quarta-feira, 13 de abril de 2011

EMBRAER FECHA ACORDO COM A AVIC, DA CHINA, PARA COOPERAÇÃO INDUSTRIAL


“São José dos Campos, 12 de abril de 2011 – A Embraer S.A. assinou ontem um acordo com a AVIC (Aviation Industry Corporation of China) com o objetivo de implementar uma linha de produção de Legacy 600/650 [foto] na China, utilizando a infraestrutura, recursos financeiros e mão-de-obra da joint venture “Harbin Embraer Aircraft Industry Company” (HEAI) entre as duas empresas. Nas próximas semanas, as empresas finalizarão os detalhes desse projeto e a formalização da documentação necessária.

A Embraer e a AVIC reconhecem o rápido crescimento do mercado de aviação executiva chinês e estão confiantes no potencial do Legacy 600/650 para atender aos requisitos desse exigente mercado.

A Embraer está presente na China desde o ano de 2000 e, atualmente, mais de 80 aviões produzidos pela Empresa operam na região.

A HEAI foi criada em janeiro de 2003 e já produziu e entregou 39 aeronaves ERJ 145 até o momento.

SOBRE A AVIATION INDUSTRY CORPORATION OF CHINA

A “Aviation Industry Corporation of China” (AVIC), reestruturada e constituída pelas antigas China Aviation Industry Corporation I (AVIC I) e China Aviation Industry Corporation II (AVIC II), é iniciativa do governo, organização de investimento autorizada e holding estatal que se reporta diretamente ao governo chinês.

A AVIC é composta por dez entidades, incluindo Defense Business Unit, Transporter Company, Engine Company, Avicopter Company, System Company, General Aircraft Company, Assets Management Business Unit, CATIC, Technology Basic Research Institute e Technology and Economy Research Institute.

Dentre as cerca de 200 subsidiárias (marcas) da AVIC, 18 estão listadas na bolsa de valores da China e três na de Hong Kong.

A receita de vendas da AVIC totaliza US$ 31,44 bilhões e o EBIT, US$ 1,53 bilhões, tornando a empresa parte da lista da 500 maiores.

A AVIC não desenvolve apenas produtos aeronáuticos, mas também atua nos segmentos de automóveis, motocicletas, turbinas a gás, equipamentos de refrigeração, produtos eletrônicos,proteção ambiental e novos equipamentos para energia, entre outros.”

EMBRAER CONFIRMA ACORDO PARA EVITAR FIM DE FÁBRICA NA CHINA

O presidente da Embraer, Frederico Curado, confirmou na terça-feira o acordo para a permanência da fábrica da Embraer em Harbin, para que sejam produzidos jatos executivos Legacy.

Ele também disse que a China encomendou 35 jatos comerciais Embraer 190, que tem cem assentos e custa US$ 43 milhões.

"A adaptação da fábrica em Harbin para a produção do Legacy deve demorar até 24 meses. Existe demanda na China para cerca de 600 jatos executivos nos próximos 10 anos", disse.

Sobre a produção de jatos Legacy no país, Curado disse não haver encomendas já feitas.

"Vamos entrar para explorar o mercado. É visão de investimento de risco. Não tem nenhuma garantia governamental do Brasil ou da China."

PONTO POLÊMICO

O risco de fechamento da fábrica era um dos pontos mais polêmicos da relação entre os dois países. Um possível acordo para evitar essa situação já havia sido anunciado na segunda-feira, porém sem confirmação da empresa.

A Embraer é parceira da estatal Aviation Industries of China (AVIC) desde 2002 e produzirá, neste mês de abril, a última unidade do modelo para o qual tem licença de fabricação, o ERJ-145, aeronave comercial de 50 lugares cuja demanda na China e no mundo despencou nos últimos anos.

Sem licença para fabricar outro modelo, mais competitivo, a fábrica corria o risco de ficar ociosa e fechar as portas em breve.

O embaixador brasileiro em Pequim, Clodoaldo Hugueney, disse que havia sido fechado acordo com o governo chinês que permite a produção, pela fábrica da Embraer na China, do Legacy.

A informação ainda não foi confirmada pelo governo chinês.

ADAPTAÇÃO

Segundo a Embraer, seria relativamente fácil para a empresa adaptar a linha de produção chinesa, atualmente preparada para produzir o ERJ-145, para a fabricação do jato executivo Legacy 600-650 (os dois modelos que devem ter demanda na China).

Isso porque a fabricação do Legacy usaria a mesma plataforma do RJ-145, sendo necessários poucos ajustes nas ferramentas usadas.

Segundo a empresa, o ERJ-145 é vendido por US$ 22 milhões. O jato executivo Legacy, menor e mais luxuoso, com 13 assentos, fica entre US$ 28 milhões (o 600) e US$ 31 milhões (o 650), por conta, principalmente, do melhor acabamento [interno].

O jato comercial ERJ-145, atualmente fabricado pela Embraer na China, começou a ser produzido na metade da década de noventa e sua demanda foi afetada, entre outras coisas, por custos fixos mais elevados com o aumento do preço dos combustíveis.

O mercado passou a preferir jatos comerciais com mais assentos, o que dilui custos.

O problema era que o governo chinês não aprovava o pedido de licença feito pela empresa em 2008 para a fabricação na China do Embraer 190. A interpretação no mercado de aviação era a de que a China queria desenvolver o seu próprio jato comercial de 100 lugares e quer evitar a concorrência da Embraer.

O Legacy, que contará com a licença de fabricação caso o acordo seja mesmo oficializado, é um jato executivo e não comercial, operando, portanto, em mercado diferente.”

FONTE: agência britânica de notícias BBC, com transcrição no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/557/EMBRAER-Fecha-Acordo-com-a-AVIC--da-CHINA--para-Cooperacao-Industrial) e (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/567/Embraer-confirma-compra-de-jatos-para-evitar-fim-de-fabrica-na-China) [imagem do Google adicionada por este blog].

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