A nossa imprensa, especialmente a paulista, demonstra estar em processo de ciclotimia. Cada vez pior nos últimos cinco anos. Segundo o dicionário, essa é a "forma de alienação mental mais ou menos grave, caracterizada pela alternância de períodos de superexcitação e de depressão melancólica".
Ora ela investiga e acusa, eufórica e escandalosamente, as minúcias de supostas irregularidades do governo federal. Ora mergulha em introvertimento e, deprimida, desinteressada, nada comenta sobre irregularidades do governo estadual de São Paulo ou da prefeitura da cidade.
O "Blog do Favre" de hoje informa que:
"O prefeito Gilberto Kassab (DEM) decidiu suspender o pagamento do contrato feito em 2007 entre sua administração e a FINATEC, ligada a Universidade de Brasília. Kassab repreendeu publicamente seu Secretário de Assistência Social por ter feito o contrato. Por sua vez, Floriano Pesaro, o secretário que assinou o contrato com a FINATEC, disse que o mesmo tinha o aval da procuradoria do município, que também está sob comando do prefeito.
Nenhum jornalista perguntou à Kassab se o trabalho pelo qual a FINATEC fora contratada pela prefeitura estava sob suspeita, ou se tinha alguma coisa estranha nele. A prefeitura do DEM-PSDB contratou a FINATEC sem licitação, o que não é ilegal. Este fato, permanentemente destacado para insinuar negócio escuso quando se trata de administração ligada ao PT, neste caso não motivou nenhum destaque.
A FINATEC, fundação ligada a uma universidade prestigiosa, tem contratos com inúmeros governos e prefeituras, de quase todos os partidos. Os meios de comunicação destacaram alguns governos ligados ao PT, insinuando irregularidade na execução desses trabalhos. Nenhuma prova foi avançada e, pasme, ninguém perguntou ao prefeito Kassab qual foi o trabalho realizado pela FINATEC na sua administração, se tem algo de “estranho” (foi palavra usada por Kassab no JN da TV Globo para insinuar irregularidade… dos outros). Nadinha.
Poderia se supor que a suspensão dos pagamentos à FINATEC, anunciada ontem pelo prefeito, indicasse alguma suspeita de irregularidade na execução desse contrato. Caso contrário, como justificar uma arbitraria ruptura de contrato? A mídia não se interessou tampouco por esta questão."
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