segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
A BESTEIRA DE COMPARAR A ELEIÇÃO CHILENA COM A BRASILEIRA
A futura Presidenta do Brasil Dilma Rousseff
O futuro "sem-mandato" Serra
Do blog Festival de Besteiras da Imprensa
Blog do Josias: a besteira de comparar a eleição presidencial chilena com a brasileira
O Josias de Souza, em seu blog, retorna das férias escrevendo uma grande besteira, ao fazer comparações da eleição presidencial chilena e da brasileira, no post-besteira “Com 80% de aprovação, Bachelet não faz o sucessor“
A intenção do Josias – junto com a Míriam um dos principais militantes da Campanha Serra Presidente – é revelada no seguinte trecho do post.
“Mal comparando, o Brasil viverá um processo eleitoral semelhante.
Popular como Bachelet, Lula tenta promover uma transfusão de votos para Dilma Rousseff.
No Chile, não colou. No Brasil…”
A intenção não é a de bajular o Serra, que sabe que isso aí é uma enorme besteira.
O problema é que o Serra está com problemas de captação de recursos para a campanha, junto ao empresariado, que está certo de que o Lula fará a sucessora, ainda que isso não lhes agrade.
As Organizações Serra (Globo, Folha, Estadão e Veja, entre outros) farão de tudo para, nesses dois meses que faltam para o Serra ir para o suicídio político, criar uma perspectiva de viabilidade para a sua candidatura à Presidência.
Nesse momento crucial, o objetivo é captação, captação e captação!
Como as Organizações Serra pensam que o povo é bobo e vai em qualquer conversa, coisas como esta do Josias se multiplicarão nesse período.
Porque o post é uma besteira?
Porque compara água e óleo, como se fossem a mesma coisa. Aliás, num ato falho, ele mesmo anuncia “Mal comparando…“
Se sabe que vai mal comparar, porque comparar?
Vamos ao fatos:
1. O Chile tem uns 16 milhões de habitantes – igual ao Estado do Rio de Janeiro – e 8,2 milhões de eleitores. O Brasil tem, no dia de hoje, segundo o site do IBGE (Popclock), uma população estimada de 192 milhões e mais de 130 milhões de eleitores. Ou seja, o Brasil equivale a 12 Chiles em população e quase 16 Chiles em número de eleitores.
2. O Eduardo Frei, ao contrário da Dilma, não fazia parte do governo com 80% de aprovação da Bachelet. Ao contrário, ele já governou o país (1994-2000) e deve ter rejeição consolidada por causa disso. A rejeição de Dilma, nas pesquisas, é mais por conta de ser pouco conhecida, o que será resolvido com uma campanha eficaz.
3. A Concertação, partido de Bachelet e de Frei, não estava unida em torno de sua candidatura. No caso brasileiro, quase todos os partidos aliados do Governo Lula estarão apoiando e elegendo a ministra Dilma Rousseff.
4. O Pinera não tinha participado de um governo desastroso anterior ao da Bachelet, como é o caso do Serra e FHC. Essa é uma diferença estratégica. O Pinera “navegou em céu de brigadeiro”. O Serra terá turbulência o tempo todo por conta de sua identificação com o “desastre” FHC. No que depender de mim, será colado à sua pessoa o Programa “Desaba São Paulo“, como experimento e re-edição do “Desaba Brasil“.
5.Com todo o respeito à companheira Bachelet, enquanto ela só tem uma ótima avaliação em seu país, o Lula tem uma grande aprovação no Brasil e em todo o mundo – com inúmeros prêmios inéditos e reconhecimento explícito. Isso com as Organizações Serra fazendo campanha sistemática e irracional desde 1 de janeiro de 2002.
6. Como consequência disso tudo, o que estará em jogo aqui é se o eleitor quer dar continuidade a uma fórmula vitoriosa na economia, seguindo a maior liderança política que o Brasil já teve em toda a sua história, ou se desejará retornar ao período cinza de governo de uma das lideranças políticas mais pífias que este país já teve: Fernando Henrique Cardoso e seu “filhote” José Serra.
7. Finalmente, o eleitor brasileiro, ao contrário do eleitor chileno, terá que decidir se quer ser feliz por mais dezesseis anos (oito da Dilma e mais oito do Lula) ou se quer fazer a “Marcha da Insensatez” – aplicada ao povo – e atentar contra a sua vida e de seus familiares, cometendo o suicídio de votar no Serra ou qualquer outro tucano."
FONTE: publicado hoje (18/01) no blog "Festival de Besteiras da Imprensa", de Augusto da Fonseca.
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2 comentários:
Democracia, volver
Soa exagerado interpretar a vitória de Miguel Piñera no Chile como sinal de reação conservadora na América Latina. O equívoco é repetido por apologistas de direita e de esquerda. Os primeiros gostam de trombetear vingança, criando um paralelo com José Serra nas eleições brasileiras; os demais pensam em forças malévolas, necessariamente retrógradas e autoritárias.
Não existe essa onda conservadora no continente. A recente vitória de Pepe Mujica no Uruguai equivaleu, em proporções muito menores, à de Lula no Brasil. E restam ainda Lugo, Morales, Chávez.
“Esquerda”, “centro” e “direita” são simplificações úteis em noticiários e discursos partidários, mas neutralizam uma diversidade humana cada vez mais decisiva num ambiente institucional dominado pelo pragmatismo. Isso vale, especificamente, para o Chile: até que ponto o governo de Michelle Bachelet pode ser rotulado como “de esquerda”? Empresários são inevitáveis crápulas políticos?
A alternância democrática é marcada justamente pelo revezamento cíclico de forças políticas divergentes. Projetos eleitorais se esgotam, pessoas cansam, plataformas caducam. A derrota de candidatos com discursos progressistas, especialmente os que deixam o poder, pode significar a possibilidade de aprender com a experiência administrativa e construir novos consensos.
Tudo depende do contexto político-partidário. Em certas circunstâncias, a renovação é necessária e louvável, mas em outras é apenas aparente. No caso brasileiro, uma vitória de Serra poderia realmente significar um retrocesso histórico do qual demoraríamos décadas para nos recuperar.
Prezado Scalzilli,
Perfeito.
Obrigado
Maria Tereza
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