domingo, 13 de setembro de 2009

FX-2: A TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

"por Luiz Carlos Azenha

Eu, Azenha, não entendo nada de avião. Não vou palpitar sobre a compra de caças pelo Brasil. Apesar de minha ojeriza pelos franceses, que praticam uma política externa corrupta e colonial na África, noto que os Estados Unidos em geral não fazem transferência de tecnologia.

Sempre foi assim, no mundo. Na África, por exemplo, os poderes coloniais se juntaram para proibir a venda de pólvora e armas aos africanos quando elas poderiam ter sido usadas para combater a ocupação territorial promovida pelos europeus.

Os Estados Unidos, como única superpotência, querem negar aos outros o que dominam: o GPS, as armas nucleares, as tecnologias de ponta. É apenas a continuação do colonialismo, travestida com um discurso moralista que supõe que sejamos trouxas. É um discurso racista: que horror que o Paquistão tenha a bomba atômica. Se aqueles escurinhos pelo menos tivessem a pele branca como nós, saberiam cuidar melhor dos armamentos. Nós podemos ter bases militares em todo o mundo E milhares de ogivas nucleares. Afinal, somos superiores.

Meu pitaco sobre os caças da FAB é, na verdade, apenas um lembrete. O Brasil não pôde exercer sua soberania quanto aos Super-Tucanos da Embraer quando pretendia vendê-los à Venezuela. Os Estados Unidos vetaram, argumentando que o avião tinha tecnologia embarcada dos Estados Unidos.

É por isso que, nessa questão, a transferência de tecnologia é absolutamente essencial e o Brasil não pode ficar sujeito ao humor dos ocupantes da Casa Branca. Por exemplo: eles podem aceitar transferir tecnologia agora, mas com poder de veto sobre futuras vendas feitas pelo Brasil. Isso não dá mais para aceitar. É importante ficar de olho nos detalhes de qualquer acordo. O diabo está sempre nos detalhes.(...)

(...)Nota do "Viomundo": Estou me lixando se o Brasil comprar caças americanos, suecos ou franceses. O que importa é a transferência de tecnologia, a capacitação de empresas e profissionais brasileiros e atender às demandas da FAB quanto à defesa das riquezas do país."

FONTE: escrito por Luiz Carlos Azenha e poublicado em 13/09/2009 no seu site "Vi o mundo".

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