sexta-feira, 29 de abril de 2011
CONSELHO DE SEGURANÇA REJEITA PROPOSTA EUROPEIA DE CONDENAR VIOLÊNCIA NA SÍRIA
“Proposta apresentada por França, Reino Unido, Alemanha e Portugal, que defendem clara condenação internacional da violência na Síria e a investigação independente dos fatos, esbarrou na oposição da Rússia e da China.
[Por outro lado, os EUA, a França, o Reino Unido, a Itália, porém, não admitem debate na ONU, nem apoiam condenação aos EUA, a Israel e à OTAN, muito menos investigação internacional, sobre violência em Cuba (Guantánamo), no Iraque, no Afeganistão, em Gaza, Bahrein e demais países árabes aliados].
Os europeus fracassaram em sua tentativa de fazer com que o Conselho de Segurança das Nações Unidas emitisse uma declaração condenando a violência do regime sírio contra os manifestantes antigovernamentais.
Um rascunho de declaração apresentado pelos quatro países europeus no órgão –França, Reino Unido, Alemanha e Portugal– não encontrou respaldo na quarta-feira (27/04) em Nova York [na ONU].
Com a declaração, buscava-se condenar a violência contra manifestantes pacíficos, pedir o fim imediato da repressão do governo e iniciar investigação independente dos recentes acontecimentos no país. Segundo ativistas de direitos humanos, cerca de 400 pessoas já morreram devido à ação das forças de segurança na repressão aos protestos contrários ao regime.
A oposição à proposta europeia veio principalmente dos embaixadores da Rússia e da China na ONU, que afirmaram que a situação na Síria não pode ser considerada ameaça à paz e à segurança internacional. Por isso, descartaram declaração condenando a Síria e também investigação independente da situação no país. A Rússia alertou que a interferência externa poderia iniciar guerra civil na Síria. Também, o Líbano foi contra a proposta europeia.
REPERCUSSÃO
O embaixador da Síria na ONU, Bashir Jaafari, saudou o fracasso da iniciativa europeia, por ele descrita como "propaganda".
O ministro francês do Exterior, Alain Juppé, disse em Paris que a França apoia declaração condenando o regime sírio, bem como a possibilidade de sanções a serem impostas pela União Europeia. O embaixador da França na ONU, Gerard Araud, anunciou que o país vai agora procurar outros meios para aumentar a pressão sobre o regime sírio caso este não reveja sua posição.
O embaixador da Alemanha no grêmio, Peter Wittig, disse que a Alemanha apoiará "medidas adequadas" contra o regime sírio.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, disse ao Conselho que Washington condena fortemente a repressão aos manifestantes sírios e que amplo leque de sanções está sendo debatido. Os EUA também apoiam a ideia de que o Conselho de Direitos Humanos em Genebra investigue as mortes na Síria.
VIOLÊNCIA CONTRA OS MANIFESTANTES
O Conselho de Segurança recebeu um informe do secretário-geral adjunto da ONU, Lynn Pascoe, sobre os recentes acontecimentos na Síria. Pascoe disse que as informações provêm de diversas fontes, incluindo a imprensa, sites da internet síria e grupos de direitos humanos e de oposição ao regime sírio.
Segundo ele, há acusações de que o governo do presidente Bashar al-Assad deteve e torturou manifestantes, prendeu jornalistas e usou tanques e munição contra os manifestantes. Citando informações de “várias fontes”, Pascoe disse que entre 350 e 400 manifestantes foram mortos pelas forças de segurança da Síria.”
FONTE: publicada pela rede de notícias alemã “Deutsche Welle” (DW) e transcrito no site “DefesaNet” (revisão: Rodrigo Rimon) (http://www.defesanet.com.br/geopolitica/noticia/763/Conselho-de-Seguranca-rejeita-proposta-europeia-de-condenar-violencia-na-Siria-) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
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