sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

SERRA CULPA DEUS PELA SUA INCOMPETÊNCIA



"Eu, governando São Paulo por 'WO'

por Luiz Carlos Azenha

A ladainha é a mesma, sempre que chove forte: a culpa é da chuva. Do acúmulo de chuva. Do excesso de chuva, assim como os congestionamentos resultam de "excesso de veículos".

A chuva adquire, portanto, uma personalidade. A chuva é a vilã. A culpa é de Deus. De São Pedro. Da Natureza. A não ser que haja uma prefeita, tanto faz se o prenome for Erundina ou Marta. Aí, então, a culpa é do governante.

Por 'WO', no papel de governante de São Paulo, eu declaro: se chover forte, não chegue perto do Tietê e dos afluentes!

Sim, porque é impossível prever exatamente quanto, quando ou onde vai chover. Está aquém das possibilidades humanas, pelo menos neste momento.

Portanto, só há uma saída: preparar a cidade para a chuva forte. Limpar os rios, especialmente o grande rio do qual quase todos os outros são afluentes. Aumentar a área de infiltração das águas de chuva.

Diminuir a área de infiltração das águas de chuvas, especialmente bem pertinho do rio que transborda, por exemplo, não é recomendável. Especialmente porque, ao fazer isso, você estará ao mesmo tempo reduzindo a área de infiltração de águas de chuva E levando mais automóveis para perto do rio que transborda. Vamos supor que você queira ampliar a marginal, criar novas pistas, reduzindo a área de infiltração da água: é temerário, especialmente se você vai colocar mais gente e automóveis colados a um rio que transborda quando chove forte.

Quem é que é maluco de levar mais automóveis para perto de um rio que transborda? Isso deve ser coisa do Chávez!

Sabemos que a obra que foi feita no rio Tietê, aquele aprofundamento da calha, no governo de Geraldo Alckmin, elevou ao máximo a capacidade de escoamento do rio. Pode ser que o governo do estado não tenha feito a manutenção da obra, com a limpeza necessária para manter o escoamento máximo. Mas, vamos supor que o governo tenha feito tudo certinho. Sabemos, agora, que a obra não dá mais conta de escoar as chuvas fortes.

Nesse jogo, Serra vence Alckmin por 3 a 1: é o placar dos transbordamentos do rio Tietê nos dois governos, até agora. Sabemos, com certeza cristalina, por experiência própria, que quando chove forte o rio Tietê transborda! Não importa se choverem 100, 200 ou 300 mm. A gente só vai saber depois que chover. Não dá para combinar antes com o rio Tietê!

Como ninguém é capaz de prever onde, quando e quanto vai chover e partindo do pressuposto de que o governo de São Paulo tenha mesmo feito tudo o que deveria ter feito -- temos fortes indícios de que não fez --, o mínimo que um governante por WO, como eu, pode fazer para ajudar os moradores da cidade, é declarar: Se chover forte, não saia de casa! Ou, se sair, não chegue perto do rio Tietê e dos afluentes!

É bem melhor do que ficar no Twitter [como Serra] escrevendo o óbvio: que está chovendo muito!!!"

FONTE: escrito pelo jornalista Luiz Carlos Azenha [exceto o título e pequeno trecho entre colchetes, colocados por este blog] e postado no portal "Vi o mundo".

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