terça-feira, 19 de janeiro de 2010
PETROBRAS E GE LANÇAM HOJE A 1ª TURBINA DO MUNDO MOVIDA A ETANOL
1ª térmica do mundo a operar com etanol
"O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, inaugura nesta terça-feira (19/01) a conversão da usina termelétrica Juiz de Fora (UTE JF) para operar com etanol. A usina, que faz parte do parque gerador da Petrobras, operava apenas com gás natural e agora é flex-fuel (bicombustível). Inédita no mundo, a operação com etanol, iniciada no último dia 31 de dezembro, encontra-se em testes para otimização.
“Essa conversão é a primeira no mundo, é a primeira vez que se gera energia elétrica a partir do etanol“, explicou o Gerente Executivo de Operações e Participações em Energia da Petrobras, Alcides Santoro, durante coletiva técnica realizada na tarde desta segunda-feira em Juiz de Fora (MG). “Tal qual o carro flex fuel, a usina é totalmente flex. Posso passar do gás para o álcool e do álcool pro gás instantaneamente”, explicou.
Santoro disse que a escolha da unidade mineira para a conversão foi motivada principalmente pela disponibilidade de área e pelas turbinas derivadas do uso aeronáutico, que já eram utilizadas na UTE JF. “Esse tipo de turbina facilita a conversão”, afirmou o gerente.
O Brasil, que foi pioneiro no uso do etanol para veículos automotores, com a criação do Proálcool na década de 1970, e é o segundo produtor mundial desse combustível limpo e renovável, abre uma nova fronteira para o uso do etanol no mercado mundial: a geração de energia elétrica, tanto no país como no exterior. Países importadores de combustíveis líquidos e gasosos, como o Japão, são mercados potenciais para esse uso.
Com essa iniciativa, o Brasil reafirma sua posição de destaque na produção e uso do etanol e a Petrobras dá mais um passo na busca por fontes alternativas de geração de energia e no esforço para flexibilizar seu parque gerador, que tem capacidade instalada de 7.028 MW. São 14 termelétricas a gás natural (5.820 MW), 12 a óleo (892 MW) e 15 pequenas centrais hidrelétricas – PCHs – (316 MW). Agora, conta também com uma usina capaz de gerar energia elétrica a partir do etanol.
Instalada no Distrito Industrial de Benfica, em Juiz de Fora (MG), a usina tem duas turbinas aeroderivadas GE LM 6000, fabricadas pela General Electric (GE), e capacidade total instalada de 87 MW. Está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e tem contratos de fornecimento de energia até 2020. Uma dessas turbinas, com capacidade instalada de 43,5 MW (o suficiente para abastecer uma cidade de 150 mil habitantes), foi adaptada para utilizar também o etanol.
Cerca de 90% dos materiais e equipamentos para a infraestrutura de recebimento, armazenagem e transferência do etanol para a turbina são nacionais. Em relação aos equipamentos adquiridos para conversão da turbina, o percentual é de 5%.
Redução das emissões atmosféricas
A queima do etanol para geração de energia elétrica teve início às 10h25 do dia 31 de dezembro de 2009. Os testes avaliam o desempenho da turbina consumindo etanol, a vida útil dos equipamentos e os níveis de emissões atmosféricas, como o óxido de nitrogênio (NOx), bem como a competitividade econômica desse novo combustível frente às demais fontes de geração termelétrica.
Nos primeiros dias de testes, o resultado tem se mostrado bastante satisfatório. Em 150 horas de geração de energia elétrica com etanol, entre os dias 31 de dezembro e 13 de janeiro, verificou-se redução de 30% na emissão de NOx, comparando com as emissões do gás natural.
O Centro de Tecnologias do Gás Natural e Energias Renováveis (CTGAS-ER), parceria entre Petrobras e SENAI, montou uma estação de monitoramento na UTE Juiz de Fora para realizar a medição em tempo real das emissões de óxidos de nitrogênios (NOx), de óxidos de carbono (COx) e de óxidos de enxofre (SOx).
A geração de energia elétrica a partir do etanol abre grandes oportunidades para o país, com ganhos econômicos, energéticos e ambientais. Além da segurança energética resultante da diversificação das fontes de geração, há ainda a criação de um novo segmento de mercado para o etanol no Brasil e no exterior, a redução dos níveis de emissões atmosféricas e a possibilidade de negociação de créditos de carbono no mercado internacional, por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)."
FONTE: publicado hoje (19/01) no blog "Fatos e Dados", da Petrobras.
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