quinta-feira, 7 de julho de 2011

ISRAEL PROIBE O BRASIL VENDER VANT À VENEZUELA E BOLÍVIA

VANT Heron


ACORDO COM ISRAEL PREVÊ TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA PRODUÇÃO DE AVIÃO NÃO TRIPULADO, MAS VETA EXPORTAÇÃO

"O Governo israelense teme que venezuelanos [e bolivianos] repassem o ‘know-how’ para a fabricação de VANTS ao governo do Irã [sic]

Acordos firmados pelo Brasil com Israel para produzir veículos não tripulados no país impedem que os aparelhos sejam exportados para a Venezuela e a Bolívia.

A estatal israelense IAI vendeu dois ‘VANT Heron’ à Polícia Federal para missões de controle de tráfico de drogas nas fronteiras e negocia outros -um negócio que deve chegar a US$ 350 milhões.

A Elbit Systems vendeu dois ‘VANT Hermes 450’ para a Força Aérea Brasileira, para monitoração da Amazônia, e deve ampliar o contrato. O governo brasileiro exigiu que as empresas israelenses transferissem tecnologia.

VANT Hermes 450


Assim, o Brasil poderá produzir seus próprios VANT e, eventualmente, exportar.

Mas Israel vai bloquear licenças de exportação, como fizeram os EUA, que vetaram a venda de Super Tucanos da Embraer à Venezuela.

A presidente Dilma Rousseff disse, em 2010, que pretendia adquirir mais 10 VANT para as fronteiras. O Heron da IAI é o mesmo VANT usado no Afeganistão por Alemanha, Canadá e Inglaterra.

"Em três ou quatro anos, teremos a capacidade de estar produzindo nossos VANT no Brasil", disse Miki Bar, assessor da presidência da IAI, que tem uma ‘joint venture’ com a empresa brasileira Synergy para fabricar VANT.

Mas para exportar os VANT produzidos em solo brasileiro é preciso ter autorização do governo israelense, o que não ocorreria [a autorização] com vendas para Venezuela, diz Bar.

Israel também não permitiria que o Brasil vendesse VANT à Bolívia. Venezuela e Bolívia romperam relações diplomáticas com Israel em 2009, em protesto pela ‘ofensiva’ israelense em Gaza [com grande massacre de civis].

Israel encara Bolívia e Venezuela com desconfiança, devido à proximidade desses países com o governo do Irã.

O medo é que a tecnologia dos VANT, usados em operações ‘antiterror’ em Israel ["terrorista" é o rótulo colocado em toda eventual resistência às invasões e ocupações da Palestina por Israel], pare nas mãos dos iranianos.

CLÁUSULA

"O Brasil, a exemplo dos demais países, respeita as chamadas cláusulas de "end user", pelas quais o país comprador de material militar se compromete a ser usuário final e, portanto, a não repassar a tecnologia adquirida a terceiros sem autorização do país vendedor", disse o Ministério da Defesa em nota.

As empresas querem multiplicar suas vendas no Brasil, de olho no patrulhamento do pré-sal, Olimpíada e Copa do Mundo. A Elbit comprou a empresa brasileira Aeroeletrônica, no RS, e pretende começar a fabricar os VANT em solo brasileiro em dois anos. Para isso, negocia ‘joint venture’ com a Embraer.

Joseph Ackerman, president da Elbit, vê no Brasil um cenário semelhante ao americano: "Lá nos EUA, 30% das missões aéreas já são feitas com aviões sem piloto".

Segundo Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança, as questões de tecnologia são muito sensíveis e "obviamente não poderemos transferir para alguns países. Mas nosso alvo inicial na ‘joint venture’ com a Elbit é produzir VANT para o mercado brasileiro e queremos desenvolver tecnologia nacional".

Segundo o Ministério da Defesa, o Brasil tem seu próprio programa de VANT, para desenvolver tecnologias que não são repassadas por outros países -sistemas de navegação, pouso e decolagem.

