quinta-feira, 15 de abril de 2010

INPE RECEBE UM DOS 20 SUPERCOMPUTADORES MAIS RÁPIDOS DO MUNDO

Supercomputador

Chega em boa hora a notícia de que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais receberá um dos 20 supercomputadores mais rápidos do mundo para aperfeiçoar a previsão do tempo no país. É um recurso tecnológico bem-vindo tanto para aumentar a produtividade da agricultura quanto para prevenir desastres naturais como os ocorridos recentemente no Rio e em São Paulo.

Essa capacidade de adaptação a fenômenos meteorológicos extremos, como chuvas torrenciais, ondas de calor e secas excepcionais, será cada vez mais importante nas próximas décadas, se confirmadas as previsões de estudiosos do aquecimento global.

Para a maioria dos climatologistas, tais fenômenos devem tornar-se mais frequentes.

Com os equipamentos disponíveis, a meteorologia no Brasil consegue produzir previsões hora a hora de baixa resolução espacial (sobre parcelas do território de 40 km por 40 km). O supercomputador Cray, adquirido por R$ 31,3 milhões, possibilitará previsões em áreas mais precisas, de 5 km por 5 km. Em princípio, seria possível predizer volumes distintos de chuva entre cidades ou até mesmo bairros.

O novo computador do Inpe, cuja compra foi viabilizada por uma parceria incomum entre os governos federal e estadual, cumprirá ainda outras tarefas relevantes.

Viabilizará, por exemplo, um detalhamento dos efeitos da mudança climática global no Brasil. Essas simulações no horizonte de décadas dependem de modelos computacionais complexos que empregam máquinas superpoderosas e até o presente só eram conduzidas no exterior.

Não basta, contudo, o supercomputador. Há outros equipamentos cruciais para investir, como radares e satélites meteorológicos. E nada disso terá utilidade se as instituições não estiverem organizadas para fazer dos alertas apenas o elo inicial de uma cadeia de ações capaz de evitar o desperdício de vidas humanas e o espetáculo de incompetência e cinismo que se presencia a cada estação chuvosa."

[P.S: no último parágrafo do editorial acima, publicado na Folha de São Paulo de hoje (15/04), percebe-se que, com os problemas das chuvas no Rio de Janeiro, a 'Folha' e a 'grande' mídia em geral subitamente acordaram para a importância do papel dos governos estaduais e federal na minimização das consequências trágicas desses fenômenos naturais. Esse papel dos Estados e prefeituras era desconhecido até há poucos dias, pois, nos meses de alagamento este ano em São Paulo, também com muitas mortes, as TVs e os jornalões culpavam somente "a natureza" e jamais criticaram o governo demotucano Serra/Kassab. Só faltava elogiarem explicitamente o 'grande estadista' Serra "por ter levado água e esgoto para todos"...].

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