e anteontem, respectivamente com Marina Silva e Dilma Rousseff.

Porém, erramos. Os entrevistadores não agiram da mesma forma que adotaram com Dilma e Marina. Não foram insistentes em acusações, agressivos, utilizadores de boa parte do tempo para afirmar erros e defeitos do partido e do entrevistado, sem deixar espaço para defesa. Não repetiram as constantes interrupções da resposta para inserir novos ataques. Assistimos para com Serra total transformação...

Bonner e Fátima foram reverentes, educados, gentis, respeitosos com o candidato tucano. As raras, delicadas e aparentes interrupções ocorreram apenas para reforçar os argumentos do entrevistado ou para repetir acusações ao PT (partido do “mensalão” etc). Não foram “pitbull”, foram meigos totozinhos de colo.

Não houve a menor menção, nem em pensamento, ao “à vistão”, isto é, ao escândalo da compra à vista de votos para a reeleição de FHC/PSDB, nem ao “mensalão tucano” (carinhosamente apelidado pela mídia de “antigo mensalinho mineiro”), nem ao “mensalão do DEM”, partido aliado carnal dos tucanos, nem referência à tradição do tucanato de governar somente para os ricos, de ser neoliberal, conservador e privatista (para estrangeiros) do patrimônio público.

Escutamos pela enésima vez as mentiras de Serra. Tentou roubar a autoria do Programa Nacional de Combate à AIDS, oriundo dos trabalhos dos médicos Pedro Chequer, Euclides Castilho, Luís Loures e Celso Ferreira Ramos Filho (desde os anos 80) e da coordenação realizada dentro do Ministério da Saúde, no início da década de 90, pelo ex-ministro Adib Jatene e pela bióloga Dra. Lair Guerra de Macedo Rodrigues. Chamou para si os louros do Programa dos Genéricos, criado pelo médico e então Ministro da Saúde Jamil Haddad (PSB/RJ) em 1993. E outras gabolices, como autor de "mutirões".

Somente não deu tempo para Serra ao final completar, mesmo com a benevolente prorrogação, o velho, lacrimoso e autocomovente discurso de que é pobre da Mooca e filho de feirante.

Enfim, comparando-se com as entrevistas com Dilma e Marina, assistimos com Serra um show de doçura do JN, e com evidências de ensaiado.

A única coisa que acertamos na postagem anterior foi o suave e feliz sorriso de Nona Lisa não escondido no final pelos entrevistadores.

Deixemos de lado a ironia da postagem anterior. Em resumo, o que houve foi a previsível e total coerência da direitista Rede Globo, que há sete anos e meio luta, como outros órgãos da grande imprensa brasileira, pela volta da direita ao poder, pela volta do PSDB/DEM com a eleição de Serra.

Graças a Deus as pesquisas indicam que isso não ocorrerá.

FONTE: este blog.

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