UM TIRO NO PÉ
Por RIBAMAR FONSECA
A “Veja” já se habituou de tal modo a lançar, impunemente, lama na reputação alheia que pouco importa se a acusação seja verdadeira ou não.
Embora anunciem que o inquérito que investiga as atividades de Roberto Costa corre em segredo de justiça, inclusive com os depoimentos sendo criptografados e guardados em cofre, a mídia oposicionista continua tendo acesso às declarações do ex-diretor da Petrobrás. Pelo menos é o que afirmam quando publicam revelações seletivas atribuídas a ele, o que deve ser verdade porque não há nenhum desmentido da Polícia Federal. Então, pergunta-se: que tipo de mágica a "Veja" utiliza para obter tais depoimentos, tão bem protegidos, já que nem a CPI da Petrobrás consegue ter acesso a eles?
Na verdade, não existe mágica nenhuma. É óbvio que alguém que participa do inquérito – e que por alguma razão compartilha do ódio devotado ao PT – vem repa$$ando informações à revista e a outros veículos da Grande Imprensa oposicionista com objetivos eleitorais. O que surpreende é a aparente inércia do Ministério da Justiça que, até agora, não moveu um dedo para identificar e, naturalmente, punir o informante que usa da sua posição no processo investigativo para fazer o jogo dos adversários do governo, empenhados em derrotar a presidenta Dilma Rousseff e eleger o tucano Aécio Neves.
Todos os brasileiros, incluindo a própria Presidenta da Republica, querem que tudo seja rigorosamente investigado e os corruptos punidos de maneira exemplar, mas ninguém que pretenda efetivamente ver tudo em pratos limpos, sem partidarismos, pode concordar com o uso passional das investigações, por parte da mídia comprometida, para atingir o governo e, desse modo, influir no resultado das eleições presidenciais. Até porque todas as acusações até agora tornadas públicas não estão acompanhadas de nenhuma prova, o que as torna inconsistentes. Portanto, o tom de escândalo que a imprensa oposicionista empresta a elas tem única e exclusivamente um objetivo eleitoreiro.
Prova desse comportamento antiprofissional vergonhoso foi a reportagem deste final de semana da revista "Veja", segundo a qual Roberto Costa teria dito em depoimento que foi procurado pelo ex-ministro Antonio Palocci, nas eleições de 2010, para conseguir R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. Disse ainda, segundo a publicação, que acionou o doleiro Alberto Youssef para conseguir a ajuda, mas não sabe se o dinheiro foi repassado. E a revista conclui que "a revelação é de alta gravidade, independente de o dinheiro ter sido repassado ou não". Ou seja, a "Veja" já se habituou de tal modo a lançar, impunemente, lama na reputação alheia que pouco importa se a acusação seja verdadeira ou não. Tanto isso é fato que, consciente da fragilidade da informação, não deu capa à reportagem.
Com a publicação da matéria, no entanto, deflagrou o processo já manjado para transformar o factóide, como disse a presidenta Dilma Rousseff, num escândalo de proporções gigantescas: os outros veículos que integram a Grande Imprensa oposicionista repercutem a "bomba", os parlamentares oposicionistas botam a boca no trombone no Congresso Nacional e os candidatos que concorrem à Presidência se declaram estarrecidos. Embora tenha dito que as denúncias "precisam ser comprovadas", o candidato tucano Aécio Neves as classificou de "graves" e "assustadoras". E a candidata Marina Silva, do PSB, disse que o ex-diretor da Petrobrás, com suas acusações, faz a República "estremecer".
Até o jogador Ronaldo que, embora integrando a comissão organizadora, se disse "envergonhado" com a Copa no Brasil – e ficou com cara de tacho depois que o mundo inteiro, inclusive a Fifa, elogiou a realização do evento – se disse indignado com a corrupção no país. Ronaldo, que se tornou garoto-propaganda da candidatura de Aécio Neves, na verdade não se deu conta de que não apenas ele, mas todo brasileiro fica indignado com a corrupção. A diferença entre ele e os outros é que estes sabem que a Policia Federal é um órgão do Executivo e, portanto, vem investigando os corruptos justamente por determinação do governo. Nunca, em toda a história do país, se combateu tanto a corrupção como agora.
