terça-feira, 12 de janeiro de 2010

IPEA: BRASIL TERÁ POBREZA PRÓXIMA À DE PAÍSES RICOS EM 2016

"Em um comunicado divulgado nesta terça-feira (11), pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) afirmaram que daqui seis anos a pobreza no Brasil terá nível semelhante ao de países desenvolvidos. Para isso, é necessária a aceleração do crescimento econômico, melhora dos gastos públicos, continuidade de programas de distribuição de renda e uma reforma tributária com peso maior sobre os mais ricos.(...)

(...) A comparação com os países ricos feita pelo Ipea, ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, leva em conta a expectativa para o índice de Gini. "Se projetados os melhores desempenhos brasileiros alcançados recentemente em termos de diminuição da pobreza e da desigualdade (período 2003-2008) para o ano de 2016, o resultado seria um quadro social muito positivo", diz o texto.

O documento diz ainda que "o Brasil pode praticamente superar o problema de pobreza extrema, assim como alcançar uma taxa nacional de pobreza absoluta de apenas 4%, o que significa quase sua erradicação. Já o índice de Gini poderá ser de 0,488, um pouco abaixo do verificado em 1960 (0,499), ano da primeira pesquisa sobre desigualdade de renda no Brasil".

O índice de Gini mensura o grau de desigualdade na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Ele varia de 0, quando não há desigualdade a 1, quando a desigualdade é máxima. (...)

(...)"Nos países desenvolvidos, o problema da pobreza absoluta encontra-se praticamente resolvido, embora persistam indicadores importantes de medida de pobreza relativa", diz o texto do Ipea.

"Ademais, o índice de Gini encontra-se, em geral, abaixo de 0,4, conforme os casos de países como a Itália (0,33), Espanha (0,32), França (0,28), Holanda (0,27), Alemanha (0,26), Dinamarca (0,24), entre outros, no ano de 2005. A situação dos Estados Unidos, contudo, distancia-se desta realidade nas economias avançadas (0,46) para o mesmo ano." (...)

(...) Os oito pesquisadores que assinam o texto citam como fontes as Nações Unidas, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e os ministérios do Planejamento e da Fazenda. Eles afirmam que em 2016, "com indicadores sociais próximos aos dos países desenvolvidos", a pobreza extrema no Brasil "poderia ser praticamente superada", enquanto "a desigualdade da renda do trabalho tenderia a estar abaixo de 0,5 do índice de Gini".

"O Brasil pode praticamente superar o problema de pobreza extrema, assim como alcançar uma taxa nacional de pobreza absoluta de apenas 4%, o que significa quase sua erradicação", afirma o texto.

Os dados do comunicado indicam que entre 1995 e 2008 - incluindo os governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva [especialmente no governo Lula] - a taxa de pobreza no país caiu em média 0,9% por ano entre os que têm até meio salário mínimo per capita. Na pobreza extrema, que inclui pobres com até um quarto de salário mínimo per capita, o recuo foi de 0,8% por ano.

O Ipea fez também essa conta "para o período mais recente", incluindo apenas o governo Lula. O órgão da Secretaria de Assuntos Estratégicos divulgou que nesses anos a queda média anual na taxa nacional de pobreza absoluta foi de 3,1%, . No campo da pobreza extrema, a diminuição foi de 2,1% por ano, sempre segundo o documento. [índices bem melhores do que no governo FHC]"

FONTE: com informações de reportagem de Maurício Savarese, publicada hoje (12/01) no portal UOL [este blog dispensou trechos inseridos pelo portal UOL do grupo Folha, empenhado em diminuir os feitos do governo Lula e valorizar o governo FHC, para contribuir para a volta da direita (PSDB/DEM/PPS) ao poder. O UOL introduziu opiniões de "especialistas" que contestam os dados do IPEA e dizem que o governo FHC/PSDB foi maravilhoso. Este blog introduziu pequenas observações entre colchetes].

Nenhum comentário: