sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

PROTÓGENES VAI ATRÁS DA DÍVIDA EXTERNA DO FHC

"Meu livro é um grito contra a elite tucana de SP" (Foto Geórgia Pinheiro)

Por Paulo Henrique Amorim, no "Conversa Afiada":

“Quinhentas pessoas compareceram na noite de quarta-feira (21) ao relançamento triunfal de “A Privataria Tucana” no Sindicato dos Bancários, em São Paulo.

Foi uma ideia vencedora do “Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé” e seu presidente vitalício, Miro Borges.

Os expositores foram o Amaury Ribeiro Junior, delirantemente recebido pela plateia, Protógenes Queiroz, igualmente recebido com entusiasmo, e este ansioso blogueiro.

A moderadora foi Maria Inês Nassif.

Não foram ao evento, apesar de especialmente convidados, com lugar reservado e tudo, a Cantanhêde, Elio Gaspari, Judith Brito (que até hoje não foi receber o prêmio “O Corvo”) e Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da História da “Globo”.

Amaury contou que só teve a sensação de ter dado um nocaute quando abriu a “Veja” (isso é um perigo ! Dá câncer de pele !) e a “Veja” não tinha nada para defender os tucanos.

Depois de apanhar tanto para escrever o livro, foi muito divertido constatar o silêncio cúmplice do detrito de maré baixa.

O meu livro é o grito – disse Amaury – dos que não aguentam mais a hegemonia dessa elite tucana paulista.

Eles se acham deuses porque estudaram Economia na PUC e aprenderam a lavar dinheiro em Harvard.

(A plateia foi ao delírio !)

Eles acham que faziam operações muito sofisticadas – conta o Amaury -, mas ficou demonstrado que eram operações fajutas.

Só são “sofisticadas” porque têm a blindagem do PiG (*).

(A plateia vem abaixo !)

Só vim a conhecer o Protógenes esta noite, aqui, talvez a noite mais emocionante da minha vida, contou ele.

E o Protógenes esteve lá: no Banestado, no BNP Paribas, na dívida externa.

São sempre os mesmos delinquentes.

São sempre os mesmos lavodutos.

Se a CPI for instalada, disse Amaury, vai chegar à midia.

Ela está lá e por isso está com medo.

A ação em que me indiciaram – conta Amaury – não foi para a frente.

Não deu em nada.

(A reportagem do “jn” do Ali Kamel sobre o Amaury, na eleição de 2010, só ela, disse o Amaury, dá um livro.)

O PSDB tem uma articulação muito forte dentro da Polícia Federal (alô, alô, Zé Cardozo, vai encarar A Privataria ?) e no Ministério Público Federal, disse o Amaury.

(Brindeiro Gurgel, o senhor recebeu os 700 exemplares que o Edu Guimarães lhe mandou, através do Blog da Cidadania ?)

Amaury observou que escreveram quatro livros para espinafrar o Lula e não venderam nada.

Ele, modestamente, em uma semana vendeu 120 mil exemplares.

A CPI da Privataria é o futuro, disse Amaury.

Este ansioso blogueiro pediu ao Amaury para refutar ali a principal crítica dos gatos pingados do PiG que ousaram enfrentá-lo: que o Amaury não prova o vínculo entre a roubalheira dos documentos e a privataria do “Cerra” e do FHC.

Disse o Amaury:

Por que o Carlos Jereissati paga uma propina ao Ricardo Sergio de Oliveira depois de ganhar a Telemar do Ricardo Sergio de Oliveira ?”

“Por que o Daniel Dantas manda a irmã financiar a empresa da filha do Cerra em Miami (em Miami !) depois de o Ricardo Sergio e o FHC lhe concederem de mão beijada – sem botar um tusta – a Brasil Telecom ?”

“Por que o Preciado, quebrado, cunhado e sócio do Cerra, foi salvo no Banespa, ganhou uma concorrência, e pagou propina ao Ricardo Sergio de Oliveira ?”

“A filha do Cerra está para ser julgada por violação de sigilo”.

“Ela é ré do processo”.

“A sócia dela na empresa?

“A irmã do Daniel Dantas que o Protógenes Queiroz não deixa de chamar de “banqueiro bandido”.

O COAF arquivou (???) um processo de investigação de lavagem de dinheiro do Bourgeois, genro do Cerra, por lavagem de dinheiro.

Quer mais ?

Vamos ver na CPI”, disse o Amaury.

Porque na CPI de 206 assinaturas (e não dá mais para tirar nome – nem colocar !) Protógenes pretende estabelecer [demonstrar] o vínculo entre a “Privataria Tucana” de Cerra/FHC e a composição da dívida externa brasileira.

É aí que entram as “CC5”, o “Anexo 4”, o Banestado, o BNP Paribas e as malfadadas “moedas podres”.

Protógenes contou que, no âmbito da investigação do Banestado – o Dantas está lá, de mãos dadas ao Naji Nahas – foi ao Banco Central pedir os documentos que constavam dos processos de conversão da dívida externa brasileira.

O funcionário do Banco Central disse: não existe mais o departamento que trata disso.

Foi extinto.

E os documentos ?