Os brasileiros sérios também sabem que se há tanta noticia de corrupção é porque o governo garante a liberdade de imprensa, o que não existia, por exemplo, no governo de FHC/PSDB, quando o noticiário era controlado pelo generoso fluxo de caixa. As denúncias, quando conseguiam driblar a vigilância dos editores e eram publicadas, só sobreviviam um dia. Eram esquecidas no dia seguinte, ao contrário do que ocorre hoje, quando o assunto fica rendendo durante semanas. Hoje tem mais corrupção? Não, hoje tem mais [investigação e] divulgação. E precisamente por ter consciência disso é que expressiva parcela do povo já não se deixa mais influenciar pelo noticiário escandaloso passional da Grande Mídia, o que é facilmente comprovado pela posição de liderança da presidenta Dilma nas pesquisas de intenção de votos.
O eleitor, no entanto, deve ficar atento, pois nesta reta final da campanha eleitoral, faltando apenas uma semana para o pleito, a Grande Mídia oposicionista deverá utilizar todos os seus recursos para impedir que Dilma seja reeleita no primeiro turno. Até porque ela revelou, na entrevista aos blogueiros, que se o povo lhe outorgar mais quatro anos de mandato vai dar atenção especial à regulação da mídia, como acontece nos países de primeiro mundo. Na verdade, já é tempo de se garantir a liberdade de expressão, mas com responsabilidade, pondo fim à impunidade dos que já se habituaram a destruir reputações sem arcar com as suas consequências."
FONTE: escrito por Ribamar Fonseca, jornalista, membro da Academia Paraense de Jornalismo e da Academia Paraense de Letras; tem 16 livros publicados. Artigo publicado no jornal digital "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/155013/Um-tiro-no-p%C3%A9.htm).
Por RIBAMAR FONSECA
A “Veja” já se habituou de tal modo a lançar, impunemente, lama na reputação alheia que pouco importa se a acusação seja verdadeira ou não.
Embora anunciem que o inquérito que investiga as atividades de Roberto Costa corre em segredo de justiça, inclusive com os depoimentos sendo criptografados e guardados em cofre, a mídia oposicionista continua tendo acesso às declarações do ex-diretor da Petrobrás. Pelo menos é o que afirmam quando publicam revelações seletivas atribuídas a ele, o que deve ser verdade porque não há nenhum desmentido da Polícia Federal. Então, pergunta-se: que tipo de mágica a "Veja" utiliza para obter tais depoimentos, tão bem protegidos, já que nem a CPI da Petrobrás consegue ter acesso a eles?
Na verdade, não existe mágica nenhuma. É óbvio que alguém que participa do inquérito – e que por alguma razão compartilha do ódio devotado ao PT – vem repa$$ando informações à revista e a outros veículos da Grande Imprensa oposicionista com objetivos eleitorais. O que surpreende é a aparente inércia do Ministério da Justiça que, até agora, não moveu um dedo para identificar e, naturalmente, punir o informante que usa da sua posição no processo investigativo para fazer o jogo dos adversários do governo, empenhados em derrotar a presidenta Dilma Rousseff e eleger o tucano Aécio Neves.
Todos os brasileiros, incluindo a própria Presidenta da Republica, querem que tudo seja rigorosamente investigado e os corruptos punidos de maneira exemplar, mas ninguém que pretenda efetivamente ver tudo em pratos limpos, sem partidarismos, pode concordar com o uso passional das investigações, por parte da mídia comprometida, para atingir o governo e, desse modo, influir no resultado das eleições presidenciais. Até porque todas as acusações até agora tornadas públicas não estão acompanhadas de nenhuma prova, o que as torna inconsistentes. Portanto, o tom de escândalo que a imprensa oposicionista empresta a elas tem única e exclusivamente um objetivo eleitoreiro.
