Delegação do CLAI conta 105 mortes depois da vinda de Zelaya
"Tegucigalpa, quinta-feira, 1 de outubro de 2009 (ALC) - Desde a vinda do presidente deposto Manuel Zelaya, refugiado na Embaixada brasileira em Tegucigalpa desde 21 de setembro, foram registradas 105 mortes com arma de fogo, sem identificação de causa e de autoria, mais 15 mortos em manifestações perpetradas pela polícia ou soldados.
O registro foi apresentado à delegação do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) que realiza visita pastoral a igrejas de Honduras. Aumentam os dados macabros os 700 presos em manifestações contra o governo de fato e 1.200 toques de recolher.
“Há um grande número de pessoas baleadas ou golpeadas que não vão aos hospitais por medo de sofrerem mais repressão ou porque não têm dinheiro para pagar os serviços”, disse aos visitantes o coordenador do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos em Honduras, Andrés Pavón.
Andrés também é o encarregado de levar, diariamente, comida às 90 pessoas que se encontram na Embaixada do Brasil. Os alimentos são requisitados por soldados que, sem luvas, os examinam e dão as marmitas para que cachorros as cheirem, em busca de algum armamento. “São as regras”, argumentam os soldados.
Com a visita pastoral a Honduras o grupo de líderes do CLAI constataram a falta de garantias constitucionais que asfixiam o país, recrudescidas a partir da volta do deposto presidente que exige o retorno ao poder.
O secretário geral do CLAI, reverendo Nilton Giese, disse que, com a suspensão das garantis constitucionais, estão proibidas reuniões por 45 dias, além do toque de recolher das 22h às 6h, o fechamento dos canais de televisão, que foram contra o golpe de Estado.
“Violações e agressões contra mulheres são reportadas dia após dia, enquanto a polícia local alega que, de momento, existem outras prioridades a serem atendidas”, relatou Giese.
A delegação do CLAI, que encerra a visita a Honduras amanhã, teve encontros com líderes eclesiais e de organizações, a fim de escutar, refletir e estabelecer propostas de ação comum com as igrejas hondurenhas. Ela ouviram da delegação que não estão sozinhas, mas que vêm sendo acompanhadas".
FONTE: postado ontem à noite por Luiz Carlos Azenha em seu portal "Vi o mundo".
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