sábado, 16 de outubro de 2010

SERRA EM APUROS -A HIPOCRISIA REVELADA - MÔNICA SERRA CONTOU TER FEITO ABORTO


[Não entendo o súbito ódio de Serra contra Dilma por conta de ela ser favorável ao apoio médico oficial para mulheres que tenham complicações com aborto, sem criminalizá-las. Não tem lógica o intenso furor contra essa opinião de Dilma, esbravejado por sua campanha em todos os meios de comunicação, inclusive internet, nos últimos trinta dias.

Serra foi solidário e compreensivo com mulheres muito próximas a ele que decidiram abortar, como a vereadora Soninha Francine, do “laranja” PPS, coordenadora de sua campanha na internet, que confessou já ter praticado o aborto. Saiu em vários jornais e revistas. Esta semana, veio a público que sua própria esposa, Mônica Serra, revelou ter feito aborto. É claro que com o apoio dele. Mônica Serra é a tal que, em público, gritou que a posição de Dilma significa ser favorável a “matar criancinhas”! Será que ela se julga assassina?

Creio que o novo militante radical religioso José Serra, o “neoevangélico”, esteja em apuros para explicar a falsidade de seus cínicos e hipócritas ataques à Dilma.

Vejamos o que publicou este sábado um dos grandes jornais da campanha serrista, a Folha de São Paulo:]


MONICA SERRA CONTOU TER FEITO ABORTO, DIZ EX-ALUNA

Reportagem tentou ouvir mulher de candidato tucano por dois dias, sem sucesso

Mônica Bergamo, colunista da “FOLHA

“O discurso do candidato à Presidência José Serra (PSDB) de que é contra o aborto por "valores cristãos", que impedem a interrupção da gravidez em quaisquer circunstâncias, é questionado por ex-alunas de sua mulher, Monica Serra.

Num evento no Rio, há um mês, a psicóloga teria dito a um evangélico, segundo a Agência Estado, que a candidata Dilma Rousseff (PT), que já defendeu a descriminalização do aborto, é a favor de "matar criancinhas".

Segundo relato feito à Folha por ex-alunas de Monica no curso de dança da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a então professora lhes contou em uma aula, em 1992, que fez um aborto quando estava “no exílio” [temporada no exterior] com o marido.

Depois do golpe militar no Brasil, Serra se mudou para o Chile [mesmo sem sofrer perseguição no Brasil], onde conheceu a mulher. Em 1973, com o golpe que levou Augusto Pinochet ao poder, o casal se mudou para os Estados Unidos.

OUTRO LADO

A Folha tentou falar com Monica Serra durante dois dias para comentar o relato das ex-alunas, sem sucesso.

Um dia depois do debate da TV Bandeirantes, no domingo, 10, a bailarina Sheila Canevacci Ribeiro, 37, postou uma mensagem em seu Facebook para "deixar a minha indignação pelo posicionamento escorregadio de José Serra" em relação ao tema.

Ela escreveu que Serra não respeitava "tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. Sim, Monica Serra já fez um aborto". A mensagem foi replicada em outras páginas do site e em blogs.

"Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático", escreveu Sheila no Facebook. "Devemos prender Monica Serra caso seu marido fosse [sic] eleito presidente?"

À Folha a bailarina diz que "confirma cem por cento" tudo o que escreveu. Sheila afirma que não é filiada a partido político. Diz ter votado em Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) no primeiro turno. No segundo, estará no Líbano, onde participará de performance de arte.

Se estivesse no Brasil, optaria por Dilma Rousseff (PT). Sheila é filha da socióloga Majô Ribeiro, que foi aluna de mestrado na USP de Eva Blay, suplente de Fernando Henrique Cardoso no Senado em 1993. Majô foi pesquisadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero da USP, fundado pela primeira-dama Ruth Cardoso (1930-2008).

Militante feminista, Majô foi candidata derrotada a vereadora e a vice-prefeita em Osasco pelo PSDB.

A socióloga disse à Folha estar "preocupada" com a filha, mas afirma que a criou para "ser uma mulher livre" e que ela "agiu como cidadã".

Sheila é casada com o antropólogo italiano Massimo Canevacci, que foi professor de antropologia cultural na Universidade La Sapienza, em Roma, e hoje dirige pesquisas no Brasil.

A Folha localizou uma colega de classe de Sheila pelo Facebook. Professora de dança em Brasília, ela concordou em falar sob a condição de anonimato.

Contou que, nas aulas, as alunas se sentavam em círculos, criando uma situação de intimidade. Enquanto fazia gestos de dança, Monica explicava como marcas e traumas da vida alteram movimentos do corpo e se refletem na vida cotidiana.

Segundo a ex-estudante, as pessoas compartilhavam suas histórias, algo comum em uma aula de psicologia.

Nesse contexto, afirmou, Monica compartilhou sua história com o grupo de alunas. Disse ter feito o aborto por causa da ditadura.

Ainda de acordo com a ex-aluna, Monica disse que o futuro dela e do marido, José Serra, era muito incerto.

Quando engravidou, teria relatado Monica à então aluna, o casal se viu numa situação muito vulnerável.

"Ela não confessou. Ela contou", diz Sheila Canevacci. "Não sou uma pessoa denunciando coisas. Mas [ela é] uma pessoa pública, que fala em público que é contra o aborto, é errado. Ela tem uma responsabilidade ética."

FONTE: reportagem de Mônica Bergamo, colunista da “FOLHA”. Colaboraram Ligia Mesquita e Marcus Preto. Publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1610201011.htm) [título, subtítulo, imagem e trechos entre colchetes colocados por este blog].

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