segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

GANHADOR DO "NOBEL" ELOGIA BRASIL E ARGENTINA, MAS NÃO O FMI

Joseph Stiglitz

STIGLITZ ELOGIA POLÍTICAS MACROECONÔMICAS DA ARGENTINA E BRASIL

Do jornal argentino "Página 12":

“O Prêmio Nobel de Economia 2001, Joseph Stiglitz, elogiou na sexta-feira (9) as políticas macroeconômicas aplicadas pela Argentina, que permitiram ao país deixar para trás o que o economista chamou de "resultados desastrosos" provocados pela aplicação das receitas do FMI.

"Acredito que a Argentina, o Brasil e a China instauraram políticas macroeconômicas muito boas ao aplicar estímulos keynesianos bem elaborados, para estimular a economia, diversificá-la e melhorar a situação no mercado de trabalho", disse o economista em entrevista concedida ao diário argentino ‘Página 12’.

O economista americano lembrou que, na década de 1990, o "FMI levou a Argentina [e o Brasil] a aplicar políticas de austeridade, com resultados desastrosos", uma lição que, segundo sua percepção, até hoje não foi aprendida pelos europeus.

Fazendo referência às medidas aplicadas na Argentina para sair da crise econômica, Stiglitz destacou a recomposição da competitividade a partir de forte desvalorização, compensada com a expansão do gasto público e a política de renda ao estilo keynesiano.

Além disso, forte reestruturação da dívida externa, que dividiu os custos do ‘default’, um processo "que de fato pode servir como guia em outros processos similares que devem ser abordados agora na Europa", estimou.

Assinalou, ainda, a relativa importância na recuperação favorável do contexto internacional, em particular os benefícios derivados do contínuo crescimento econômico da China e do Brasil, embora advirta que "para explicar o resultado final, sem dúvida é necessário mais que isso".

Stiglitz afirmou que a Argentina manteve o fluxo de crédito, desvalorizou sua moeda e estimulou o investimento na saúde e na educação, políticas que, em conjunto, permitiram ao país começar a melhorar a elevada desigualdade de renda.

Com relação à crise que atinge hoje o velho continente, Stiglitz assinalou, como problema fundamental, a "errada concepção geral da União Europeia".

"Outros problemas são a falta de solidariedade e a união monetária em si mesma, pois não há semelhanças suficientes entre os países para que funcione", apreciou.

"Se houvesse um Banco Central com mandato mais amplo que contemplasse, além da inflação, o crescimento e o desemprego, e existisse uma cooperação fiscal real, então seria concebível que funcionasse a união monetária, embora, ainda assim, fosse extremamente difícil", estimou o prêmio Nobel.”

FONTE: reportagem do jornal argentino "Página 12"; reproduzida no site “Prensa Latina” e transcrita no portal “Vermelho”  (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/stiglitz-elogia-brasil-e-argentina-mas-nao-o-fmi#more) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’]

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