(...)
Credibilidade
"O que mais fere a credibilidade do jornal não é o tipo de crítica que ele recebe, mas o tipo de erro que comete. Se o jornal comete erros graves, a sua credibilidade paga. As críticas não são tão importantes quando são dirigidas por questões ideológicas ou por condicionamentos partidários. Parece-me que é muito pequeno o impacto desse tipo de crítica sobre a credibilidade do jornal no conjunto da sociedade. Mas quando o jornal comete erros graves, que podem ser imputados a posicionamentos ideológicos, acho que a credibilidade se fere."
Dilma
No caso do dossiê [da ministra] Dilma [Rousseff] fiz sugestões muitos concretas. Foi um caso polêmico, muito controvertido e nenhuma delas foi atendida. [Foi a situação] da reprodução de uma suposta ficha da ministra Dilma do período em que ela era militante de um movimento revolucionário no regime militar. Essa foto foi publicada na primeira página da Folha como se fosse verdadeira. Depois a Folha disse que não tinha como provar que era verdadeira, mas também não tinha como provar que era falsa. [...] Na minha opinião, é um dos dois erros mais graves que a Folha cometeu ao longo desses 18 meses.
Gripe
O outro [erro], mais grave ainda, é o da gripe A (H1N1). Há exatamente dois meses, a Folha, em chamada de primeira página, disse: "Em dois meses, trinta e tantos milhões de brasileiros devem estar infectados e 4,4 milhões devem estar internados". Isso baseado em um modelo matemático que não era alimentado por dados a respeito dessa gripe, mas sim de outras gripes do passado. Esse acho que esse foi o erro mais grave que a Folha cometeu nesse meu período [como ombudsman]."
FONTE: trecho da entrevista com Carlos Eduardo Lins da Silva, ombusdman da Folha de São Paulo, publicada hoje (22/09) no referido jornal.
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