quarta-feira, 6 de junho de 2012

DECEPÇÃO COM NOVA GERAÇÃO DE CAÇAS

Embraer KC-390. O preço do C-130J é de 67 milhões de dólares e o preço declarado do KC-390 (com parâmetros de carga útil comparáveis e velocidade de cruzeiro significativamente superior) será de US$ 50 milhões

Da “Voz da Rússia”:

NOVA PLATAFORMA DE BOMBARDEIROS E A DECEPÇÃO COM NOVA GERAÇÃO DE CAÇAS

“Realizou-se recentemente, nos estúdios da ‘Voz da Rússia’, mesa redonda dedicada ao 100º aniversário da Força Aérea Russa e às perspectivas de desenvolvimento da aviação militar nacional e da indústria aeronáutica. No evento, participaram destacados peritos russos em assuntos militares e da indústria de defesa.

No processo de evolução dos equipamentos da FA da Rússia, os especialistas acompanham com atenção a experiência internacional. O discurso de Ivan Kudishin, chefe de redação do semanário “Tecnologia Aeronáutica e de Mísseis”, foi dedicado às principais tendências na construção aeronáutica mundial.

CONTINUA O DESENVOLVIMENTO DOS NÃO-TRIPULADOS

A área dos VANT (ou UAV - Unmanned Aerial Vehicle, UAV), veículos aéreos não-tripulados, ou drones, teve enorme desenvolvimento na última década. Contudo, se no início dos anos 2000 falava-se exclusivamente em aparelhos de reconhecimento e vigilância (de todas as categorias de peso, desde os ultraligeiros aos pesados), atualmente nota-se redirecionamento para os drones de reconhecimento e ataque.

É disso exemplo o concurso da marinha norte-americana UCLASS para a criação de um bombardeiro de ataque ao solo não-tripulado para operar a partir de porta-aviões. Concorreram a Northtrop Grumman (favorito não-oficial), a Boeing, a General Atomics e a Lockheed Martin. A criação de um VANT para porta-aviões é tarefa excepcionalmente difícil, já que este terá de aterrar, não num aeródromo com coordenadas e orientação fixas, mas sim num porta-aviões em movimento.

A concepção de drones de uso único ou múltiplo para operar a partir de diferentes plataformas móveis, inclusive de submarinos e aviões-patrulha, é hoje a linha mestra do desenvolvimento desse tipo de tecnologia.

FROTA DE BOMBARDEIROS ESTRATÉGICOS DOS EUA – UMA NOVA PLATAFORMA

Neste momento, foram reativados os centros de ID para uma plataforma de bombardeio e reconhecimento de nova geração, que substituirá o equipamento em fim de vida (B-52), a partir de, aproximadamente, 2025.

B-52

Planeja-se criar um avião furtivo, subsônico e com opção de ser tripulado. Isso significa que poderá ser utilizado como drone ou como avião, conforme a necessidade. Esse aparelho será equipado com amplo leque de meios furtivos de ataque aéreo de grande precisão.

AVIAÇÃO TÁTICA: DECEPÇÃO COM A QUINTA GERAÇÃO DE CAÇAS E A EVOLUÇÃO DA ELETRÔNICA

Relativamente aos aviões de quinta geração, pode-se dizer que, nos EUA, a experiência da sua criação foi, em geral, insatisfatória. Um avião de qualidade, com grandes perspectivas de modernização e de alargamento das capacidades de combate, o Lockheed Martin F-22, foi construído numa série demasiado pequena de 187 aparelhos, dos quais se perderam dois em acidentes e um numa catástrofe que se deveu à imperfeição do sistema de suporte de vida do piloto. Na ativa, estão cerca 160 dessas aeronaves, das quais se encontram totalmente operacionais de 55 a 65%.

F-22

O novo avião F-35, que se encontra em fase de testes, sofre de duas doenças simultaneamente: a excessiva universalização e o crescimento incontrolável dos custos de desenvolvimento. Tendo aviônica complexa, excelente e avançada e capacidade de visibilidade pelos radares realmente baixa, o avião não possui velocidade de cruzeiro supersônica, tem manobrabilidade e características dinâmicas limitadas, bem como capacidade de instalação de meios de combate nos compartimentos interiores de carga bastante modestas.

F-35

Em consequência de uma série de defeitos estruturais, os programas da versão para porta-aviões F-35C e do STOVL F-35B ameaçam encerrar. O preço por unidade de um F-35A para exportação é de 122,8 milhões de dólares, quando, no início, o avião era apresentado como barato e de fabrico em massa: preço até 60-70 milhões de dólares e série de mais de 2000 aparelhos. O custo unitário do STOVL F-35B, na análise do ano corrente, é superior a 190 milhões de dólares.

Em alternativa, a Boeing e a Lockheed Martin propõem a modificação dos existentes aparelhos F-15, F-16 e F/A-18E/F que possuem visibilidade ao radar bastante reduzida e capacidade de combate alargadas.

AVIAÇÃO DE TRANSPORTE MILITAR

Continua, atualmente, a construção dos aviões estratégicos de transporte militar de média capacidade Boeing C-17 (para exportação). Não está previsto o encerramento e desmantelamento da linha de montagem; por isso, a perspectiva de fornecimentos à Força Aérea dos EUA mantém-se em aberto.

C-130J Super Hercules

Também, continua a ser fabricado em série o C-130J Super Hercules, que mantém bom potencial de exportação. No entanto, em breve, ele terá a concorrência do avião de transporte/abastecimento Embraer KC-390. O preço do C-130 é de 67 milhões de dólares e o preço declarado do KC-390 (com parâmetros de carga útil comparáveis e velocidade de cruzeiro significativamente superior) será de US$ 50 milhões.

APARELHOS HIPERSÓNICOS

Sob a égide da agência DARPA, decorrem trabalhos intensivos de estudos e desenvolvimento para a criação de aparelhos hipersônicos, cujo resultado deverá ser um meio de ataque de concepção completamente nova com raio de ação global (4-18 mil km) e pouco vulnerável.

HELICÓPTEROS

Nos EUA e na Europa, encontram-se em fase final ou finalizaram os testes de helicópteros de nova geração. Vários líderes mundiais na construção de helicópteros (incluindo a EADS) continuam os trabalhos para a criação da hélice motriz ativa que se poderia adaptar às condições concretas do vôo. É usada intensamente a tecnologia dos flaps controlados.

Nos EUA, desenvolveu-se um conceito, experimentado num aparelho existente – o “advancing blade concept” (ABC). Nele, o aparelho começa por ser um helicóptero normal com uma hélice motriz, cujas pás movem-se para trás. Esse esquema tem limitações no controle do passo cíclico; por isso, foi necessário um propulsor adicional – a hélice de cinco pás.

Ivan Kadishin, chefe de redação do semanário “Tecnologia Aeronáutica e de Mísseis”, sublinhou que “o desenvolvimento de todas essas tendências na construção aeronáutica mundial está sendo atentamente acompanhado pelos especialistas russos”.

FONTE: “Voz da Rússia”. Transcrito no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/6329/Nova-plataforma-de-bombardeiros-e-a-decepcao-com-nova-geracao-de-cacas) [Imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

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