"A aquisição eventual de VANT pelo Brasil não prejudica o desenvolvimento dessa tecnologia no país, pois os propósitos de uma operação e outra são distintos", diz o Ministério da Defesa. A compra destina-se a suprir a carência imediata de veículos, enquanto o investimento em tecnologia permitirá produzir industrialmente os VANT.”

FONTE: reportagem de Patrícia Campos Mello, enviada especial a Tel Aviv a convite do governo de Israel. Publicado no portal UOL/Folha (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0307201109.htm) [imagens e trechos entre colchetes adicionados por este blog democracia&politica].

4 comentários:

Probus disse...

Existem VANTS (Veículo Aéreo Não Tripulado ou Drone ou UAV) que proporcionam Vigilância e também Ataque. E, existem VANTs para uso exclusivo de Vigilância e Espionagem de um custo bem menor dos que proporcionam Ataque a Alvos Definidos. E os VANTs da Santos LAB provavelmente VÃO ser comercializados com quem o BraSil quiser.

27 de junho de 2011
Avião não tripulado poderá fiscalizar favelas brasileiras

O Carcará II está em fase de testes na Marinha

Considerados pelo governo fundamentais na estratégia de monitoramento das fronteiras brasileiras para coibir o tráfico de drogas e armas, dois veículos aéreos não tripulados (Vant) devem entrar em operação no País até o fim do ano. Essa não será a primeira vez que o Brasil utilizará um Vant em ações especiais. Desde 2006, uma versão mais barata da aeronave, de fabricação nacional, é utilizada pela Marinha em ações no Haiti. O sucesso em um ambiente urbano pode representar o primeiro passo de uma verdadeira revolução no setor de segurança pública no Brasil.
Conheça o Carcará, o avião-espião brasileiro
A robustez, a portabilidade e a discrição do Carcará, nome do Vant de apenas 1,6 m de envergadura projetado pela empresa carioca Santos Lab e usado pela Marinha, permitem seu uso futuro em operações policiais nos grandes centros urbanos brasileiros. “Há a possibilidade de que, futuramente, as aeronaves sejam empregadas em ações nas favelas do Rio de Janeiro, por exemplo, que contam com apoio logístico da Marinha”, adianta o engenheiro alemão responsável pela atualização do projeto brasileiro, Tin Muskardin.
Movido por um rotor traseiro alimentado por três baterias, o Carcará pode voar por até uma hora, enviando imagens de um raio de 15 km, em tempo real, a uma estação de controle portátil, que cabe em uma pequena mochila. “A Marinha usa o Carcará em missão de paz no Haiti para monitorar as favelas, em missões de reconhecimento para acompanhar o que está acontecendo antes de alguma incursão”, relata o engenheiro alemão, que há dois anos trabalha no novo Vant verde-amerelo, o Carcará II. “A segunda versão é desenvolvida respeitando as necessidades da Marinha, ainda está em fase de testes. Ele é um pouco maior – mede 2 m – e tem o dobro de autonomia. Tudo isso pesando apenas 4,3 kg”, afirma.
O Carcará é lançado manualmente pelas tropas e é equipado com câmeras de alta definição e sistema GPS, que permite ao controlador estabelecer previamente a rota, ou alterá-la clicando com o mouse sobre um ponto específico da imagem captada pelo aparelho. A estação de controle, semelhante a um laptop, é uma estrutura robusta e leve, que pode ser levada dentro de navios e veículos em movimento durante a operação. “A estação também pode ser conectada a um GPS, o que permite ao avião reconhecer a movimentação dela e responder aos comandos da mesma forma”, diz Muskardin.
“É possível controlar até quatro aviões ao mesmo tempo com apenas uma estação de controle. Na prática, isso permite a realização de operações contínuas de monitoramento. A autonomia de um avião é só de duas horas, no caso do Carcará II. Depois de uma hora e meia é possível acionar um segundo avião, e fazer o primeiro voltar para fazer a recarga de baterias, mantendo a ação ininterrupta”, diz o engenheiro. “As baterias podem ser recarregadas no carro ou em uma tomada comum. Há ainda a possibilidade de troca da bateria, como ocorre com um aparelho celular, por exemplo”, completa.

