segunda-feira, 11 de outubro de 2010

DESINFORMAÇÃO DESORGANIZADA

“Nunca é demais denunciar os atentados contra o direito à informação diariamente comprovados, tendo sempre em vista a submissão e a resignação dos povos ao capitalismo e ao domínio imperial dos EUA.

Por José Casanova*

Os critérios informativos da mídia hegemônica são particularmente evidentes em tudo o que publicam sobre aqueles países do continente americano cujos povos têm vindo a afirmar-se donos do seu próprio destino e a libertar-se da pata imperialista.

O método que utilizam é multiforme: ou o silêncio absoluto sobre o que não interessa que seja conhecido; ou deturpação e manipulação da realidade; ou divulgação de meias mentiras (ou de meias verdades); ou fabricação de mentiras cirurgicamente direcionadas... sempre visando o objetivo de espalhar nos processos em curso nesses países uma falsa imagem de atropelos à democracia, à liberdade e aos direitos humanos – a sagrada trilogia em nome da qual o imperialismo norte-americano desencadeia os mais brutais atentados… à democracia, à liberdade e aos direitos humanos.

Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua, entre outros, são países sob a mira constante do arsenal de desinformação organizada da mídia do grande capital.

E a sintonia desinformativa entre eles é tal que, com frequência, levam a imensa maioria das pessoas a tomar como verdadeiras as mais descaradas patranhas. Um exemplo: quantas pessoas saberão que, ao contrário do que leram ou ouviram na mídia hegemônica, as recentes eleições na Venezuela não terminaram com “Chávez derrotado”, mas com uma significativa vitória das forças bolivarianas?

A recente tentativa de golpe no Equador – um golpe muito ao jeito da era Obama… - também lhes deu pano para mangas.

No dia seguinte à derrota dos golpistas, o “Público” [jornal português], no seu “sobe e desce” não pôs Rafael Correa a “subir”. Por quê? Porque, explicou, “o líder equatoriano voltou a revelar os seus tiques autoritários, ao promulgar leis que violam a constituição”… Assim se arruma o golpe (que já estava derrotado) e se prossegue o ataque ao processo revolucionário equatoriano.

Acresce que sendo de louvar a preocupação do jornal com o cumprimento da Constituição equatoriana… é pena que não se lhe possa assinalar igual preocupação no que toca ao cumprimento da Constituição Portuguesa – todos os dias violada pelos governantes de serviço aos interesses do grande capital. Como o “Público” sabe, mas finge não saber.”

FONTE: escrito por José Casanova, membro do Comité Central do partido Comunista Português (PCP). Publicado no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=139013&id_secao=6).

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