Jobin bajula FHC pelo seu mês de aniversário. Vale tudo para agradar o ídolo
[OBS deste blog ‘democracia&politica’: uma importante dúvida ficou no ar nas grandes e prolongadas festividades promovidas pela direita e grande mídia em todo o Brasil por conta do mês de aniversário de FHC. “Os idiotas” que hoje cercam a ele, Jobin, aos quais se referiu em seu impactante, bajulador do tucano e agressivo discurso, poderiam ser a presidente Dilma, que o chefia, os comandantes das Forças Armadas e generais que o assessoram no Ministério da Defesa, ou os tucanos, com quem ele de fato convive e se identifica?
[PERMANECE O SUSPENSE. ELE JÁ EXCLUIU A HIPÓTESE DE SER A PRESIDENTE DA REPÚBLICA]
Chamado por Dilma para explicar, vazou que ele murchou sua agressiva arrogância e bazófia e teria dito que “idiotas” são “alguns jornalistas”... Parece-me desculpa torta, um fingido e medroso “meia-volta-volver". Não podemos esquecer que lhe foi confiado o poderoso e delicado cargo de Ministro da Defesa. É indispensável nota explicativa dele à Nação].
Por Leandro Fortes, em “CartaCapital”
NO [MÊS DO] ANIVERSÁRIO DE FHC, NELSON JOBIM JOGA SEU CARGO NO VENTILADOR
“Isolado dentro do Ministério da Defesa desde a chegada do ex-deputado petista José Genoíno, o ministro Nelson Jobim aproveitou um evento tucano –o aniversário de 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso– para destilar o fel do ressentimento.
Após entoar o que ele mesmo classificou de “monólogo” pró-FHC, Jobim disse que faria um discurso “cheio de vazios”, mas que "o amigo tucano iria entendê-los". Diante de platéia hostil ao governo, Jobim chegou a anunciar que estava no cargo, exclusivamente, por vontade de FHC. “Se estou aqui, foi por tua causa”, discursou o ministro, para espanto até dos tucanos presentes. Mesmo no evento, todos sabiam que Jobim foi para o cargo, e se mantém até hoje, por causa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva [e da confirmação da Presidente Dilma].
No tal discurso, Nelson Jobim sequer falou no nome da presidenta Dilma Rousseff, com quem mantém uma relação superficial e conflituosa, desde que foi obrigado a voltar atrás e apoiar o projeto de criação da ‘Comissão da Verdade’, que irá investigar os crimes cometidos durante a ditadura militar. Em 2009, Jobim chegou a anunciar que iria se demitir, junto com os comandantes militares, caso o texto da terceira edição do ‘Plano Nacional de Direitos Humanos’ não fosse modificado. Para evitar a crise, Lula retirou do documento o termo “repressão política” para se referir à atuação dos quartéis na tortura, assassinato e desaparecimento forçado de presos políticos.
O motim contra o PNDH-3, contudo, foi a última performance de sucesso de Nelson Jobim, ministro civil afeito a usar uniformes militares quando está junto de generais. No governo Dilma, foi obrigado a engolir a nomeação de José Genoíno como “assessor especial” e perdeu quase todas as atribuições de relevância da pasta, inclusive o controle sobre as operações militares. No caso da ‘Comissão da Verdade’, acabou informalmente subordinado a Genoíno e à ministra Maria do Rosário, secretária nacional de Direitos Humanos.
Foi no rastro desses acontecimentos que Jobim se exasperou diante de FHC, de quem foi ministro da Justiça e a quem deve a indicação ao Supremo Tribunal Federal, onde esteve por dois anos. À vontade na festa tucana, o ministro fez coro às críticas da oposição e de parte da mídia ao estilo de Dilma. Como contraponto, rasgou seda para FHC. “Nunca o presidente (FHC) levantou a voz para ninguém. Nunca criou tensionamento entre aqueles que te assessoravam”. E foi além, ao insinuar que os governos Lula e Dilma demoliram o que ele chamou de “processo político de tolerância, compreensão e criação”, supostamente construído nos tempos do tucanato. “Precisamos ter presente, Fernando, que os tempos mudaram”, faltou a FHC.
O arremate final, quase um pedido público de demissão, foi uma citação do dramaturgo Nelson Rodrigues. “Ele dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia”, afirmou. “E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento”. Mais explícito, impossível.”
FONTE: escrito por Leandro Fortes, jornalista, professor e escritor, autor dos livros “Jornalismo Investigativo”, “Cayman: o dossiê do medo” e “Fragmentos da Grande Guerra”, entre outros. Mantém um blog chamado “Brasília eu Vi”. Artigo publicado em (http://brasiliaeuvi.wordpress.com) e transcrito no portal “Viomundo” (http://www.viomundo.com.br/politica/leandro-fortes-no-aniversario-de-fhc-nelson-jobim-joga-seu-cargo-no-ventilador.html) [imagem do google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
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