Meu caro, se o departamento sumiu, o que o senhor acha que aconteceu com os documentos – foi a resposta que ouviu.

Protógenes investigava o Ministro da Fazenda Fernando Henrique e o responsável pela área externa do Banco Central, Armínio Fraga.

(O amigo navegante entende a ligação entre isso e o “chamar o Presidente às falas”, não é ?)

E daí chegamos à privatização, observou Protógenes.

No livro, Amaury se vale do Aloysio Biondi (“O Brasil Privatizado”, editora Perseu Abramo) para demonstrar que o Cerra e o FHC PAGARAM para vender o patrimônio nacional.

Entre moedas podres e créditos subsidiados do BNDES, o Brasil pagou para vender a Vale e a Telebrás.

Este ansioso blogueiro limitou-se a lembrar que o livro do Amaury e a CPI do Protógenes tratam da MAIOR ROUBALHEIRA DE TODAS AS PRIVATIZAÇÕES DA AMÉRICA LATINA !

O ansioso blogueiro lembrou que presidente do México que fez a privatização fugiu para a Irlanda e hoje vive escondido num bunker na cidade do México.

O presidente da Bolívia que fez a privatização saiu a correr para o aeroporto ao gritos de “assassino ! ” e fugiu para Miami (Miami !).

O presidente do Peru que fez a privatização está numa cadeia peruana.

O presidente da Argentina que fez a privatização arrumou um mandato de senador para escapar da cadeia.

E aqui …

Para encerrar, o ansioso blogueiro leu o post “Protogenes jogou a bomba do Riocentro no colo do Governo”:  http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/12/21/protogenes-jogou-a-bomba-do-riocentro-no-colo-do-governo/.

Sobre o livro do Amaury e a blindagem do PiG, a melhor frase da noite foi do Gerson Carneiro: “a não propaganda é a alma do negócio”.

Vídeo do evento:

http://www.youtube.com/watch?v=7Sa7LXVccF0&feature=player_embedded



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.”

FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado em seu portal “Conversa Afiada”  (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/12/22/protogenes-vai-atras-da-divida-externa-do-fhc/).

3 comentários:

Probus disse...

SENSACIONAL este VÍDEO do DEBATE. Leve, solto, divertido, elucidativo, democrático. Putz, este debate daria um EXCELENTE filme para as TELAS do CINEMA, quanto mais o livro, que até 2012 (mais UMA SEMANA) terá vendido 200.000 exemplares.

Esse tal de AMAURY RIBEIRO JR vai terminar na cerimônia do Oscar em Hollywood e, eu pensando que ele ia para a INSÍPIDA ABL, como eu sou tolo...

Unknown disse...

Probus,
Você tem razão. O autor do livro tem belo currículo. Transcrevo trecho do wikipedia:
"Amauri Ribeiro Jr. é jornalista investigativo especializado inicialmente na temática dos Direitos Humanos.
Em 1996, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (com outros jornalistas) ao abordar o tema da Guerrilha do Araguaia, ajudando na descoberta de ossadas de guerrilheiros em cemitérios clandestinos e forçando o Estado Brasileiro a pagar indenização às famílias das vítimas. Em 1997, ganhou outro prêmio Esso, ao desvendar uma rede de prostituição infantil, e em 1999, ainda no jornal "O Globo", junto a outros jornalistas, ganhou prêmio Esso com reportagem sobre o Rio Centro.
Em 2007, trabalhava para o "Correio Braziliense" e, enquanto investigava homicídios ligados ao narcotráfico no Entorno de Brasília, foi baleado, numa tentativa de homicídio. O suposto autor era um sobrinho em primeiro grau da prefeita da cidade, Sonia Melo (PSDB). Ribeiro Jr teve de permanecer sob escolta policial. O caso teve repercussão internacional e fez com que o jornalista fosse transferido para o jornal "Estado de Minas", do mesmo grupo, e passasse a se dedicar a assuntos políticos, especializando-se, posteriormente, na temática de lavagem de dinheiro. Ribeiro Jr. foi o responsável por levantar os dados da CPI do Banestado junto com a jornalista Sônia Figueiras, e do caso da "Máfia dos Fiscais" no Rio de Janeiro, dentre outros.
Além dos três prêmio Esso que ganhou, foi vencedor, por quatro vezes, do "prêmio Vladimir Herzog". Faz parte do ICIJ – "Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos". Foi repórter especial do jornal “O Globo” e da revista “Isto É”,.além de ter se destacado no "O Globo", “Correio Braziliense” e no “Estado de Minas”. Foi um dos fundadores da ABRAJI.
Maria Tereza

Probus disse...

Pois é, o Amaury Ribeiro comentou isso tudo no vídeo, logo após o Paulo Henrique Amorim levantar o Currículo do Amaury Ribeiro.

Simpático DEMAIS o Amaury, o PHA ria o tempo todo e, hora ou outra solta uma graça. Colocou até a MAGNÍFICA Maria Inês Nassif pra falar da sua demissão no VALOR ECONÔMICO.

E, como eu disse, este vídeo do DEBATE já dá um ótimo FILME, sem contar, o livro. Será que o Arnaldo Jabor topa fazer???