terça-feira, 26 de janeiro de 2010

EMPRESA BRASILEIRA FORNECERÁ PARA A ONU AVIÕES ESPIÕES "CARCARÁ"


VANT Carcará sendo lançado por um Fuzileiro Naval

Informações obtidas sobre o VANT no site Defesa@Net (10/04/09):

"Projeto VANT Carcará

O projeto Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT), desenvolvido pelo Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), tem o propósito de incrementar a capacidade de Inteligência em tempo real.

Esse projeto visa à concepção de uma plataforma aérea superficialmente robusta para atender às estritas especificações militares, fundamentais para o seu êxito. Suas principais características são: simplicidade, portabilidade, recuperabilidade, manutenção simples, facilidade de operação e de treinamento.

Dentre vários aeromodelos analisados, o VANT Carcará foi o que melhor atendeu a todas as especificações estabelecidas, o que gerou, então, o Projeto VANT Carcará, em parceria com a empresa brasileira SANTOS LAB.

O emprego do VANT Carcará apresenta inúmeras vantagens, como decolar e pousar em locais restritos, capacidade de transmissão de informações em tempo real para Centros de Comando e Controle, agilidade na montagem, curto espaço de tempo entre início da preparação do VANT e seu emprego, além de apresentar baixa assinatura acústica e de radar.

Características técnicas

O VANT Carcará é um aeromodelo híbrido de asa em delta, envergadura de 1,6m, dotado de motor elétrico de um quilograma de empuxo e alimentado por uma bateria de lítio polímero de 2.220 mA. Possui um transmissor de vídeo que envia, para estações em terra, imagens em tempo real, captadas por duas câmeras de vídeo “day/night” de 480 linhas, com “zoom” e infravermelho. As imagens, contendo inclusive as coordenadas dos alvos, são gravadas em computadores portáteis pertencentes à estação. Além disso, são transmitidos os dados sobre as condições do VANT."


Hoje (26/01), o jornal Valor Econômico publicou a seguinte reportagem de Chico Santos:

"Santos Lab fornecerá três aeronaves para ONU usar no Haiti

A empresa brasileira Santos Lab, do Rio de Janeiro, venceu concorrência internacional para o fornecimento de três aviões espiões não tripulados para as forças internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU) que atuam na segurança do Haiti, chefiadas pelas Forças Armadas brasileiras.

Contratados antes do terremoto que arrasou a capital haitiana, Porto Príncipe, para monitoramento de áreas de tensão, os aviões poderão ser usados também como auxiliares do trabalho de reconstrução das áreas destruídas. O valor do negócio foi mantido em sigilo, mas o Valor apurou que foi pouco inferior a R$ 2 milhões.

A Santos Lab, pertencente ao administrador de empresas Gilberto Buffara Jr. e ao desenhista industrial Gabriel Klabin, concorreu com empresas dos Estados Unidos, Israel e Espanha. Segundo Buffara, a vitória foi obtida no preço. Outra vantagem do do veículo aéreo não tripulado (Vant) brasileiro foi o fato de já ser bastante conhecido pelo Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, que deverá opera-los no Haiti. A Marinha já comprou e opera 32 unidades do Carcará, nome com o qual o avião foi batizado.

Segundo Klabin, desenhista dos equipamentos, os aviões vendidos à ONU representam a quarta geração do Carcará. Eles têm duas horas de autonomia, contra uma e meia das gerações anteriores. Entre suas inovações está um sistema de pouso quase na vertical, com possibilidade de retomada em caso de necessidade e com controle do local de pouso. O pouso com paraquedas, mais comum entre os Vants, gera desvios de alvo e não permite retomada após iniciado o processo de descida. O avião, construído com espuma de polipropileno expandido (os concorrentes são de fibra de vidro, mais pesada), é equipado com câmaras noturnas e diurnas e opera a até 125 quilômetros do ponto de lançamento.

Buffara disse que os três aviões já foram entregues, mas só deverão começar a operar daqui a cerca de dois meses, após o treinamento das equipes da Marinha que irão comandá-los. Ele disse que os aviões da Santos Lab têm índice de nacionalização de 70% (em preço), sendo a parte importada, basicamente, formada pelos componentes do piloto automático que vêm dos Estados Unidos e de Israel. A fábrica, no bairro do Rio Comprido (zona norte do Rio), tem nove empregados.

A Santos Lab, cujo nome combina homenagem a Santos Dumont com a abreviatura da palavra laboratório, nasceu em 2006, quando Buffara e Klabin decidiram transformar em negócio a construção de aeromodelos que faziam para se divertir. O Carcará, nome dado pela Marinha do Brasil, foi desenhado para operar na topografia acidentada do Rio de Janeiro, o que, segundo Buffara, o torna vantajoso para operar em regiões basicamente planas, como o território do Haiti.

Com 1,60 metro de envergadura, o avião opera a até 3.500 metros acima do alvo a ser monitorado, mas a eficiência das câmaras é melhor numa altura até 300 metros. O avião já prestou serviços às forças policiais do Rio de Janeiro no combate ao tráfico de drogas em favelas e vem sendo utilizado também em trabalhos de levantamento de áreas para agricultura e reflorestamento. Na Marinha, é usado em serviços de patrulhamento no litoral, evitando o deslocamento de embarcações."

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