sexta-feira, 13 de agosto de 2010

NASSIF EXPLICA A OBSESSÃO DE BONNER PELO MENSALÃO DO PT

"Para os que não assistaram as entrevistas dos três principais candidatos no Jornal Nacional: em todas elas, inclusive na de Marina Silva, William Bonner perguntou sobre o mensalão do PT.

Ele não teve interesse no mensalão de Eduardo Azeredo, do PSDB, nem do mensalão muito mais recente, o do DEM do Distrito Federal.

Essa obsessão do apresentador não é dele. Pertence a Ali Kamel, o “assoprador” das perguntas que deveriam ser feitas, devidamente orientado pela campanha de Serra.

A explicação de Luís Nassif:

As estratégias óbvias da mídia

As estratégias da velha mídia são tão óbvias, que matam qualquer sensação de desafio, do xadrez, de se ter a sensação de decifrar grandes jogadas, estratégias superiores.

Como dois e dois são quatro, confira o que está acontecendo:

1. Pesquisas de opinião informando que Bolívia, Venezuela, Cuba, FARCs são bobagens que não chegam a população. Mas o “mensalão”, sim.

2. Montam-se as entrevistas com candidatos, com William Bonner enfatizando em todos os momentos a imagem do “mensalão do PT”. Até mesmo para falar das alianças políticas de Serra. Pois foi com o PTB, que esteve envolvido…no “mensalão do PT”.

3. O próximo lance será um dos três veículos do quadrado mágico levantar uma nova denúncia, requentar uma velha, quem sabe o julgamento pelo STF, qualquer coisa que permita trazer à baila o “mensalão”. Em outros momentos diria que é a Veja. Mas seu grau de credibilidade é muito baixo. Hoje, talvez a Folha, que está entrando de cabeça em todas as frias, mesmo após o casos “ficha da Dilma” e “menino do MEP”. Provavelmente o Estadão, que guardou o maior estoque de credibilidade entre os jornais.

4. Aí os jornais baterão na tecla, repercutindo a denúncia – com resultado próximo a zero. Mas permitirá à Globo repercutir no Jornal Nacional e na CBN, depois de ter reavivado a memória dos telespectadores com as perguntas colocadas nas entrevistas.

5. Plínio de Arruda Sampaio terá enorme oportunidade de mostrar uma candidatura independente – e crescer – se quando confrontado com a pergunta óbvia, mostrar que todos os partidos recorreram a isso, incluindo o PSDB – no episódio da votação da reeleição. Mas provavelmente os entrevistadores terão cautela, depois de alcançado o objetivo nas entrevistas anteriores."

FONTE: texto originalmente postado no blog de Luis Nassif e reproduzido no portal "Viomundo", de Luiz Carlos Azenha.

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