domingo, 3 de junho de 2012

GILMAR MENDES, POLÍTICO DA OPOSIÇÃO NO STF

Gilmar Mendes e José Serra
GILMAR MENDES, UM POLÍTICO DE OPOSIÇÃO NO STF

Por Elói Pietá, no blog do Marcelo Souza

“A polêmica suscitada pelo ministro do Supremo, Gilmar Mendes, a respeito de recente encontro seu com o ex-presidente Lula, merece algumas considerações sobre os juízes e a política.

Os juízes têm muito poder, assim como os governantes e os parlamentares. E têm ideologia. Às vezes, são mais elitistas, às vezes mais igualitários. Nos processos e nas sentenças, eles expressam mais a técnica jurídica ou mais as suas convicções. Sempre haverá a presença dos dois.

Como tantos fatos demonstram, Gilmar Mendes é magistrado tecnicamente preparado, mas profundamente político. Escolhido no governo do PSDB, seu lado sempre demonstrou ser de oposição ideológica ao PT.

Entre as muitas relações políticas que cultivou na oposição, uma agora lhe é incômoda: Demóstenes Torres. Compartilhavam eventos familiares. Viajavam juntos no exterior. Juntos, protagonizaram o anúncio de suposto grampo telefônico, nunca comprovado, que levou à demissão de um, por eles indesejado, diretor da ABIN. Juntos, tiveram na revista “Veja” seu prioritário canal de expressão midiática. Juntos, se enganaram quanto aos amigos: Demóstenes diz que achava Cachoeira não mais agir na ilegalidade; Gilmar diz que achava Demóstenes uma pessoa diferente da que agora foi revelada.

Na versão da polêmica atual, a respeito de seu diálogo com Lula, são dois contra um. O ex-presidente e o ex-ministro do Supremo, Nelson Jobim, negam a afirmação de Gilmar Mendes de que Lula sugeriu adiar para depois das eleições o julgamento do chamado mensalão.

E, se Lula realmente quisesse dizer isso, qual o problema? Gilmar em nada dependeu ou depende de Lula. É ministro vitalício. Tem posições [ideológicas] fortes. Lula, como principal liderança do PT, teria todo direito de dizer ao ministro que fazer esse julgamento antes das eleições é usar o processo como arma eleitoral.

Expor um ponto de vista jamais tira a liberdade do julgador. É do cotidiano no Judiciário. É da natureza de qualquer instituição de poder receber pressões sociais nesta ou naquela direção. Vide a intensa pressão para o STF fazer esse julgamento antes das eleições. A oposição nacional, em todos os seus matizes partidários e midiáticos, quer o julgamento agora,  para influenciar a seu favor o resultado eleitoral. Ao PT, obviamente, interessa o julgamento após outubro.

O problema, então, estaria em supostas insinuações de Lula de que o ministro poderia ser alvo na CPI de Cachoeira. Fato mais uma vez negado [por Lula e Jobim]. Dois contra um.

O ministro Mendes, conforme ele mesmo diz, relatou de imediato suas impressões da conversa a Agripino Maia, presidente do DEM. Evidencia-se que buscou guarida e conselhos no jogo político, que ele também joga. Tanto que foi compartilhá-la com um dos principais líderes da oposição, e não com seus colegas do Supremo. Quando resolveu, calculadamente, jogá-la a público, um mês depois, pelo canal oposicionista da “Veja”, certamente buscou tirar algum proveito político contra o PT ou para blindar preventivamente a si mesmo.

O ministro Gilmar Mendes afirmou que as pressões do PT para adiar o julgamento do mensalão seguem uma lógica burra, irresponsável, imbecil. Ao reverso, dá para entender que, para ele, as pressões da oposição, em que milita, seguiriam uma lógica inteligente, responsável, esperta.

Na política, Gilmar Mendes tem lado. No Supremo, se inspira nesse lado.”

FONTE: escrito por Elói Pietá, secretário geral nacional do PT. Artigo transcrito no portal “Viomundo”  (http://www.viomundo.com.br/politica/eloi-pieta-gilmar-mendes-um-politico-de-oposicao-no-stf.html). [Imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

3 comentários:

Probus disse...

Abre os zói GilMAU!!!!!!! Vem por aí... ROSA WEBER, "a Grande".

Tábua da Salvação da Delta e de Cabral nas mãos da ministra Weber do STF

Por Wálter Maierovitch

Cabral é o único governador que, até agora, conseguiu blindagem. E o indeferimento da liminar, pela ministra Rosa Weber, representará um grande estrago na couraça protetiva colocada em Cabral.

http://terramagazine.terra.com.br/semfronteiras/blog/2012/06/02/tabua-da-salvacao-da-delta-e-de-cabral-nas-maos-da-ministra-weber-do-stf/

Unknown disse...

Probus.
Certamente, Cabral não deve ser "santo". Contudo, pelo que li até agora, ele não foi citado em nenhum trecho dos textos das Operações Vega e Monte Carlo, nem há gravação que o mencione. O único vínculo, por enquanto, ainda é insuficiente para incriminá-lo: ele é amigo de um dos donos da Delta. Assim, ele não precisa de blindagem. Parece-me forçação de barra da mídia e oposição.
Maria Tereza

Probus disse...

"...E o indeferimento da liminar, pela ministra Rosa Weber, representará um grande estrago na couraça protetiva colocada em Cabral."

Wálter Maierovitch