Probus disse...

Baixo custo é trunfo do modelo brasileiro

O Carcará é vendido em kits com três aeronaves e uma estação de controle, cujo custo varia entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, dependendo das especificações dos aparelhos, segundo Muskardin. O Carcará II deve entrar em operação a um preço entre R$ 500 mil e R$ 600 mil cada kit, podendo contar com o emprego de câmeras com zoom ótico e sensor infravermelho.

Em testes com o Carcará II, a Marinha estuda a utilização do Vant na identificação de alvos para serem neutralizados pela artilharia. “No vídeo em tempo real você pode pegar as coordenadas de algum alvo e mandá-las para a artilharia, e o avião fica próximo ao alvo. Após a ação da artilharia, o avião volta ao local e verifica se o alvo foi atingido. Caso contrário, pode repetir o processo”, relata o engenheiro.
O Carcará II possui um sistema inovador que lhe permite um pouso quase vertical, exigindo pouco espaço para a operação. “Tanto o Carcará quanto o Carcará II são desmontáveis, então você chega com uma mochila muito leve em qualquer lugar. Você pode lançar a aeronave manualmente do topo de um prédio e recuperá-lo no mesmo local, o que amplia a área de atuação do Vant”, diz.

Silencioso em decorrência de seu motor elétrico, o Carcará pode ser facilmente confundido com uma ave quando visto do solo. “A cor acinzentada do aparelho foi escolhida justamente para se parecer com o céu, dificultando a visualização por parte do inimigo. A partir de uma altura de 100 m, já não é mais possível ouvir o som do motor”, diz o engenheiro. “Em algumas situações de pouso, mesmo para quem está operando o aparelho tem dificuldades para enxergar o Carcará. É muito difícil vê-lo”, relata.

O tamanho reduzido e o pequeno potencial de estragos provocados por uma eventual queda também contam a favor do Carcará. “O Vant é feito de polipropileno expandido, o mesmo material utilizado na fabricação dos para-choques dos carros. É um material robusto e seguro. Mesmo ao cair, a chance de machucar alguém é muito pequena, muito menor do que a de um avião feito com fibra de carbono ou plástico”, garante.

O modelo que deverá ser empregado nos próximos meses pela Polícia Federal possui semelhanças com o Carcará. É, porém, 10 vezes maior e tem autonomia de voo superior a 40 horas. Os aviões Heron foram adquiridos junto ao governo israelense, que emprega as aeronaves em ações de vigilância em áreas de confronto com palestinos.

FONTE: Terra

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http://www.aereo.jor.br/2011/06/27/aviao-nao-tripulado-podera-fiscalizar-favelas-brasileiras/

http://planobrasil.com/2011/06/27/o-carcara-ii-esta-em-fase-de-testes-na-marinha/

Carcará - Mini avião de monitoramento
http://www.youtube.com/watch?v=uS_8ELmyVkY&feature=related

Carcara_II.wmv
http://www.youtube.com/watch?v=mG4_iP_IDG0

Santos Lab Line of Products
http://www.youtube.com/watch?v=oRVkaH4M48I

Unknown disse...

Probus,
Obrigada por esses dados adicionais, que complementam o assunto para mim e outros leitores.
Maria Tereza

Fluxo disse...

Onde está a tão propalada soberania brasileira que é tão cara a determinados grupos? Depois do caso dos Super Tucanos, que deixaram de ser vendidos à Venezuela, agora é o dos VANTs. Ironicamente, a Synergy pertence a judeus de origem boliviana, que agora se associam a Elbit (Aeroeletrônica).
Um país não é soberano sem: Ciência e Tecnologia; Indústria Farmoquímica desenvolvida,verticalizada; Produção de Hemoderivados; Eletrônica e Cibernética; Biotecnologia e Engenharia Genética; Nanotecnologia e Novos Materiais. Quem puder, traga informações adicionais, que será proveitoso para aqueles que procuram este "blog" como fonte de informação. Foi muito boa a exposição do Probus.