sexta-feira, 15 de outubro de 2010

SATÉLITE BRASIL-CHINA CBERS-3 SERÁ LANÇADO EM NOVEMBRO DE 2011

“A próxima versão do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, o CBERS-3, será lançada em novembro do próximo ano, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara.

A previsão de Câmara foi feita quarta-feira, dia 13, durante a reunião de cúpula do Comitê de Satélites de Observação da Terra (CEOS), no Rio de Janeiro. O INPE ocupa atualmente a presidência do Ceos.

Em 12 de maio deste ano, o INPE anunciou o fim de operações do CBERS-2B, com o qual perdeu contato desde março. Os atrasos no cronograma de lançamento do CBERS-3 estariam relacionados com o embargo à venda de componentes eletrônicos de aplicação espacial, imposto à China pelos Estados Unidos, segundo reportagem do jornal "Valor Econômico" publicada em maio. A próxima versão do satélite será lançada da China, assim como os CBERS-1, CBERS-2 E CBERS-2B.

"Enquanto isso, estamos usando imagens dos satélites norte-americano, o Landsat, e indiano, o Resourcesat", disse Câmara, em entrevista coletiva quarta-feira (13). "A Índia está presente aqui e confirmou a disposição de renovar o acordo de recepção de dados, de tal forma que o novo satélite indiano vai poder ser usado", completou Câmara, referindo-se ao Resourcesat-2, a ser lançado no fim deste ano.

Segundo Câmara, os acordos para compartilhamento de dados entre as agências garantem o monitoramento do solo brasileiro. "Os dados desses satélites suprem as necessidades. Naturalmente, gostaríamos de ter mais dados, mas a tendência é que a próxima geração de satélites de observação da Terra aumente muito a quantidade e a qualidade de informações que a gente presta para o Brasil", afirmou o diretor do INPE.

O compartilhamento de dados de monitoramento terrestre via satélite é uma das principais agendas do CEOS. Em 2004, o INPE foi pioneiro ao disponibilizar imagens de satélite gratuitamente, para usuários de todo o mundo. Dois anos depois, a NASA, agência espacial dos Estados Unidos, adotou iniciativa semelhante.

Também durante a entrevista coletiva, o secretário-geral do Grupo sobre Observações da Terra (GEO, na sigla em inglês), José Achache, destacou o acesso a dados livres como ponto crítico da cooperação científica entre agências espaciais do mundo todo. O GEO reúne 84 países e trata de todo o tipo de monitoramento sobre a Terra (não apenas o espacial).

Gilberto Câmara também destacou avanços em negociações para cooperação científica com a NASA, conforme encontros no âmbito da reunião de cúpula do CEOS, nesta terça-feira, dia 12. A disposição colaborativa da agência norte-americana iria além da liberação de informações dos satélites e estaria relacionada a mudanças na política espacial promovidas pelo governo de Barack Obama.

"A NASA, com a nova política espacial, está focando em observações da Terra, entendendo o planeta em que vivemos, e numa ênfase muito definitiva em colaboração internacional. Nove das 13 missões de pesquisa [da NASA] envolvem colaboração internacional substancial", afirmou Michael Freilich, diretor da Divisão de Ciência da Terra da NASA, depois de citar o caso da lacuna deixada pelo CBERS-2B como exemplo da importância da colaboração internacional nesse campo.

CÚPULA

Durante a reunião de cúpula do CEOS também foi anunciada a adesão de dois membros: o National Satellite Meteorological Center (NSMC), órgão da China Meteorological Agency (CMA), e a South African National Space Agency (Sansa). Criado em 1984, o CEOS concentra 28 agências espaciais e 20 organizações internacionais.

Ao fim da reunião, nesta sexta-feira, dia 15, a Agenzia Spaziale Italiana (ASI) assume a presidência rotativa do comitê. A reunião também resultará num relatório sobre todos os fatores influentes nas mudanças climáticas que podem ser monitorados via satélite. O objetivo é subsidiar a reunião do GEO, em Pequim (China), em novembro, e a Conferência das Partes (CoP-16) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês), em Cancún (México), em dezembro.”

FONTE: reportagem de Vinicius Neder, npublicada no site DefesaNet, com informações da Assessoria de Comunicação do INPE (http://www.defesanet.com.br/space1/cbers-3_1.htm*

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