sábado, 30 de abril de 2011

Wikileaks: EUA TORTURAM MENORES INOCENTES (GUANTÁNAMO)


Wikileaks: EUA PRENDERAM E TORTURARAM ADOLESCENTES EM GUANTÁNAMO SEM MOTIVO

“Catorze adolescentes passaram pela prisão de Guantánamo, sob o argumento de serem “suspeitos” de terrorismo. Apenas um apresentou alguma informação relevante para a segurança dos Estados Unidos. Os demais não representavam risco, concluiu o alto comando militar de Guantánamo, em documentos revelados pelo WikiLeaks. São jovens que foram aprisionados sem motivo.

"Não nos consta qualquer razão para que o detido tenha sido enviado para as instalações de Guantánamo." "Avaliamo-lo como sendo um menino soldado que os talibãs obrigaram a alistar-se nas suas tropas". "Não é membro da Al-Qaeda nem um líder talibã". "Não representa ameaça para os interesses dos EUA e dos seus aliados."

Essas são algumas das frases escritas pelo alto comando militar de Guantánamo, sobre os menores que passaram por aquela prisão norte-americana em Cuba, que constam em documentos obtidos pelo WikiLeaks e cedidos a vários jornais europeus.

Esse tipo de avaliação é comum em relação a muitos prisioneiros, dizem os jornais, mas é muito mais abundante nos documentos sobre os menores, cuja detenção representa um dos principais motivos de protesto por parte de associações de direitos humanos e de advogados. No total, os avaliadores não acreditaram na culpabilidade ou na potencial ameaça que representavam quase 60% das pessoas que os Estados Unidos aprisionaram em Guantánamo.

O principal motivo para a criação da prisão no território de Cuba, evocado pela administração norte-americana para a manutenção de muitos prisioneiros, referida nos documentos, era a possibilidade de obter informação preciosa na guerra contra o terrorismo. Mas isso não se verificou, especialmente no que se refere aos menores.

Apenas um, o canadense Omar Ahmed Jader, tem um real valor para obtenção de informação e continua ainda hoje na prisão. Omar Ahmed Jader é filho de um tenente de Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda.

Dos 14 adolescentes, em cinco casos os avaliadores consideraram que não se podia extrair qualquer informação. Sete foram classificados como tendo valor "baixo" e dois com valor "médio".

MÉDICOS E CÚMPLICES

A equipe contratada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos com objetivo de prestar "auxílio médico aos presos" [sic] de Guantánamo ocultou ou ignorou as provas de que os presos foram torturados ali. É o que constatou uma equipe de pesquisadores independentes que teve acesso às fichas de nove detidos e às informações dos advogados. Esse estudo foi elaborado para publicação na revista científica norte-americana “Plos Medicine”, disponível na internet.

Os médicos de Guantánamo atribuíam a “disfunções de personalidade" ou a "tensão por confinamento" os problemas psicológicos e lesões que os presos apresentavam após serem submetidos às “severas técnicas de interrogatório” que, para a ONU (Organização das Nações Unidas), são sinônimo de tortura.

"A omissão de tortura ou seu encobrimento não se pode justificar para nenhum profissional da saúde, seja ele clínico, militar”, afirmaram os autores da pesquisa, Vincent Iacopino e Stephen N. Xenakis. Iacopino é médico da Universidade de Minnesota e trabalha como especialista em Direitos Humanos; Xenakis é general afastado do Exército norte-americano.

"Os informes médicos de cada um dos nove casos indicam que as alegações específicas de torturas e maus tratos eram altamente consistentes com as provas médicas e psicológicas documentadas nos documentos médicos e avaliações realizadas por especialistas não governamentais”, constataram os pesquisadores. “No entanto, o pessoal médico que tratou os presos de Guantánamo não perguntou nem registrou as causas, nem as lesões físicas e/ou os transtornos psicológicos que apresentavam”.

Os nove detidos afirmaram que foram submetidos a várias formas de tortura como privação de sono, exposição a temperaturas extremas, ameaças, espancamento e obrigação de permanecer sem roupas. Eles declararam também que foram submetidos a "torturas não autorizadas", como fortes espancamentos que chegaram a provocar fraturas ósseas; agressão sexual e o “submarino” (que consiste em asfixiar o preso colocando sua cabeça na água ou em saco plástico).

Vários dos detidos declararam ter perdido a consciência durante os interrogatórios. Tentativas de suicídio, depressão grave e alucinações são algumas das queixas frequentes daqueles que hoje estão em liberdade, mas que já passaram por Guantánamo.

Os médicos do Departamento de Defesa alegam não terem visto nem notado nada que apontasse para danos provocados intencionalmente nos presos quando eles estavam sob sua responsabilidade. Os nove casos analisados na pesquisa correspondem a pessoas presas em 2002, com idade média de 33 anos.

MORTES

Desde a criação da prisão norte-americana, em 2002, morreram sete presos no local, segundo dados oficiais. Sua manutenção não encontra amparo em nenhuma convenção internacional e, portanto, não há como fiscalizar o que acontece em seu interior, motivo pelo qual os EUA são criticados por organizações de direitos humanos.

Os EUA também não permitem que a ONU (Organização das Nações Unidas) inspecione as condições da base e do tratamento recebido pelos detidos.

Atualmente, há 172 detidos. O máximo de prisioneiros que ficou no local foi 779 em 2003.”

FONTE: portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=152922&id_secao=9) [imagem do Google adicionada por este blog].

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