Prova desse comportamento antiprofissional vergonhoso foi a reportagem deste final de semana da revista "Veja", segundo a qual Roberto Costa teria dito em depoimento que foi procurado pelo ex-ministro Antonio Palocci, nas eleições de 2010, para conseguir R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. Disse ainda, segundo a publicação, que acionou o doleiro Alberto Youssef para conseguir a ajuda, mas não sabe se o dinheiro foi repassado. E a revista conclui que "a revelação é de alta gravidade, independente de o dinheiro ter sido repassado ou não". Ou seja, a "Veja" já se habituou de tal modo a lançar, impunemente, lama na reputação alheia que pouco importa se a acusação seja verdadeira ou não. Tanto isso é fato que, consciente da fragilidade da informação, não deu capa à reportagem.
Com a publicação da matéria, no entanto, deflagrou o processo já manjado para transformar o factóide, como disse a presidenta Dilma Rousseff, num escândalo de proporções gigantescas: os outros veículos que integram a Grande Imprensa oposicionista repercutem a "bomba", os parlamentares oposicionistas botam a boca no trombone no Congresso Nacional e os candidatos que concorrem à Presidência se declaram estarrecidos. Embora tenha dito que as denúncias "precisam ser comprovadas", o candidato tucano Aécio Neves as classificou de "graves" e "assustadoras". E a candidata Marina Silva, do PSB, disse que o ex-diretor da Petrobrás, com suas acusações, faz a República "estremecer".
Até o jogador Ronaldo que, embora integrando a comissão organizadora, se disse "envergonhado" com a Copa no Brasil – e ficou com cara de tacho depois que o mundo inteiro, inclusive a Fifa, elogiou a realização do evento – se disse indignado com a corrupção no país. Ronaldo, que se tornou garoto-propaganda da candidatura de Aécio Neves, na verdade não se deu conta de que não apenas ele, mas todo brasileiro fica indignado com a corrupção. A diferença entre ele e os outros é que estes sabem que a Policia Federal é um órgão do Executivo e, portanto, vem investigando os corruptos justamente por determinação do governo. Nunca, em toda a história do país, se combateu tanto a corrupção como agora.
Os brasileiros sérios também sabem que se há tanta noticia de corrupção é porque o governo garante a liberdade de imprensa, o que não existia, por exemplo, no governo de FHC/PSDB, quando o noticiário era controlado pelo generoso fluxo de caixa. As denúncias, quando conseguiam driblar a vigilância dos editores e eram publicadas, só sobreviviam um dia. Eram esquecidas no dia seguinte, ao contrário do que ocorre hoje, quando o assunto fica rendendo durante semanas. Hoje tem mais corrupção? Não, hoje tem mais [investigação e] divulgação. E precisamente por ter consciência disso é que expressiva parcela do povo já não se deixa mais influenciar pelo noticiário escandaloso passional da Grande Mídia, o que é facilmente comprovado pela posição de liderança da presidenta Dilma nas pesquisas de intenção de votos.
O eleitor, no entanto, deve ficar atento, pois nesta reta final da campanha eleitoral, faltando apenas uma semana para o pleito, a Grande Mídia oposicionista deverá utilizar todos os seus recursos para impedir que Dilma seja reeleita no primeiro turno. Até porque ela revelou, na entrevista aos blogueiros, que se o povo lhe outorgar mais quatro anos de mandato vai dar atenção especial à regulação da mídia, como acontece nos países de primeiro mundo. Na verdade, já é tempo de se garantir a liberdade de expressão, mas com responsabilidade, pondo fim à impunidade dos que já se habituaram a destruir reputações sem arcar com as suas consequências."
FONTE: escrito por Ribamar Fonseca, jornalista, membro da Academia Paraense de Jornalismo e da Academia Paraense de Letras; tem 16 livros publicados. Artigo publicado no jornal digital "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/155013/Um-tiro-no-p%C3%A9.htm).
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