Nas últimas “postagens” deste blog, mencionei que a grande imprensa brasileira pauta e municia os partidos da oposição. Ela praticamente coordena as ações que visam, até, a derrubada do atual governo. Por quê?
Forças maiores, externas e internas ao Brasil, que sustentam a nossa imprensa querem o retorno dos partidos de direita, PSDB e DEM, ao poder. Há enormes interesses em jogo. Quais?
Basta lembrar, por exemplo, que o governo anterior terminou o seu mandato sem conseguir concluir a passagem para estrangeiros da PETROBRÁS, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, de várias hidroelétricas como Furnas e outras vendas. A nossa política externa, também, não mais é docilmente subserviente aos interesses dos EUA.
É oportuno ainda acrescentar que essa radical campanha econômico-político-partidária da imprensa e dos partidos por ela apoiados tem causado conseqüências graves para o país.
Uma delas é a liberdade de imprensa. Os brasileiros lutaram muito, durante os governos militares, pela abolição da censura da imprensa. Conseguiu-se por um tempo. Agora, o Brasil passou a ser vítima de violenta autocensura pela própria imprensa. Não há veiculação de notícias contrárias aos interesses da oposição. Temos a censura pela imprensa. Somente há quebra desse sigilo pró-oposição em alguns blogs na internet.
Cito dois exemplos ligados à atual “crise dos cartões corporativos”.
Somente são intensamente criticados na mídia os problemas da esfera federal. Quando noticiam algo contra o PSDB ou DEM, a mesma reportagem já faz a sua análise, atenua o problema e traz a conclusão favorável àqueles partidos.
São totalmente abafados, censurados, os dados sobre irregularidades cometidas pelo governo estadual do PSDB em São Paulo, por exemplo. E lá ocorreram fatos proporcionalmente muito mais graves do que aqueles que têm sido alvo de fortes acusações contra o governo Lula.
O jornalista Paulo Henrique Amorim (PHA) informou hoje no seu site “Conversa Afiada” que a liderança do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo entregou ao editor do seu blog dados que constam do SIGEO (Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária). Somente os líderes na Assembléia de SP têm acesso a esses números.
Dessa maneira, descobriu-se que o gasto total com cartões corporativos no Estado de São Paulo em 2007 chegou a R$ 108 milhões! Significa que somente o governo Serra gastou em São Paulo 75% dos gastos médios totais do governo Lula no Brasil inteiro nos últimos cinco anos! Pior, 45% desses gastos do governo Serra foram via saque cash, direto no caixa, dificultando muito o controle e a transparência!
Paulo Henrique Amorim encaminhou formalmente aqueles dados para a assessoria de imprensa do Governador José Serra com as seguintes perguntas:
- Por que 44,58% dos gastos com cartão corporativo em São Paulo são saques diretos no caixa – o que dificulta julgar a propriedade do gasto?
- Por que os gastos com cartão corporativo cresceram 5,82% em 2007, no governo Serra, acima da inflação?
- O Governador pretende fazer como o Presidente Lula e encarregar seu líder na Assembléia de abrir uma CPI e investigar a propriedade dos gastos com cartão corporativo?
PHA soube que o jornal Folha de S. Paulo teve acesso àqueles dados e encaminhou ao jornal a seguinte pergunta:
"A Folha, de fato, teve acesso a essas tabelas? A Folha pretende publicá-las?". As perguntas foram apresentadas à editora-executiva, ao diretor editorial da Folha, Otavio Frias Filho, e ao ombudsman da Folha, Mário Magalhães.
O site “Conversa Afiada” também perguntou aos líderes da oposição Arthur Virgilio, Agripino Maia, Kátia Abreu, Rodrigo Maia, Antônio Carlos Pannunzio e Sérgio Guerra se pretendem investigar a alta participação de saques “direto do caixa” nos R$ 108 milhões despendidos com cartão corporativo pelo governo do Estado de São Paulo no primeiro ano da gestão Serra.
Nenhuma resposta recebeu o jornalista PHA e nada foi publicado nos jornais.
Outro exemplo. Anteontem, o blogdoonipresente.blogspot.com comentou um interessante dado publicado somente no controle do governo federal. Usando cartão corporativo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez quatro abastecimentos no mesmo dia (06/08/2007) no carro à sua disposição!
O total de combustível que FHC usou com o dinheiro público em quatro anos após o seu mandato daria para ele dar 17 voltas ao redor do mundo!
Ele, como ex-presidente, tem o direito por lei de receber essa benesse. Esse direito foi instituído por ele mesmo ao término do seu governo...
Todas essas e outras notícias negativas envolvendo o PSDB e o DEM, que também interessam ao contribuinte, foram censuradas pela imprensa.
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