sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SANTAYANA ANALISA MARINA. "MADE IN USA"


Cameron e Al Gore adoram a Marina

“O ‘Conversa Afiada’ republica texto de Mauro Santayana:

AS DUAS FACES DA CANDIDATA

Jornal do Brasil

“O súbito interesse, de alguns meios de comunicação e de setores empresariais poderosos, pela candidatura da senadora Marina Silva, recomenda aos nacionalistas brasileiros alguma prudência. A militante ecológica é apresentada ao país como a menina pobre, da floresta profunda, que só se alfabetizou aos 16 anos e fez brilhante carreira política. Tudo isso é verdade, mas é preciso saber o que pensa realmente a senadora do Brasil como um todo.

Convém lembrar que a senhora Silva (que hoje se vale do sobrenome comum para atacar Dilma Rousseff) esteve associada a entidades internacionais, e recebeu o apoio declarado de personalidades norte-americanas, como Al Gore e o cineasta James Cameron.

James Cameron, autor de um filme de forte simbolismo racista e colonialista, 'Avatar', intrometeu-se em assuntos nacionais e participou de encontro contra a construção da represa de Belo Monte. A respeitável trajetória humana da senadora pelo Acre não é bastante para fazer dela Presidente da República. Seu comportamento político, ao longo dos últimos anos, suscita natural e fundada desconfiança dos brasileiros.

Seus admiradores estrangeiros pregam abertamente a intervenção na Amazônia, “para salvar o mundo”. Não são os ocupantes do vasto território que ameaçam o mundo. São as grandes potências, com os Estados Unidos de Gore em primeiro lugar, que, ao sustentar grandes e bem equipados exércitos, pretendem governar todos os povos da Terra.

Al Gore, que festejou a candidatura verde, é o mesmo que pron unciou, com todas as sílabas, uma frase reproduzida pela imprensa: “Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é só deles, mas de todos nós”. Desaforo maior é difícil. Ninguém, de bom senso , quer destruir a Natureza, e será necessário preservar a vida em todo o planeta, não só na Amazônia.

A senadora Marina Silva tem sido interlocutora ativa das ONGs internacionais, tão zelosas em defender os índios da Amazônia e desdenhosamente desinteressadas em ajudar os nativos da região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, dizimados pela doença, corrompidos pelo álcool e, não raras vezes, assassinados por sicários. Argumente-se, em favor da senadora, que o seu fervor quase apostólico na defesa dos povos da Floresta dificulta-lhe a visão política geral.

Mas seu apego a uma só bandeira, a da ecologia radical, e o fundamentalismo religioso protestante que professa, reduz em as perspectivas de sua candidatura. Com todos os seus méritos e virtudes, não é provável que entenda o Brasil em toda a sua complexidade, em toda a sua inquietude intelectual, em toda a sua maravilhosa diversidade regional. As conveniências da campanha eleitoral já a desviaram de alguns de seus compromissos juvenis.

Esse seu pragmatismo está merecendo a atenção do ex-presidente Fernando Henrique, que pretende um segundo turno com a aliança entre Serra e Marina. Como sempre ocorre com os palpites políticos do ex-presidente, essa declaração é prejudicial a Serra e, provavelmente, também a Marina.

Ela, vista por muitos como inocente útil daqueles que nos querem roubar a Amazônia, é vista pelo ex-presidente como inocente útil da candidatura dos tucanos de São Paulo.

É possível desculpar a ingenuidade na vida comum, mas jamais aceitá-la quando se trata das razões de Estado. José Serra poderia ter tido outro desempenho eleitoral, se tivesse desouvido alguns de seus aliados, como Fernando Henrique, que lhe debitou a política de privatizações, e Cesar Maia, que lhe impôs o inconveniente e troglodita Indio da Costa como vice.

O apego de Marina a uma só bandeira e o fundamentalismo religioso não a ajudam."

FONTE: publicado no portal “Conversa Afiada” de Paulo Henrique Amorim (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2010/09/30/santayana-analisa-marina-made-in-usa/).

2 comentários:

Anônimo disse...

Trata-se da candidata laranja, digo verde, candidatura construída e inflada pelo cartel da mídia, na medida certa para conseguir apoio de uma parcela da velha classe média udenista que de má vontade estava apoiando Dilma apenas face o estrago promovido pelo governo anterior demo-tucano, e que ficou "chocada" com o noticiário oportunista do oligopólio midiático.
Essa parcela de eleitores devidamente "convencidos" a votar na candidata laranja, digo verde, não possui crítica nem visão do processo político, agindo, votando, por impulso mediante qualquer manipulação, mesmo bisonha, baseada em fatos inverídicos ou meias verdades, insistentemente noticiadas pelo baronato da imprensa numa tentativa de obter um segundo turno nas eleições presidenciais que dê esperanças a direita excludente.
Depois dessa campanha eleitoral do partido de Gabeira, que manteve apoio a Serra e a Marina simultaneamente, do Feldman o tucano verde de SP e do trampolim armado pelo PV com apoio da mídia majoritária, para tentar um segundo turno do qual certamente não faria parte, o partido poderia pensar em mudar sua cor de verde para laranja, de maneira a adequar sua coloração à sua ação político-eleitoral.

Unknown disse...

Chico Serrito,
Perfeito o seu comentário. No conteúdo e na forma. Acresce valor ao conceito da postagem original. Obrigada
Maria Tereza